Capítulo XXXIX

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Capítulo da nossa Ana Helena, espero que me perdoem pelo o atraso dos capítulos! Sorry, amo vocês ❤

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-Mamãe, o que é o universo?

Ela olhou para o céu estrelado e escuro da noite. Observou cada detalhe daquela imensidão de mundos perdidos. E após alguns minutos em silêncio, me disse:

-Filha, o universo é uma mistura de mundos e poeiras que se uniram para embelezar sobre nossas cabeças e formar esse céu.

Fiquei olhando seus lábios se moverem, e mesmo assim me perdi em cada palavra dita. Simplesmente tentei entender. Minha cabecinha de seis anos não iria compreender tanta informação, então... Esqueci a minha pergunta e voltei brincar com as outras crianças no parque.

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Acordei dos meus pensamentos, com os latidos do cachorro da vizinha. Uma senhora de oitenta anos de idade que vive falando da vida das pessoas do quarteirão, e que, fingi esquecer da sua. No qual, existi um neto problemático, uma filha lésbica e três genros vagabundos. Porém, nossas vidas são mais interessantes perante a dela.

Respirei fundo e abri o portão de casa. Mas, antes dei uma olhada na caixa de Correio e vi um pequeno envelope vermelho e logo tive a certeza que, meu admirador secreto havia ressuscitado das lembranças perdidas da minha mente.

Finalmente algo bom. Pensei.

Peguei o envelope e segui para dentro de casa. No qual, já se sentia o cheiro de peixe cozido invadir cada cômodo daquele pequeno sobrado. Provavelmente meu pai comandava o fogão nesse momento.

Momentos que minha mãe faz falta.

Antes mesmo de girar a maçaneta, escuto a cantoria de Carlos ecoar pelos os cômodos. Dou um leve sorriso ao imaginar que alguns anos atrás ele conduzia minha mãe pela a cintura e mostrava seus talentos na dança. Ah, realmente fazia falta.

-Já chegou Ana! -Gritou da cozinha. Sua voz estava estridente e feliz.

-Sim meu pai.

O cheiro do peixe cozido invadia os cômodos da casa. E realmente aquilo me deixou com fome. Mesmo estando ansiosa para ler a carta do meu admirador secreto.

-Como foi no trabalho? -Perguntou, erguendo a cabeça e me fazendo se sentir pequena em sua presença.

Joguei a bolsa no sofá e segui até a cozinha. Onde o cheiro estava mais forte e saboroso. Meu estômago gritava de fome, e isso me deixou envergonhada caso meu pai ouvisse seria uma catástrofe durante dias sendo zoada.

-Foi o mesmo de sempre.

Mesmo eu sabendo que não tinha sido. Afinal, Samuel me olhava com tanto desejo hoje que por um instante poderia ter unido nossos corpos naquela sala e beijado seus lábios carnudos e tão suculentos. No qual, me lembrava a maça envenenada da Branca de Neve ou simplesmente a Maça de Adão e Eva, ambos são proibidas. Ah, melhor sensação.

-Tem certeza?

Carlos levantou uma das sobrancelha em desconfiança. Talvez tivesse notado meu pequeno devaneio pensando no dia de hoje.

-Lógico pai.

Ele suspirou irritado e continuou mexendo o grande cozido que preparava.

-E o Samuel?

Meu coração acelerou.

-O que tem?

Minhas mãos trêmula.

Coração de Papel ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora