Capítulo XLIII

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"Eu tentei esconder o que sentia. Mas, foi em vão" 🍃

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Ana não parava de mordiscar os lábios, enquanto olhava para a paisagem deserta. Apertava seus dedos nervosa e aflita. Tentei perguntar porque estava assim, mas segurei minha curiosidade e fiquei observando o quanto ficava linda aflita.

Por um instante eu tive a certeza que ela pensava em mim. Pelo o modo desconfiando que olhava pela a janela do carro e tentava disfarçar o fato de eu encara lá.

Eu amava ela.

Um amor tão simples e árduo que podia crescer como uma massa de fermento no forno. Tinha certeza do que sentia por ela, só não sabia como expressar algo tão bonito sem assusta lá. Saber que cada dia que passa a vontade de abraçar e sentir o seu cheiro tão de perto, só me alucina.

Eu a amava.

Tinha certeza disso.

-Já chegamos. - Disse com rispidez.

Não havia percebido que o carro estava parado em frente a uma bela casa. Acredito que seja onde a nossa noiva mora.

-O que devo fazer? -Perguntei enquanto abria a porta do carro e saía tropeçando nos galhos no chão.

-Apenas me obedeça.

Aquilo foi simplesmente mais uma das ignorâncias de dona Ana que guardo no baú das memórias. Nem parece aquele doce que quase beijei hoje de manhã, antes da Sabrina entrar e estragar o último vestígio de carinho que poderia conseguir dela.

-Tudo bem senhorita. -Falei revirando os olhos e seguindo seus passos rápidos e ligeiros sobre o jardim da casa. Sem se enroscar em nenhum galho ou folha seca.

Realmente a vista da casa era espetacular. Uma arquitetura simples e moderna. Sua fachada existia duas grandes paredes de vidro cobertas por uma cortina branca. Impossibilitando de enxergar qualquer coisa da parte de dentro. No qual, a pintura verde claro combinava com o grafiato que foi feito até metade de uma pequena parede. A varanda era confortável, e tinha um pequeno banco branco perto da porta de madeira nobre. Sim, a casa era realmente bonita.

O salto alto de Ana se chocava com o chão de madeira que cobria a varanda inteira. Com o ar superior que somente ela tem o dom, tocou a pequena campainha e ficou esperando alguma resposta.

Silêncio.

Percebia a inquietação no seu olhar coberto de maquiagem.

Silêncio.

Impaciente tocou novamente.

-Sim? -Disse uma voz fina e baixa dentro da casa.

-Olá, somos do buffet.

Ouvíamos passos se aproximando a porta.

-Sim, estava esperando vocês.

Ana batia o salto fino no chão pronta para correr dali e esquecer da sua função. Pensava que ela só trabalhava ali por obrigação, e não porque gostava.

A maçaneta girava e surgiu uma figura linda e serena. A verdadeira beleza de uma mulher que está feliz com a sua vida. Seus olhos verdes brilhavam com a luz do dia e o brilho intenso deles era nítido. Os cabelos loiros e cacheados emaranhados, como se tivesse acordado agora. Porém, lhe dando um ar natural. Os lábios carnudos e vermelhos que pareciam estar inchados. Ela era linda. Seu corpo era magro e pequeno, mas seus seios eram fartos e desenhados, e logo percebi que por debaixo daquela regata cinza, não existia um sutiã.

Coração de Papel ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora