Cartas escritas em pleno século 21 é clichê demais?
Ela todos os dias sentava no mesmo lugar, pedia o mesmo café com duas gotas de adoçante e sorria toda vez que via uma carta deixada sobre a mesa.
Ele apenas observava de longe, vendo seus olhos co...
Um capítulo especial da nossa Ana Helena❤ Espero que gostem!
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Eu corria num campo florido e vasto. O cheiro de alfazema invadia minhas narinas, e a brisa leve da manhã tocava os poros do meu rosto. Meu vestido amarelo e com uma saia rodada cheia de bolinhas pretas, estava sujo com a terra da grama recém mexida por alguém. Não havia casas naquele lugar, apenas árvores e montanhas imensas que tocavam o céu escuro. De repente, ouvi passos curtos e lentos atrás de mim. Meu corpo inteiro se arrepiou e sentia as batidas cardíacas do meu peito saltar de medo. Quem poderia ser?
Fechei os olhos e respirei fundo. Enquanto ouvia os passos se aproximar de mim. Estava paralisada no meio daquele campo deserto. O medo consumia minhas veias e se misturava com o suor que escorria na minha face. Comecei a orar a oração que aprendi com a minha mãe.
-Santo anjo do senhor...
Os passos se aproxima mais e mais.
-...meu zeloso guardador...
Meu coração acelerava.
-...que a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege...
Sentia a respiração acelerada atrás de mim.
-...me guarde, me governe, me ilumine...
A qualquer momento poderia desmaiar alí mesmo. Mas antes que fizesse isso, duas mãos tocaram minha cintura.
-... Amém!
Abri meus olhos lentamente e tentei enxergar quem me agarrava com tanta força. Porém, o medo me cegou e tudo ficou escuro...
&&&
-Ana você está bem?! -Gritava meu pai, enquanto batia na porta impaciente com o meu silêncio.
Meu coração estava acelerado, o corpo transpirava e os meus cabelos emaranhados. A respiração ofegante que fazia meus pulmões doerem a cada respirada. As imagens do sonho ainda passavam na minha cabeça como um filme numa tela. Quem era a pessoa das mãos grossas que apertava com força minha cintura? O toque quente, mesmo que tocado sobre o tecido do vestido, queimava minha pele.
-Ana eu vou arrombar essa porta!!
Puxei todo o ar e respirei devagar. Até eu finalmente me acalmar e poder balbuciar algumas palavras.
-Está tudo bem.
Ele girava a maçaneta enfurecido. Me levantei da cama e toquei meus pés descalços no piso frio. No qual, meu corpo inteiro se arrepiou. Andei cambaleando e arrumando os fios de cabelo rebeldes que caíam sobre o meu rosto suado.
-Ana??
-Já estou indo. -Disse, destrancando a porta e surgindo a imagem do meu pai. Seu rosto demonstrava preocupação.