Capítulo XLI

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"O que você faria se o seu mundo fosse apenas um terço da verdade?"

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As vezes eu tenho certeza que o que sinto por Ana, é algo cósmico e ligado aos universos. Guardar dentro de si um sentimento tão grande e que por mais que você tente apagar, é em vão. Sim, não é normal. Ter a absoluta certeza que a pessoa pode constituir uma família contigo e criar átomos e mais átomos do infinito de amor que existe dentro de si é verdadeiro. Sonhar com o próximo dia que Deus nos proporcionará e acreditar que ele vai entregar o nosso propósito. Se chama, fé.

-Samuel, como foi no trabalho hoje? -Perguntou minha avó Amélia.

Senti o gosto do amargo impregnado na minha língua. E tentei ignorar essa sensação de tristeza por causa da frieza que Ana Helena me tratava.

-Foi um dia cansativo...

Percebi os olhos de Amélia sobre mim desconfiada. Sabia que, no fundo ela sentia que estou sofrendo por alguém. Ana Helena era o motivo disso tudo... Nunca fiz nada para ela me tratar como um verme naquele escritório, sem olhar nos meus olhos e fingir que sou apenas um intruso divido quatro paredes.

-...amanhã vou com a Ana, organizar uma festa de casamento.

-Com a magrela sem graça?

Meu coração acelerou e senti a veia da minha testa pulsar. O nervoso tomou conta do meu corpo e poderia esquecer que devo respeito a ela. Respirei fundo...

-Ela se chama Ana Helena.

O meu amor. Pensei.

-Que nem liga para você.

Senhor dai-me paciência.

-Vou dormir.

-Mas já?

Sem dizer nada me levantei da cadeira desconfortavel e segui rumo as escadas.

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O nevoeiro que cega minhas íris e me deixa perdido, sem saber se estou pisando em falso. Faz meu corpo inteiro se arrepiar.

Tento gritar ajuda e minha garganta estava com uma grande bolha que me impedia de pronunciar qualquer palavra. O desespero tomou conta de mim e comecei a correr entre a neblina que me cerca...

-Samuel...

Ouvi uma voz suave e calma me chamar, não tinha certeza se era alguém conhecido. Mas, tinha a clareza de que aquilo acalmava todo o meu corpo.

-Samuel...

Tentei responder essa voz mais não conseguia. Minhas forças estavam fracas, e eu nem sabia o motivo delas estarem assim.

-Samuel...

Uma silhueta fina começou a surgir no meio do nevoeiro... Grandes cabelos loiros que caíam como uma cascata sobre o rosto pálido e sereno que me olhava. Era ela. Aqueles lábios rosados e finos que tanto tenho vontade de beijá-los. Era ela. O cheiro de rosas que pairava no ar e me fazia perder os meus passos...

-Samuel, acalma se...

Estava perplexo com a forma que seu corpo estava bonito naquele vestido branco de seda. No qual, ele deslizava pela a sua pele de uma maneira tão singela e sensual, que nunca havia reparado o quanto era bonita por completo.

-...tudo no seu tempo...chegue amanhã no escritório e diga "Borboletas azuis". E você verá o quanto mudarei de postura contigo...

Podia ver o seu sorriso por debaixo dos seus fios dourados.

Coração de Papel ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora