Capítulo XLV

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Capítulo da nossa querida Ana Helena, estava com saudades dela ❤
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Raiva. Ódio. Desprezo. Uma mistura de sentimentos que estão brigando entre si e me fazem chorar escondida trancada dentro desse banheiro. Sentada numa privada desconfortável e fedorenta. Passando por tudo isso, para não ter que olhar a cara dele. Sim, do único que poderia me deixar nesse estado deprimente de um ser humano. Um estado avançado de humilhação, pelo menos em relação a mim.

Samuel.

Porque ele teria coragem de me prejudicar no meu trabalho e mesmo assim, eu continuar sentindo essa coisa dentro de mim, que quer apenas te lo por perto. De sentir um nojo da Sabrina por dar em cima dele e raiva pelo o olhar malicioso que ele a retribui.

Porque?

Poderia ir agora mesmo naquele escritório e dizer o quanto meu coração acelera ao sentir seus olhos cravados em mim. No qual, fico com raiva de existir a possibilidade de me enfeitiçar naqueles olhos e acabar beijando seus lábios, sem estar sóbria.

De ama-lo mais do que já estou amando... 🍃

Ouvi o barulho da porta abrir e o som de sapatos batendo no chão. Pelo o cheiro doce e enjoativo, tinha quase certeza de quem poderia ser.

-Tem alguém aí?

Sabrina.

Respirei fundo. E num gesto fiquei de pé na privada, tentando me esconder antes que ela me visse.

Evita-la era a melhor opção.

-Tem alguém aí? -Perguntou de novo. Empurrando as portas dos banheiros. Acredito que, estava se certificando que não havia ninguém.

Ouvi passos vindo na direção da cabine onde estava escondida. E quando ela empurrou a porta, percebeu que estava trancada.

-Quem está aí, fala logo! -Seu tom de voz estava rude o suficiente para uma quase atriz pornô.

-Sou eu Sabrina.

Ela gargalhou ironicamente.

-Oi Aninha... - Odiava o jeito que pronunciava meu nome. -...esta fugindo de mim?

Respirei fundo e resolvi enfrentar meu passado.

-Não fujo de você.

Num gesto desci da privada e abri a porta da cabine. Aparecendo a figura vulgar de Sabrina na minha frente.

-Fico feliz com isso. -Disse, mordendo levemente os lábios inferiores num gesto provocativo.

Seus cabelos loiros estavam soltos e ondulados. Os olhos grandes como duas jabuticabas, marcados com um delineador fino. No qual, combinava perfeitamente com os seus lábios carnudos num tom nude. Cada silhueta do seu corpo, espremida num vestido preto.

Ela era linda.

-O que você quer? -Falei, cruzando os braços, tentando demonstrar que não me interessava o assunto.

-Quando você vai parar de me tratar assim Aninha?

Senti um leve arrepio na espinha. E ondas incandescentes envolveram cada parte do meu corpo. Somente ouvindo ela pronunciar meu nome nos seus lábios.

-Desde do dia que me acusou de algo que não fiz.

Seus olhos negros e densos como xarope, se arregalaram. E logo em seguida, esboçou um certo arrependimento. No qual, poderia até acreditar ser verdadeiro.

Coração de Papel ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora