Capítulo XXXIV

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Para: Lúcia ❣

5 semanas...

Já se passaram um mês que nos casamos. Eu sei que estou te devendo algumas cartas, mas esse emprego que consegui em descarregar materiais de construções nos caminhões me deixa exausto. Apesar de tudo, ainda temos alimento dentro de casa. Sou o homem da casa, e o mínimo que tenho que fazer é te dar conforto. Espero estar dando isso...

Ontem eu cheguei muito tarde do serviço e acabei te encontrando exausta no sofá. Talvez estivesse me esperando para jantar, e acabou dormindo. Dei um leve beijo na sua testa e cobri seu corpo. Por incrível que pareça, meu amor permanece vivo e louco dentro de mim.

 Sua mãe me viu esses dias na rua e por incrível que pareça me cumprimentou. Até pensei que seríamos amigos ou algo do tipo. Ah, como sou tolo... Veio dizendo que estava te traindo. Como? Se só trabalho para te manter confortável? Vivo por causa de você? E respiro por saber que minha vida está ligada com a sua? Realmente, ela está disposta a acabar com o nosso casamento.

E felizmente, não vai conseguir. ❣

-Chegou cedo hoje amor. -Disse, ao me ver abrir porta desanimado, exausto, cansado.

-O senhor Morales resolveu me liberar mais cedo.

  Me aproximei do seu corpo e beijei seus lábios com saudade. Com a ternura do nosso primeiro beijo, e o desejo da nossa noite de núpcias.

-O que aconteceu?

  Olhei seu rosto tão perto do meu. Aquela fragrância de lavanda impregnada no seu pescoço. Você fica linda nessa camisola roxa.

-Eu te amo Lúcia.

 Sem entender nada. Sorriu.

-Eu também te amo.

  Toquei seus lábios novamente. Pedindo passagem para aproximar nossos corpos em um só. Fazendo com que, nossas roupas caíssem sobre o chão. Deixando-nos nus. Na alma. No corpo. Nos atos. Eu te faria mãe dos meus filhos...  ❣

                             Pedro

30 de setembro de 1980

Coração de Papel ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora