Coração de Papel ( Revisado)

Capítulo LXIV

Para: Lúcia ♡

2 meses depois...

Estou completamente ansioso pela chegada do bebê. Falta tão pouco para poder ver o rostinho do meu filho, após tanta espera. 

Lúcia completava sete meses de gestação e sua barriga aparentava ter nove meses. Meu filho ou filha deve ser muito grande ou esta enganando todos nós. Afinal, não tem quem não fique admirado com o tamanho do seu ventre. Sem contar que, Lúcia esta mais linda do que nunca, no fim da gravidez. 

Ver o quanto ela esta feliz e sensível quando o bebê se mexe, me deixa realizado. Ao imaginar que queria abortar nosso fruto. Mesmo sentindo dores de vez em quando, continua de repouso em casa. Não queremos arriscar perder nosso filho como aconteceu com Ana Clara. Apesar de, não ter sido nossa culpa. Foi uma tragédia do destino para nos ensinar alguma lição la na frente. 

Já se passaram quinze anos...

Lúcia e eu nunca tivemos uma separação ou briga feia. Depois da morte da nossa filha, começamos ocupar nossa mente  com trabalho e estudos. Não pensei em fazer uma faculdade, ma o meu anjo de cabelos loiros  se formou, trabalha na área e viajou por quase todo o país. Tentando esquecer a dor que te consumia todos os dias. 

O medo de ser mãe permanecia te assombrando. 

Mas, agora tudo era diferente. 

Tínhamos uma família. Eu, ela e o nosso filho.

- As coisas são engraçadas né amor... -Lúcia me encarou enquanto acariciava sua barriga.

Fiquei sem entender o motivo dessa conversa.

-...eu nem queria ter essa criança, e agora já não me vejo sem esse bebezinho. 

Fiquei feliz com essa confissão. Saber que ela esta querendo ser mãe por vontade própria e não por eu querer muito. 

- Eu sou suspeito em dizer  que sempre quis essa criança e agora estando na reta final, só me deixa mais ansioso em querer vê-la. 

-Eu sei disso amor. E falta tão pouco, são dois meses.

-Verdade amor, e com essa barriga enorme, as pessoas duvidam.

Ela sorriu e me fez se apaixonar pela a terceira vez naquele dia por ele.

-Nosso bebê vai ser grande e sadio. 

-Vai sim amor.

-Mas e o nome deles como vai ser?

Eu tinha todos na mente.

-Se for menina eu quero que se chame Diana, e se for menino Samuel.

Ela me olhou como se estivesse analisando os nomes.

-Diana é um nome bonito. Mas, porque Samuel?

Até eu não sabia o porque desse nome. Apenas sabia que tinha que ser esse. 

-Eu acho bonito.

-O apelido do nosso pequeno vai ser Samuca, que coisa horrorosa. 

Dei uma gargalhada e imaginei o quanto ela se importava com isso.

-Eu não me importaria, e é um apelido bonito.

Lúcia franziu a testa. E seus lábios ficaram sem expressão nenhuma. Sabia que estava pronta para duelar pela a escolha dos nomes com elegância. 

-Pois, eu quero que seja Pedro Henrique.

-Ah claro, o apelido Pê ou Pedrão é super melhor que Samuca.

-Não quero saber, você escolheu o nome da Diana. Agora aceita que dói menos.

Estava quase perdendo a discussão, quando decidi entrar em um acordo.

-Quando nosso bebê nascer, vamos falar os dois nomes, e aí se ele sorrir será seu nome. 

-E se ele sorrir nos dois?

-Colocamos Samuel Henrique.

Ela me olhou desconfiada.

-Fechado.

Sorrimos uma para o outro e voltamos a nos amar. Como se aquela discussão besta nunca tivesse existido. 

Mesmo sabendo que seria Samuel.

                                                                   Pedro

14 de julho de 1996