"Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado." (Senhor dos anéis)
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🌟Não conseguia tirar da cabeça o beijo que dei em Samuel hoje de manhã. Talvez estivesse realmente gostando dele e já era hora de assumir tais sentimentos. Não havia nada que pudesse me impedir de ter algo com ele. Além da minha própria covardia. E numa escala de um a dez, ela estava ganhando.
Por enquanto.
Finalmente tive coragem de chamá-lo para sair. E depois de ter que ignorar um beijo quente que aconteceu dentro daquele escritório, voltamos ao trabalho. De vez em quando me pegava olhando para o seu rosto sereno, e sorria feito uma boba apaixonada. Torcendo para que, acabasse o expediente e pudesse correr para casa e planejar o encontro dos sonhos. Era estranho admitir estar apaixonada por alguém que nem se quer, tinha sua admiração. O destino brinca com as pessoas.
5 horas da tarde.
Apenas reforcei para ele o horário de me buscar e fui para casa.
Andando apressadamente por aquelas ruas e observando as pessoas que viviam presas no seu mundo pessoal. Algumas fingiam estar bem consigo mesma, quando na verdade, queria poder sumir por alguns dias e viver algo que deixa reprimido dentro de si. Uma mãe amamentava seus filhos na praça, enquanto tinham a absoluta certeza que aquele era o significado do amor verdadeiro. Um idoso lia o seu jornal abismado com as notícias do mundo atual, provavelmente desejando voltar para a sua época.
Pessoas. Vidas.
Quando me dei conta já estava em frente em casa. Pelo o horário, meu pai já estaria cantando e dançando pelos os cômodos. Era um hábito para ele poder fazer minha mãe presente, mesmo que ela não esteja.
-Como esse rapaz dança. - Disse, ao entrar e vê-lo dançando agarrado com a vassoura. Uma situação cômica se não fosse meu pai.
- Sua mãe adorava essa música.
Ao fundo tocava uma melodia animada da canção "Alô, alô marciano" da cantora Elis Regina.
- Eu já tinha ouvido.
Carlos continuou sua dança com a vassoura. Enquanto eu criava coragem para lhe contar que iria sair com Samuel.
-Pai!
Ele me olhou e abaixou o volume do som.
-Que foi menina?
Respirei. Pensei. Analisei.
- Vou sair com o Samuel daqui a pouco.
Carlos arregalou os olhos.
- Finalmente decidiu o que quer?
-Vou descobrir esta noite.
Ele jogou a vassoura no chão e veio me abraçar. Como se estivesse tomado a decisão certa. E vindo do homem que mais admiro, isso era o suficiente.
-Fico feliz minha filha. Sabe que se começar a namorar quero duas pizzas de queijo toda vez que trazê-lo para casa.
Não consegui conter a risada.
-Tudo bem. Mas, não é nada certo.
-Já vai beijando e abrindo as pernas.
Senti minhas bochechas corar.
-Pai o senhor está doido?!
-Estou te ajudando a agarrar esse cara logo. Vocês são dois enrolados. Na minha época, a gente era mais decidido.
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Coração de Papel ( Revisado)
RomanceCartas escritas em pleno século 21 é clichê demais? Ela todos os dias sentava no mesmo lugar, pedia o mesmo café com duas gotas de adoçante e sorria toda vez que via uma carta deixada sobre a mesa. Ele apenas observava de longe, vendo seus olhos co...