Capítulo LV

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" Acredito que devemos tentar enquanto houver o fôlego da vida"

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Ter a companhia da sua ex para ir ao trabalho não é uma experiência tranquila que podemos ter ao longo da nossas vidas. Ainda mais se ela te atraír de alguma forma que você não consegue controlar e que as vezes até acredita ama-lá. Porém, toda vez que me lembro daqueles olhos e a imensidão deles me encarando o dia inteiro, faz com que cada parte do meu corpo se arrepiasse e minha intimidade ficasse molhada por debaixo desse vestido. Ah, estou tão confusa em relação aos meus sentimentos que poderia jogar a toalha e viver numa praia deserta se alimentando de bichos e bebendo água de coco, só para não ter esses tipos de conflitos.

- Está tão calada. - Sabrina me encarava serena e ao mesmo tempo maliciosamente.

- Não temos muita coisa para conversar.

Mentira.

- Acho que a pessoa que tem mais coisas para conversar com você sou eu Aninha.

Meu apelido íntimo soa tão estranho nos seus lábios que até me assusta.

- Não quero falar do passado.

Ele ainda me machuca muito.

- O que vivemos não tem como ser apagado de uma hora para outra Ana, e eu sei que no fundo ainda sente algo por mim.

Atração. Desejo. Talvez aquela vontade de tê-la pela a última vez nos meus braços, uma despedida para que eu possa seguir em frente. Ou eu realmente a amo, e apenas estou inventando desculpas.

- Sabrina, eu não quero nada com você.

Ela sorriu maliciosamente, mordendo seu lábio inferior e acariciando minha mão que estava tão próxima da dela que nem havia percebido.

- Uma última vez quero te amar.

Uma onda de calor percorreu meu corpo e a ansiedade por desejar aquilo estava transparecendo no meu rosto que ficava vermelho de vergonha.

- Porque?

- Porque quero ter certeza se não me ama. Se perceber que não tenho mais espaço na sua vida, eu te deixo em paz.

Existia sinceridade no tom da sua voz.

- Promete?

Não. Porque estou topando isso.

- Prometo.

Estendi minha mão em direção a ela, que me cumprimentou. Selando o juramento.

- Onde?

- Agora.

Meu coração acelerou.

- Como?

Ela apenas sorriu e puxou meu braço.

- Me siga.

Não tive escolha, a não ser acompanhar seus passos e ignorar meus batimentos cardíacos que indicavam que iria infartar logo logo.

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Quando estava pensando em desistir de seguir em frente com essa loucura e o sentimento de culpa me aflingia. Sabrina parou em frente a um prédio abandonado numa rua sem saída e deserta. Foi quando finalmente caiu a ficha que iria me entregar novamente para ela, depois de ter me feito tanto mal.

Coração de Papel ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora