Coração de Papel ( Revisado)

Capítulo LIII

" Quando você se foi chorei. Agora que voltou sorri" 🎶 (Natiruts) toque na mídia do capítulo que está música começa a tocar!

🌟
🌟
🌟

Por um instante estou sentindo que tudo está voltando ao normal. As coisas estão se encaixando e tudo está no seu devido lugar. Lógico que nunca imaginei que Ana Helena estaria tão próxima de mim. Amar ela escondido por todos esses anos admirando sua beleza de longe, quando se sentava naquela mesa e pedia o mesmo café todos os dias, me faz ter certeza que o destino queria apenas nos unir. Nunca acreditei nessas baboseiras de alma gêmea. Porém, estou começando a crer que toda pessoa tem alguém para completar os seus defeitos e qualidades. Ah, talvez esteja exagerando, afinal ainda nem temos nada sério.

Apenas nos beijamos.

Nem tive a sorte de toca-la  por uma noite inteira e desfrutar de cada curva do seu corpo. Poder beijar suas costas enquanto vejo seus poros se abrirem. Inalar seu perfume de rosas dentro de um quarto e apenas acariciar seus cabelos depois de uma noite de amor. Exaustos por se amarem demais. Era isso que eu queria com ela, apenas ama-lá todos os dias da minha vida é ter a certeza que com ela construiria minha família.

A mesma certeza que meu pai teve quando olhou para minha mãe pela a primeira vez.

   * Lembranças *

- Porque o senhor amou tanto a mamãe pai? -Perguntei enquanto tomava o meu sorvete predileto.

Sem hesitar me respondeu.

- Porque sua mãe é aquele pedaço que me completa, sabe?

Fiquei confuso e sem entender. Papai estava sem partes do corpo?

- O senhor está doente?

Ele gargalhou e bagunçou meus cabelos.

- Todo mundo tem alguém que vai te preencher meu filho, e não é porque você está sem um braço ou perna... simplesmente o completar de dentro, uma companheira que vai te ajudar por toda a vida.

- Como num jogo de futebol?

-Exato. Um time de futebol precisava de um ataque, do goleiro, do zagueiro, e cada pessoa tem sua função. Uma ajuda, um companheirismo para que ganhem.

-Então preciso de uma companheira.

Meu pai riu e tomou um gole do seu café amargo.

- Logo logo você irá achar uma. Que tal a filha do senhor Mauro?

Olivia era metida e feia. Nunca que iria ser amigo de uma menina tão chata como ela.

- Não papai, ela é chata.

Ele apenas sorriu.

-Então espere que um dia a pessoa certa vai parecer.

- Que goste de sorvete de maracujá que nem eu, né Papai?

Ele segurou na minha mão.