2. Noah Bennett

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O Duque de Gordon

• 07 de Maio, 1819


A caminho de Londres, Noah pensava em como a sua vida mudara. Ele sabia, e sempre fora preparado para assumir o ducado de seu pai, e ser o próximo Duque de Gordon. Claramente ele não queria, porém seria necessário assumir o ducado, estava em seu sangue, e ele assumiria as suas responsabilidades. Afinal das contas, não era um homem que fugia de suas responsabilidades.

Noah também sabia que, as filhas e principalmente as mães das jovens que estão em idade para casar-se iriam focar nele como o melhor pretendente para as suas filhas. Principalmente, por ser um duque.

Ele com certeza estava metendo-se em uma enrascada, ele sabia disso também, ou ao menos sentia isso. Mas, quando a carruagem parou em frente ao que era sua casa, e viu sua mãe pelas grandes janelas da Casa de Gordon, ele resolveu parar de pensar nesse assunto.

Amava tanto sua mãe, e a respeitava de uma maneira tão absurda, tanto quanto já respeitara seu pai, e ela não merecia seu descongelamento com a sua atual situação.

Noah desceu da carruagem e deixou que um dos criados levasse suas bagagens para a sua suíte, enquanto matava a saudade da duquesa de Gordon.

— Ah, meu querido, divertiu-se? Conte-me como foi sua viagem. — perguntou, Mrs. Bennett, Arabella, sua mãe, gentilmente.

— Tão maravilhosa quanto ás outras, e como ficaram as coisas por aqui enquanto estive fora? — perguntou, sentando-se junto à mãe em um dos sofás da grande sala.

— Ah, calma, nada de diferente. — disse Mrs. Bennett, servindo-se de chá.

E ainda falavam que a grande Londres era animada. — pensou Noah.

— Nenhuma discussão em bailes por causa de um pretende? — brincou.

— Infelizmente, não. Mas não nego que tivemos alguma indiscrição nesta temporada.

— Uma pena. — disse Noah, servindo-se de chá também. Não negaria que sentia falta do chá inglês durante suas viagens.

— Falando em bailes, hoje terá o baile anual de Lady Eloísa Peterson, não esqueça que é um ótimo lugar para encontrar noivas, e você deve ir. — aconselhou olhando-o por trás da xícara de chá.

Noah, suspirou.

Ele sabia que teria de ir, mas no fundo ainda tinha esperança de escapar daquilo, de não precisa ir atrás de alguma interessada "perfeita" para ser sua mulher, para assumir o papel de Duquesa de Gordon, de perfeita para ele.

Lá no fundo, mesmo que não admitisse, Noah queria alguém para a amar, para lhe amar, alguém que se desse bem, e fosse além de amizade, mas sabia que era impossível.

A grande Casa de Gordon, era silenciosa, ás vezes – raras vezes por sinal – era possível ouvir os murmúrios dos criados, conversando entre si, enquanto cumpriam com os seus afazeres.

Noah perguntava-se como a mãe conseguia viver naquele lugar, ela era sempre tão animada para conseguir viver naquele lugar silencioso, era uma milagre que era não estivesse em depressão.

Agora ele teria que morar ali novamente, ao menos tentaria dar atenção que a mãe merecia.

Até que Noah gostava do silêncio, mas para pensar, pôr a cabeça no lugar. Ás vezes, silêncio demais é capaz de enlouquecer, de agoniar, mas nas outras vezes, é essencial.

Noah foi para a sua suíte, precisava descansar depois de uma longa viagem.

Noah retirou seu paletó com a ajuda de seu valete, e o dispensou. Caminhou até ficar de frente ao espelho e em seguida retirou as luvas e as deixou em cima de uma poltrona vermelha, jogou os sapatos ao lado da sua grande cama, desabotoou alguns botões de sua camisa, e jogou-se em sua cama e macia cama.

Era isso que ele precisava, deitar-se em um lugar confortável, principalmente para preparar-se para ir a um baile cheio de jovens solteiras. Em outros lugares, seria uma maravilha estar entre mulheres, mas já num salão londrino... era um pesadelo.

O duque recordava-se de uma de suas viagens ao Brasil, um lugar repleto de Ouro e árvores medicinais.

Noah conheceu o Jardim Real, o achou incrível, e fez uma viagem pelo interior da floresta Amazônica, e conheceu uma tribo, obviamente ele não foi sozinho, estava acompanhado por outras pessoas, umas que já conheciam e sabiam tudo sobre aquele local, e outros assim como ele, foram conhecer, havia também pintores e escritores.

Depois de ter saído do Brasil, Noah foi para o México, conhecer  as praias Caribenhas, que já ouvira falar, e gostaria muito de conhecer.

Noah registrou muito de suas viagens pelo mundo em quadros, feitos por ele mesmo, que havia se dedicado um pouco as artes, para afeiçoar-se e fazer os seus próprios quadros para gravar suas viagens, e excursões em volta de todo o mundo, vista por seus próprios olhos.

Noah era um viajante. Ele adorava isso. Viajar, arriscar-se e conhecer novas culturas, absorver as coisas a sua frente, evoluir.

O jovem aprendera muito em suas viagens, conhecimento com certeza era o que ele tinha de sobra, conhecia vários artistas importantes, e grandes nomes reais, até porque ele era filho de Darcy Bennett, o falecido Duque de Gordon.

Noah sempre fora preparado para assumir o ducado de seu pai, principalmente porque era filho único, a gravidez de sua mãe sempre fora de risco.

Ás vezes, Noah perguntava-se como seria se ele tivesse irmãos, ou irmãs, se ele gostaria ou não, mas lá no fundo ele sabia que sim, que gostaria de ter irmãos para sair, ou irmãs para sentir ciúmes de quem se aproximasse delas.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora