• 25 de Maio, 1819
Enquanto Noah reunia informações sobre Judith, Elisabeth ia visitar sua mãe, até aquele fatídico domingo que sua mãe falecera.
Noah foi surpreendido pela dor da perda, pelo sentimento de falta, por uma angústia que jamais pensara en sentir novamente.
Nem quando seu pai se foi, ele sentira tanta dor quanto naquele maldito domingo.
Toda a sociedade Londrina compareceu ao enterro e velório de sua amada mãe. A duquesa de Gordon.
Elisabeth não saira de seu lado um minuto sequer, e ele agradeceu-a por isso, mentalmente.
Noah apenas ouvia as lamentações das pessoas, e agradecia pela presença de cada uma delas, fazia tudo em estado automático.
Ele estava ao lado do túmulo da mãe, e havia colocado suas flores preferidas próximas a ele.
Naquela hora da tarde restavam apenas a família de Elisabeth e alguns parentes próximos.
— Vai ficar tudo bem. — Elisabeth disse antes de abraça-lo.
Seus olhos estavam vermelhos, ela deveria ter chorado também.
Ele sabia que ela havia se apegado a mãe, igual a duquesa havia se apegado a jovem.
— Eu sei. — disse Noah, apertando-a contra si, e sentindo seu perfume doce.
Ela afastou-se um pouco dele, tal aproximação em público não era adequada, já que eles não eram nada além de bons amigos.
— Como estão os seus pretendentes? — perguntou Noah, de repente, segurando a mão dela.
— Estão bem, o melhor deles é Kyle. Mas, você sabe que não quero casar-me. — respondeu Elisabeth.
O coração de Noah quebrou-se.
Ela não pensava nele como um pretende? — perguntava-se Noah.
Ela não gostou dos momentos que eles tiveram juntos? Dos seus beijos? De suas carícias?
— Boa sorte com sua escolha. — desejou Noah, seco.
Ele ficou com raiva, por que ela não o notará? Ela não havia percebido que ele nutria sentimentos por ela?
— Obrigada. — agradeceu, Elisabeth, forçando um sorriso.
— Você tem que ir, Elisabeth. Na verdade, é melhor eu ir.— disse Noah, antes de afastar-se de Elisabeth e olhar mais uma vez para o túmulo da mãe.
Noah seguiu em passos firmes até sua carruagem sem olhar para trás, ele não queria encarar Elisabeth. Estava com raiva para fazer isso, poderia fazer ou falar alguma besteira que a machucaria.
Naquele momento, em que observava Elisabeth pelas janelas da carruagem, parecendo estar sem rumo e sem entender sua atitude. Noah sentia-se culpado por ter tratado Elisabeth de tal maneira, ele havia sido um grosso.
A carruagem começou a mover-se, em direção a sua casa.
Noah não vira sua prima Daisy desde a parte final da cerimônia em homenagem à sua mãe. A prima havia sumido, ou talvez, tivesse voltado para a mansão Gordon.
Noah ficara pensando em todo o trajeto para casa, em como já sentia tanto a falta de sua mãe, ela era tão jovem em seu ponto de vista, ele não queria que mãe partisse, e o momento já havia chegado, e ele nem pôde se despedir direito.
Ele havia saído quando sua mãe falecera, quando chegou em casa deparou-se com a prima chorando no sofá da sala:
"— O que aconteceu, Daisy? Por que está chorando? Alguém a machucou? — perguntou Noah, aproximando-se da prima, ao vê-la chorando.
Daisy negou com a cabeça, antes de dizer:
— Pior. — disse em prantos e soluços.
— Está me deixando preocupado, prima. O que está acontecendo? — perguntou Noah, preocupado.
Daisy não falava nada, apenas chorava.
— Daisy, o que de ruim poder ter acontecido... — Noah, parou de falar quando percebeu que poderia ter acontecido o pior com a mãe, e de fato acontecerá.
— Noah, ela se foi, Noah. — disse Daisy, abraçando-o.
— N-ão, Daisy, minha mãe não. — disse Noah, tentando não chorar, ele teria de ser forte.
— Aonde está o corpo? Como foi...?
— Aconteceu muito rápido, nós estávamos tomando chá, e então ela disse que não estava se sentindo bem, e então, então ela deixou a xícara cair e caiu, comecei a gritar por ajuda, mas... mas ela já estava morta. — disse Daisy, soluçando.
Noah não queria pensar nisso, mas ele imaginou a morte da mãe do jeito em que Daisy a narrou.
— A-aonde está o corpo dela?
— Os médicos e criados levaram para a suíte dela. — disse Daisy.
— Tente ficar calma, eu cuidarei de você prima. — disse Noah, antes de afastar-se da prima, e seguir para a suíte da mãe.
Noah queria que tudo aquilo fosse apenas um sonho ruim. Um pesadelo.
Aquilo não poderia ser real, mas quando Noah entrou na suíte da mãe, e viu o seu corpo estirado sob a cama, viu que era real, sua mãe estava morta, diante de seus olhos. Sua pele estava pálida, e seu pulso já não pulsava mais.
Noah gritou, aquilo não poderia ser real. Mas era. Noah passou algumas horas encarando a mãe morte, ele ainda queria acreditar que ela levantaria-se dali e o abraçaria, mas não foi isso que aconteceu."
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O DUQUE [CONCLUÍDA]
Roman d'amourO Duque Elisabeth Hastings, uma bela jovem da sociedade Londrina, quer aventurar-se pelo mundo, enquanto seus pais, pretendem arranjar o melhor casamento para a filha, com o mais afortunado dos homens, já que a sua filha é uma esmeralda, como eles m...