27. Elisabeth Hastings

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• 17 de Maio, 1819

Em algumas horas seria o baile de Arabella, e Elisabeth reencontraria Noah, ela ansiava por isso.

Já estava pronta.

Ela trajava um vestido vermelho que combinava com seus longos cabelos ruivos. Havia duas tranças finas feitas na raiz de seu cabelo, que eram puxadas para trás e encontravam-se no meio de sua cabeça, o resto do cabelo estava solto e um pouco enrolado nas pontas.

Elisabeth descia as escadas na companhia de seu irmão, Alain, que estava igualmente elegante em seus trajes de festa.

— Todos estão aqui? — perguntou Emma, contando os filhos e certificando-se de que todos estavam bem apessoados.

Despediram-se da irmã mais nova que ficaria em casa, e seguiram a caminho da carruagem que os levaria até a Casa de Gordon.

Elisabeth sentou-se ao lado da janela da carruagem, como sempre.

— Ansiosa para ver o seu amado? — brincou Alain, ajeitando suas luvas.

— Nem comece. — disse Elisabeth, ríspida.

Não queria estar de mau humor ao chegar no Baile, e temia como seria sua interação com o duque, já que seus irmãos estavam cientes da amizade entre eles.

— Não é hora para isso, Alain. — disse Emma, repreendendo o filho.

O irmão parou de encher a sua paciência em todo o trajeto até o baile, e se entreteve numa conversa com Henri.

A carruagem parou em frente ás escadas da frente da casa de Gordon, e Henri ajudou a irmã a descer, apoiando-a com firmeza no chão e a família entrara junto ao salão de festas.

Elisabeth passou o olho pelo salão, a procura de Noah, ele deveria estar lá, tinha de estar.

O lugar estava bem iluminada com as velas acessas nos elegantes lustres, a música se tratava de uma música alemã antiga, os convidados já presentes se misturavam uns aos outros, ansiosos pela presença do duque.

— Procurando o Duque? — perguntou Henri, que estava com as mãos entrelaçadas nas suas.

Elisabeth assentiu, seria uma boba se tentasse negar.

— Não é ele com aquela bela jovem ao seu lado? — perguntou Alain, apontando com queixo para Noah e para a jovem que realmente estava ao seu lado.

Noah estava conversando com uma jovem, de cabelos louros, baixa, ela trajava um vestido amarelo que combinava com ela. Ela parecia tão delicada e majestosa.

Eles riam enquanto conversavam, pareciam ser íntimos. E aquilo vez o coração de Elisabeth se apertar.

Noah viu, os encarando. Os dois falaram algo, e começaram a caminhar até eles.

O coração de Elisabeth se acelerou.

— Boa noite. — disse Noah, à ela e a sua família.

Elisabeth e sua família os respondeu com toda a educação que possuíam.

— Gostaria que conhecessem minha prima, Daisy, quase uma irmã para mim. — apresentou Noah, apoiando sua mão no cotovelo na prima.

Quando Noah apresentou Daisy como sua prima, Elisabeth sentiu seu coração se acalmar, desacelerar e sorriu, aliviada. Não conseguia entender aquele sentimento.

Por alguns minutos, que pareceram uma eternidade para Elisabeth, ela pensou que Daisy fosse qualquer outra coisa para Noah, menos uma prima.

— Apresente sua família, Lady Elisabeth. — pediu Noah, fazendo ela retornar seus pensamentos ao momento presente.

Ela assentiu antes de começar a apresentar a família, deixando o nervosismo e a insegurança de lado:

— Meus pais, lady Emma e Callum Hastings, que você já conheceu, e meus irmãos, Henri e Alain.

— É um prazer revê-los, creio que minha mãe adoraria conhece-los, também. — disse Noah.

— Faço das palavras de meu primo, as minhas. — disse Daisy, gentilmente, como uma princesa que dava as graças aos seus servos.

Logo a família havia separado-se, os pais de Elisabeth foram conversar com uns amigos que estavam presentes no Baile. Henri já estava dançando com alguém. Sobrando apenas, Elisabeth, Alain, Noah e Daisy.

— Me daria a honra desta dança, Hastings? — perguntou Noah, estendendo a mão para Elisabeth.

— Claro, Vossa Graça. — disse Elisabeth, deixando ser guiada por Noah até o centro do salão. Deixando Lady Daisy e o irmão, Alain, para trás.

— Essa é a primeira vez que dançamos juntos. — comentou Noah, lhes posicionando para o começo da valsa.

— É verdade. Aliás, você não dança mal. — disse Elisabeth, sorrindo. Pela luva, Elisabeth sentia pouco do calor das mãos do duque.

— Obrigado, querida Elisabeth. — agradeceu Noah, aproximando um pouco mais seus corpos um do outro.

Os dois rodopiavam pelo salão enquanto a valsa tocava. Elisabeth sentia-se flutuando.

Eles dançaram mais duas músicas depois da valsa, trocavam apenas algumas palavras, acharam que era mais do quê o suficiente. Elisabeth sabia que de certa forma, estava sendo escandalosa, mas Noah era seu amigo.

— Você é uma ótima companhia, Bennett. — sussurrou Elisabeth.

Noah lançou um dos mais encantadores sorrisos que ele já lançara à ela.

E aquilo a fez odiar a si mesma, porque apenas com um sorriso ela sentia-se apaixonada por ele. Que tipo de problema ela tinha?

— Há um lugar que eu ainda não apresentei a você. — disse Noah, de maneira sexy.

— Que lugar? — perguntou Elisabeth, encarando Noah com uma sobrancelha erguida.

— Um pouco mais de meu mundo.

Elisabeth estava empolgada para conhecer um pouco mais do mundo de Noah.

Elisabeth sorriu.

Os dois saíram discretamente do salão, e subiram as escadas conversando, com Noah guiando-a para algum lugar desconhecido por ela, mas que ela imaginava ser a sua suíte.

Noah abriu a porta de sua quarto, e deu passagem para Elisabeth entrar primeiro.

— Gostou? — perguntou Noah, quando eles entraram na suíte.

Noah observava cada olhar de Elisabeth.

Elisabeth olhava todo o quarto. Ele era grande, as paredes eram azuis em um tom mais forte, havia uma cama de dossel, uma estante com livros, uma poltrona ao lado da cama, uma pequena cômoda ao lado da cama, uma escrivaninha e grandes janelas que deveriam dar a uma varanda, duas portas que deveriam dar ao seu closet, havia também um lareira na suíte.

— Gostei. É a sua cara. — comentou, antes de voltar a olhar para Noah.

Noah sorriu para ela.

Noah caminhou até sua escrivaninha, abriu uma das gavetas e retirou uns papéis.

— Olhe estes desenhos, eu que fiz, são algumas das cidades que visitei. — Disse Noah, entregando os papéis para Elisabeth.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora