7. Elisabeth Hastings

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Elisabeth estava lendo mais um livro de geografia, quando sua irmã mais nova, Violet entrou em seu quarto correndo, e logo em seguida sua mãe apareceu correndo em seu quarto, também.

Ela as encarou sem entender o motivo para aquilo. As vezes, sua família agia de modo estranho.

— O que está acontecendo? — perguntou Elisabeth, fechando seu livro. — Quem morreu?

— Chegou uma carta para você! — disse Violet, animada.

— Não seja boba, não estaríamos animadas se alguém tivesse falecido. — repreendeu a mãe.

— A não ser que fosse a tia odiosa...

— Elisabeth Hastings! — a mãe a calou com apenas um olhar

— Carta? Para mim? De quem será? Vamos, me dêem a carta! — ela fechou o livro e encarou as mãos da mãe.

— O duque de Gordon! — Disse Mrs. Hastings, entregando-lhe a carta e encarando-a com expectativa.

Ela desejou que a correspondência tivesse sido entrega por um criado, e não pela mãe que lhe encheria de perguntas e seria ao máximo severa de que ela imaginava.

Elisabeth, agradeceu pela mãe ter a decência de não ter lido a carta, ao menos isso.

Ela abriu cuidadosamente a carta, e começou a ler, em sua mente, não em voz alta, para que sua irmã e mãe não soubessem sobre o conteúdo que continha na carta:

   "Não sei o porquê, mas não consigo ignorar as perguntas sobre você que rodeiam minha mente, isso é um problema, senhorita Elisabeth Hastings?

    Noah Bennett."

Elisabeth sorriu ao ler a carta. Ela também não poderia negar que gostaria de saber mais sobre Noah Bennett. E lhe era surpreende de que ele fosse um duque, quando conversaram, não se passou por sua mente qual tipo de nobre ele seria, e não era isso que importava para ela.

— E então? — perguntou, sua mãe. Fazendo-a lembrar-se de que não estava sozinha.

— Nada demais.

— Como nada demais? O duque envia uma carta à você, e você diz "nada demais"?! Dê-me isso, agora. — ordenou com rigidez, batendo o pé levemente no chão.

— Para mim, é nada demais, mamãe. — disse Elisabeth, revirando os olhos. Não queria que sua mãe criasse expectativas, seriam apenas bons amigos. Por que ele olharia justamente para ela?

— Vai responde-lo, não é? — perguntou, Violet, atrás das saias da mãe.

— Certamente, se mamãe permitir — Elisabeth, olhou para as duas que estavam encarando-a ansiosas. — Vamos, saíam, preciso de privacidade, por favor. — disse, as expulsando.

Elisabeth costumava responder correspondências em nome da família, a mãe havia a treinado para quando virasse uma senhora da casa.

Contrariadas, a irmã e a mãe saíram, Elisabeth releu a carta, antes de escrever uma carta-resposta em resposta à Noah Bennett:

"Talvez, você tenha algum problema, senhor Bennett, mas para ter certeza, acho que você deve ir consultar-se.

   Atenciosamente, Elisabeth Hastings."

Elisabeth não poderia negar, estava ansiosa pela resposta. Ela entregou a carta-resposta para um criado ir deixar na casa de Noah, a Casa de Gordon.

As perguntas que rodeavam a cabeça de Elisabeth eram: "Quanto tempo terei de esperar para receber uma resposta?", "ele irá rir do que eu disse?", "ele irá responder?".

Ela não saberia explicar o motivo para tal ansiedade e falta de paciência para esperar por uma resposta, geralmente, ela não costumava se empolgar com aquele tipo de coisa.

Aliás, por que ela estava conversando com ele através de cartas? Por quê ele a enviou uma carta?

Ele era o Duque!

O que poderia querer com ela? Talvez, a sua amizade, quem sabe? Elisabeth esperava que fosse assim.

O que mais Elisabeth poderia fazer para o tempo passar rápido e chegar logo a resposta de Noah. Ela nem sabia se teria uma resposta, mas preferiu acreditar que sim.

Elisabeth voltou a concentrar-se em seus livros. Era isso. A ajudaria a controlar a sua apreensão pela resposta. (Se houvesse uma resposta.)

Elisabeth não aguentou muito tempo ler, e começou a andar pela sua casa, talvez ajudasse um pouco.

Elisabeth desceu as escadas e seguiu pelo corredor direito, depois foi para a esquerda e saiu na varanda, ela atravessou as portas e sentou-se no parapeito da varanda, com cuidado, para não escorregar e cair no chão.

Sua mãe odiava quando ela fazia isso, faltava morrer de preocupação, mas realmente era perigoso.

Elisabeth avistou Alain, conversando com Henri, pareciam estar se divertindo.

Elisabeth pediu aos céus que eles não estivessem falando besteiras, o que era uma das coisas que eles mais falavam, e ela detestava isso.

Alguns minutos depois, Violet juntou-se à eles. Bom, pelo menos eles não iriam falar nenhuma besteira na frente da criança, não é?

Elisabeth virou-se e pulou do parapeito da varanda, entrando em casa e fez o mesmo caminho de minutos antes, e correu até onde os irmãos estavam. Seria bom estar junto a eles.

Elisabeth junta-se à eles.

— O que estão fazendo? — perguntou, sentando-se na grama verde.

— Nada. — respondeu Alain, balançando a cabeça.

— Pensei que estavam se divertindo. — comentou Elisabeth.

— É que você chegou. — disse Henri.

— Obrigada pela parte que me toca. — revirou os olhos, os irmãos adoravam provoca-la, assim como ela também adorava provoca-los.

O irmão podia falar esse tipo de coisa à ela, mas ele a amava muito. Ela sabia.

— De nada, sempre que precisar. — disse Henri, sorrindo.

— Me pergunto como você vai arranjar alguém assim.

— Tenho meus atrativos, irmãzinha.

— Quero nem imaginar o que seja. — balançou a cabeça em negativa.

— Melhor mesmo. — Disse Henri, sorrindo ao trocar alguma olhares com Alain.

— Idiota. — disse, mostrando a língua à ele.

— Infantil. — retrucou.

Elisabeth mostrou a língua para ele novamente.

— Isso que ela faz quando acabam as respostas. — disse Alain, sorrindo.

— Não estou falando com você. — disse Elisabeth, arrancando um pouco da grama e jogando no irmão.

— Eu não fiz nada! — Alain, rebateu a irmã, jogando grama nela também.

Elisabeth sorriu ao conseguir desviar do ataque dele.

— Crianças. — disse Henri, inflamando o peito como se fosse superior à eles.

— Você também, estava minutos antes discutindo com ela! Quem perde tempo discutindo com ela?

— Todos vocês.

— Ela está certa. — disse Violet, sorrindo.

— Viu só. — disse Elisabeth, levantando-se e apontando para a irmã mais nova.

— Vamos entrar. — Alain disse ao pegar Violet no colo.

— Me ponha no chão! — disse Violet, rindo, mas obviamente gostaria de continuar no colo do irmão enquanto ele lhe enchia de cócegas.

Eles entram novamente na casa, fazendo graça.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora