22. Noah Bennett

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• 15 de Maio, 1819

Mesmo com nojo do pai, Noah voltou a ler os diários do pai naquela manhã.

— Passagem de 11 de Outubro, 1794:

"Ás vezes, pergunto-me o que é preciso ser feito para ser bem sucedido e feliz. Mas, acreditava eu que, quem tinha dinheiro tinha tudo, tudo que me falta para ser feliz é Judith, minha amada, e um herdeiro, que logo Arabella me dará (finalmente, já que esse é o papel dela)."

Nojo e ira, era esse o sentimento que definia Noah naquele momento. Como o pai podera fazer aquilo com uma mulher incrível como sua mãe?

Será se a mãe sabia disso? Que o seu pai não a amava?

Judith, esse era o nome da amada de seu pai. — Noah, repetia o nome da mulher citada como a amada de seu em sua mente.

Noah estava ansioso, como todas as outras vezes antes de ver Elisabeth. Uma carruagem já havia ido busca-la em sua casa.

Sua mãe sentiu-se mais disposta hoje. O que era ótimo, e o deixava mais confortável.

— Vamos, querido. — chamou sua mãe, batendo na porta de sua suíte.

— Estou indo, mamãe. — disse Noah, abrindo a porta de sua suíte, e encontrando sua mãe, de pé esperando-o com um sorriso no rosto.

— Quero conhecer Elisabeth melhor, acha que ela irá gostar de mim, querido? — perguntou, a mãe de Noah.

— Ela irá adora-la. — disse Noah, juntando seus braços e descendo as escadas junto à mãe.

Sua mãe, queria que eles conversassem no jardim, onde ela pedira que montassem uma tenda, e colocassem uma mesa com cadeiras e comidas. Ela achava o local mais agradável e fresco.

Enquanto, Noah e sua mãe caminhavam até a tenda seguindo uma trilha de arbustos bem postos, avistaram Elisabeth acompanhada por um mordomo e sua dama de companhia, aproximando-se da tenda, também.

Noah admirou-a, ela estava linda, como sempre. Ela estava trajando um vestido longo cor-de-rosa claro, com detalhes brancos, seu cabelo ruivo estava solto, e usava um chapéu redondo branco.

— Ela está linda. — comentou, Mrs. Bennett, encarando Elisabeth.

— Sim, está. — concordou Noah, sorrindo.

Cada vez mais eles estavam próximos à Elisabeth.

— Vossa Graça. — disse, Hudson, que acompanhava Elisabeth até a tenda.

Noah assentiu para ele, com um sorriso breve.

— Elisabeth. — cumprimentou Noah, antes de depositar um beijo na mão de Elisabeth.

— Noah. — disse Elisabeth, sorrindo para ele.

Ele sentiu seu coração derreter. Então, riu de si mesmo.

— Essa é minha mãe, Arabella. — apresentou, sua mãe que estava ao seu lado. — E, mãe, essa é a Elisabeth.

— É um prazer conhecê-la, senhora Bennett. — disse Elisabeth, gentilmente.

— É o meu também, querida. Vamos nos sentar, quero conhece-la melhor, Noah falou bastante de você. — disse Mrs. Bennett, sentando-se.

Noah e Elisabeth, assentiram e sentaram-se lado a lado.

— Você está linda. — sussurrou Noah, no ouvido de Elisabeth.

— Obrigada. — agradeceu Elisabeth, corando.

— Não deixei a moça envergonhada, Noah. Não foi assim que lhe criei. — disse Mrs. Bennett, sorrindo.

Noah e Elisabeth entreolharam-se e riram junto à duquesa.

— Acredito que devo contar histórias de quando Noah era criança. — comentou Elisabeth.

— Ah, não mamãe, por favor. — pediu Noah.

— Por que não? — perguntou Mrs. Bennett, encarando o filho.

— É, por que não? Adoro histórias assim. — Disse Elisabeth.

Noah balançou a cabeça.

— Conte então. — disse Noah, para a mãe, emburrado.

— Certo. Uma vez, Noah queria porque queria nadar no Rio Tâmisa, claro que, como uma boa mãe não seria maluca para deixar, porém ele teimou comigo e foi do mesmo jeito.

— Essa história não. — resmungou Noah, interrompendo a mãe.

— Deixe-me continuar, Noah. — reclamou, Mrs. Bennett.

— Prossiga. — disse Noah, irritado.

— Prosseguindo, Noah foi até a margem do rio e ficou encarando-a, talvez estivesse pensando se realmente iria me desobedecer, enquanto ele decidia, Darcy e eu estávamos observando tudo mais ao longe, quando Noah de repente caiu, e suas roupas ficaram presas a algo, e bom, ele acabou ficando nu, na frente de várias pessoas. — disse Mrs. Bennett, rindo.

Elisabeth não aguentou, e riu junto à Mrs. Bennett, cobrindo a boca com a mão.

— Em minha defesa, acabou tendo uma ventania e eu me desequilibrei.

— Era um castigo. — disse Mrs. Bennett.

— Por quê? Eu não havia feito nada de errado.

— Mas estava pensando em me desobedecer, desobedecer mãe é pecado. — explicou Mrs. Bennett.

— Quantos anos você tinha? — perguntou Elisabeth.

— Uns nove ou dez anos por aí. E, a água estava muito gelada. — disse Noah, tremendo ao lembrar daquele fatídico dia.

— Com certeza deveria ter sido um castigo. — disse Elisabeth.

Arabella e Elisabeth entreolharam-se e olharam para Noah, antes de rirem novamente, Noah não conseguiu resistir as risadas das duas, e riu também.

Apesar dele ter passado vergonha na frente de várias pessoas anos atrás, a situação parecia engraçada agora, era apenas uma velha lembrança do passado.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora