6. Noah Bennett

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• 08 de Maio, 1819

Noah dava voltas e mais voltas na sala de estar, ele simplesmente não conseguia parar de andar, precisava movimentar as pernas.

Ele não sabia exatamente o que fazer, não que ele não tivesse coisas para fazer, porque ele tinha, só não queria e não estava concentrado o suficiente para faze-las do jeito certo.

Noah, por algum motivo, não sabia o porquê de ficar pensando naquela garota do baile anterior. Ele admitia que ela era lindas, mas era o suficiente para estar em seus pensamentos? Ele sentia que não.

Ele jurou por Deus que, se pensasse mais uma vez naquela maldita garota que dominara seus pensamentos, ele jogaria-se de algum prédio alto de Londres.

- No que tanto você pensa, querido? Está tão distraído, está com algum problema? - perguntou Arabella, preocupada.

- Não, nenhum. - disse Naoh, parando de andar, e sentando-se.

- Você tem certeza? É que não parece. - comentou, voltando a concentrar-se em seus afazeres.

Noah retirou-se da sala de estar e foi até o escritório de seu pai, que agora era seu escritório. Precisava fazer algo, precisava ocupar sua mente com alguma coisa que não levasse a ela. Nunca havia se sentido dessa forma por alguém. Não era paixão e não era amor, mas jamais negaria a atração. Estava curioso.

Noah pegou um papel-cartão, e escreveu para Elisabeth. Depois chamou um criado.

A princípio, ele não a enviaria, mas já que estava feito, por que não enviar?

Ele não sabia o porquê de estar fazendo aquilo, Noah não estava pensando direito, era o que ele pensava, ele estava agindo por impulso, algo que raramente faria.

Quem garantia que ela iria responde-lo?
Que iria gostar de ele ter lhe enviado uma carta?

Não havia garantia, era claro. Mas não custava tentar, certo?

Se caso ela o respondesse, ele prosseguirá com isso, (o que quer que seja que ele estava fazendo).

Noah resolveu escrever:

"Não sei o porquê, mas não consigo ignorar as perguntas sobre você que rodeiam minha mente, isso é um problema, senhorita Elisabeth Hastings?

Noah Bennett."

Noah estava certo, ele enviaria a carta, talvez fosse se arrepender futuramente, mas ele enviaria.

- Peço que envie para senhorita Elisabeth Hastings. - pediu, entregando a carta nas mãos do criado.

Noah sabia que o criado encontraria o endereço da jovem em algum lugar. Não deveria haver tantas Elisabeth's Hastings em Londres.

- Será enviada agora mesmo, senhor. - disse, o criado antes de sair da sala.

Elisabeth Hastings. Esse nome que tanto rondava sua mente.

- Noah, querido - disse, sua mãe entrando em seu escritório. - Esqueci de pergunta-lhe se encontraste alguma jovem solteira que se interessasse no baile. Então, encontrou? - perguntou, sentando-se de frente para ele.

Encontrou? Ele nem se quer procurou, ou prestou atenção nas jovens que iam até ele, e ele se arrependia de não ter prestado atenção nas jovens. Mas ele não tinha culpa delas serem um "saco", ele não tinha culpa de não ter se interessado em ao menos uma delas.

- Ah, nenhuma, quem sabe no próximo? - disse Noah, tentando mostrar-se interessado em encontrar uma esposa.

- Você precisa encontrar alguém logo, querido. Precisa continuar o ducado de seu pai, não quero pressiona-lo, já se passou um certo tempo... - lembrou Arabella, querendo o melhor para o filho.

Era tudo o que uma mãe queria. O melhor para o filho.

- Eu sei, mãe, logo encontrarei, eu prometo. - disse Noah, suspirando, antes de deixar um beijo terno no dorso da mão da mãe.

Ele teria de fazer aquilo. Era necessário, mas agora a questão era: Quem será a jovem? Onde ele iria encontrá-lá?

A mãe suspirou aliviada, ela apenas queria que o filho encontrasse alguém, alguém para amar e lhe dar filhos que eles amassem tanto, que eles dariam a própria vida à eles, e bom, ela queria ser avó também.

- Tenho que ir ao encontro com minhas amigas, vamos tomar um chá, voltarei antes do jantar. - disse Arabella, antes de depositar dois beijos em sua bochecha e sair, deixando-o sozinho novamente.

Noah estava inquieto, queria ter logo uma resposta da senhorita Elisabeth.

Ele sabia esperar, mas detestava o fazer. Era enfadonho, era o ele achava.

Noah estava a relembrar uma de suas viagens ao Japão, com os pais. Ele tinha mais ou menos uns dezessete anos, quando foram ao lugar, em abril.

Noah achou o lugar interessante, era tranquilo, havia muitos templos, Noah aprendeu bastante sobre o Hinduísmo. Sobre as vestimentas, tudo o que ele pôde absorver.

Os japoneses também tomavam bastante chá, como os ingleses, o que era explicável, já que, a Inglaterra influenciou um pouco a sua cultura, ou eles influenciaram a Inglaterra.

Noah amou os pratos japoneses. Exóticos, porém saborosos, alguns estranhos, mas não ruins, apenas diferentes.

Ele sempre gostou de experimentar coisas novas, o fazia ter vontade de viver, de continuar no mundo.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora