5. Elisabeth Hastings

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De alguma maneira, Elisabeth sentia-a se bem conversando com Noah Bennett, ele não parecia uma má companhia, ou uma má pessoa e de certa forma, ela não queria o repelir para longe, o que geralmente acontecia quando estava com outros jovens.

— Mas, o quê a senhorita não fez? — perguntou Noah.

— Deixe disso, me chame apenas de Elisabeth. Bom, eu deveria estar conversando com os meus pretendentes agora. — explicou. Por mais que soubesse que sua mãe teria um ataque de nervos se a visse conversando tão tranquilamente, abertamente e lhe dando o direito de chamá-la pelo nome, não se importou.

— E por quê não está fazendo isso? — perguntou Noah, parecendo interessado em ouvi-la. Ela estava surpresa, era difícil alguém se importar tanto com algo assim.

— Você faz muitas perguntas. — respondeu francamente.

— Desculpe-me, sua vida me parece bastante interessante.

Por alguns segundos, Elisabeth pensou que ele estava sendo irônico. A vida de uma dama seria tudo, menos interessante.

— Quem me dera. — comentou Elisabeth, suspirando, não queria lamentar-se, mas no fundo estava fazendo isso o tempo inteiro em sua própria mente.

— Há algo de errado com os seus pretendentes?

— Também.

Elisabeth, virou-se olhando para as portas das varanda, lá vinha seu irmão, Henri. Estaria em uma enrascada em poucos segundos.

Seria melhor ir logo antes que seu irmão chegasse.

— Tenho que ir, boa noite. — disse, afastando-se mais de Noah. Mas não sem antes acrescentar: — não foi tão ruim conhecê-lo, senhor Bennett.

Noah sussurrou un igualmente e ela assentiu, atravessando as portas da varanda.

— Com quem estava conversando? — perguntou Henri, seu irmão, quando a irmã aproximou-se dele.

— Não era ninguém, você deve estar vendo coisas. — tentou disfarçar.

— Vou acreditar em você, Beth. — disse Henri, colocando o braço da irmã junto ao dele, enquanto caminhavam até os seus pais. Era uma péssima mentirosa, e Henri fingir que acreditava nela, significaria que ele ficaria atento aquilo.

— Aonde você esteve a festa inteira, Elisabeth? — perguntou Emma, irritada.

— No salão, mamãe. — i que não era mentira, já que ela passou no máximo 10 minutos na varanda, e que também esteve junto à mãe e aos pretendentes com quem ela a obrigou conversar e dançar.

A mãe não disse mais nada, sabia que era que parte de seu comentário era verdade.

Elisabeth havia sido "liberada" para aproveitar a festa, sem precisa ir até os pretendentes e sentou-se em uma das cadeiras para tomar um pouco da limonada servida.

Ela agradeceu ao céus, apesar de quê não havia muito coisa para ela fazer lá, antes de ir embora.

Elisabeth estava cansada, queria ir para casa, já estava com bastante sono, provavelmente estaria, literalmente, morta no dia seguinte.

Os pais, finalmente a chamaram para ir para casa, estava realmente tarde, talvez já fosse meia-noite, ou uma hora da manhã e parte de si estava satisfeita.

As ruas estavam silenciosas,  calmas e frias, e era fácil ouvir os sons das patas dos cavalos se chovendo com o chão.

Elisabeth não via hora para chegar em casa, ela queria apenas retirar aquele vestido e deitar-se em sua confortável cama de casal e se embrenhar em seus lençóis.

Quando Elisabeth chegou em casa, não soube de ontem tirou forças para correr até o seu quarto, retirou sua roupa e a trocou o mais rápido possível com a ajuda de uma criada, antes de jogar-se em sua cama.

Elisabeth imediatamente pegou no sono, ao cobrir-se com seu cobertor e deitar a cabeça em seu travesseiro.

• 08 de Maio, 1819

Elisabeth estava exausta, e nem sabia o porquê, apenas não queria levantar-se da cama quando Violet veio chama-la.

Ela parecia não ter mais forças em suas pernas e braços. Estava se sentindo mole, como se estivesse doente ou algo assim, dormir tarde não fazia nem um pouco bem a ela.

Uma de suas criadas trouxesse seu café da manhã em seu quarto – o que era um privilégio.

Elisabeth mal tocou em seu desejum. Algo que ela não sabia explicar, já que amava comer. Seu estômago parecia embrulhado e o peito apertado.

Elisabeth demorou um bom tempo, antes de finalmente poder aproveitar a refeição na bandeja que estava a sua frente.

Depois de seu desejum, Elisabeth foi arrumar-se, para ver se seu humor melhorava e ela ficasse mais esperta e com energia. Talvez, um banho fosse o que ela estava precisando naquele momento.

Enquanto uma criada esfregava seu braço esquerdo, Elisabeth listava coisas para fazer, ela não queria ficar à toa.

Com certeza haveria coisas para aprender hoje. Tinha que ter, se não tivesse, ela poderia muito bem inventar algo, talvez, fosse disso que ela precisava, algo para distrair sua mente.

Elisabeth saiu da banheira, vestiu um roupão e foi até seu closet.

— Preciso de uma roupa leve. — disse Elisabeth, procurando algo para vestir.

Quando finalmente encontrou, vestiu-se com a ajuda da criada, felizmente, ela não seria obrigada a usar um espartilho.

Elisabeth sentou-se de frente para a sua penteadeira, e a sua ama penteou seus cabelos, enquanto perguntava como havia sido o baile, se havia gostado, se havia se interessado em alguém.

Elisabeth gostava de conversar, não importava de quem se tratava, talvez importasse um pouco, principalmente quando se tratava de alguém que ela detestava.

Elisabeth levantou-se, e saiu de seu quarto, seguiu o corredor esquerdo, desceu as escadas e foi para a parte direita da casa, ela estava indo para o seu lugar predileto ali. A vasta biblioteca.

Elisabeth sempre ia para lá, para se esconder, para brincar, para ler, para estudar. Para tudo.

Com certeza era a sua segunda casa, ou segundo quarto.

Seu pai sempre contava histórias para ela ali, talvez seja por isso o seu amor por aquele lugar, as lembranças do passado, de quando era apenas uma menininha.

Elisabeth adorava aprender coisas novas. Sobre lugares, geografia, filosofia, história. Pessoas.

Ela entrou na biblioteca, pegou três livros e sentou-se em uma poltrona que sempre sentava, e começou a ler um dos livros para distrair-se.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora