Noah foi ao baile com sua mãe. O caminho até lá havia sido tranquilo, Arabella sabia como deixar qualquer um confortável, mesmo que essa pessoa em questão estivesse indo para o abate.
E é claro que, ao chegar lá praticamente toda a atenção foi voltada à ele. Noah não achou o local tão péssimo, apenas não gostou de toda aquela atenção indesejada.
O sufocava. E ele detestava ser sufocado, fazia se sentir preso e sem muitas saídas.
Noah dançou com algumas moças, forçado pelas mães, é claro, porque se fosse por ele, estaria em casa deitado. E por sua própria mãe também, ela queria casa-lo logo e havia deixado claro que não mediria esforços.
O lugar era grande, agradável, e tocava músicas de seu gosto. Mas faltava algo, e ele não sabia explicar exatamente o quê.
Talvez faltasse animação, algo para faze-lo querer estar ali, falar com tais pessoas, tratar sobre tais assuntos, como política, ou algum esporte, que por sinal, Noah detestava.
Noah não gostou tanto assim das prentedentes. Não sentiu nada, para falar a verdade. Estava tudo tão chato e ele sabia que parte delas não seria tão adequada assim para ser uma duquesa.
Aquilo era uma perda de tempo. — Naoh, repetia mentalmente para si mesmo.
O que ele estava fazendo ali mesmo? O que queria? — perguntava-se.
Aonde ele havia se metido?
Noah dançou, tomou vinhos, conversou sobre política, e o futuro do ducado de Gordon, mesmo contra a sua vontade. Estava cumprindo seu dever, ao final das contas.
Noah cansou-se. Ele queria um pouco de ar, precisava sair dali. Ar livre, era o que ele precisava naquele momento. Ficar longe daquela gente toda.
Noah seguiu para a varanda mais próxima à ele, ficaria um pouco lá, antes se despedir de Lady Eloísa e retornar a Casa de Gordon junto a sua mãe.
Havia uma moça, cabelos vermelhos, vestida em um vestido azul, debruçada na varanda observando o Jardim. Noah pensava em sair de lá enquanto havia tempo.
Talvez ela queira um pouco de ar também. — pensou Noah, observando-a.
Mas como era possível uma jovem querer estar ali? E não no baile, dançando, conhecendo seus pretendentes.
Era inacreditável para ele.
Ele não deveria estar tão surpreso assim, já que, já que já vira de tudo um pouco ao redor do mundo. Mas ainda sim, ele estava surpreso a ver a jovem ali, alheia a tudo que se passava dentro do salão.
Noah aproximava-se devagar, para não assusta-la, ou algo do gênero.
— Posso ficar aqui com você, senhorita? — Noah perguntou, chamando a sua atenção. Ele queria sair de lá, mas algo o fez ficar.
Noah não queria atrapalhar o seu momento ali, ele poderia procurar outro lugar se a jovem quisesse.
— A-hã, claro, eu acho. — disse a jovem desconhecia, virando-se a procura de sua voz, antes olha-lo.
Ela parecia atordoada com sua presença ali, Noah entendia bem o porquê.
Os dois ficaram encarando-se por alguns instantes, antes de a jovem voltar a sua posição anterior e voltar a observar o jardim a sua frente.
Ficou bem claro para ambos que o silêncio que pairava no ar entre eles era bastante incômodo. Muito incômodo.
— É um belo jardim. — comentou, a jovem desconhecida por ele. Noah sentia uma necessidade desconhecida de falar algo.
Ela parecia querer falar. Talvez, ele não goste tanto do silêncio, ou talvez de minha presença. — pensou Noah.
Noah não poderia negar que ela era um bela jovem.
— Devo concordar. Ah, que falta de educação a minha, sou Noah Bennett, e a senhorita? — perguntou, posicionando-se de frente para mesma. Ele sabia que alguém deveria apresenta-los, e não ele se apresentar a ela. Porém, não havia ninguém ali para culpa-lo.
— Elisabeth Hastings. — apresentou-se, a bela jovem.
Noah tomou sua mão e depositou um beijo na mesma, talvez, por uma fração de segundo, ele sentiu uma queimação por baixo do tecido da luva de Elisabeth.
— É um prazer conhecê-la, senhorita Elisabeth Hastings. — disse sorrindo de lado.
— Acho que posso dizer o mesmo, senhor Bennett. — respondeu com tranquilidade.
Noah intrigou-se com a resposta da jovem, nunca alguém falara assim com ele – pelo menos não uma dama inglesa.
— Acha? — perguntou, Noah, erguendo a sobrancelha.
— Acho. — disse decidida, antes de prosseguir com uma explicação para tal: — Ainda não sei se pode ser bom conheço-lo, quem me garante que o senhor será uma ótima companhia enquanto escondo-me aqui?
— Talvez seja uma boa explicação, senhorita. — comentou, Noah, sorrindo.
— Talvez. — repetiu, Elisabeth.
Noah não conseguiu conter-se ao perguntar:
— Do que a senhorita esconde-se?
— A pergunta correta seria: "De quem a senhorita esconde-se?"
— Certo, lady Elisabeth Hastings. De quem a senhorita esconde-se?
— De minha mãe, é claro. — respondeu Elisabeth, sorrindo, como se fosse óbvio.
— Mas, por quê, posso saber? O que a senhorita fez?
— A pergunta certa seria: "O que a senhorita não fez?"
Noah riu, antes de dizer:
— Só faço perguntas erradas à senhorita.
— Notei isso também. — Disse antes de rir.
Noah gostou da jovem. Ela com certeza tinha senso de humor, e parecia uma ótima companhia, ao menos uma companhia diferenciada. O sorriso dela era encantador e o contagia de alguma forma.
Era o que parecia. Algo o fez sorrir.
Ele não saberia explicar, caso perguntassem à ele o porquê disso.
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O DUQUE [CONCLUÍDA]
RomansaO Duque Elisabeth Hastings, uma bela jovem da sociedade Londrina, quer aventurar-se pelo mundo, enquanto seus pais, pretendem arranjar o melhor casamento para a filha, com o mais afortunado dos homens, já que a sua filha é uma esmeralda, como eles m...