13. Elisabeth Hastings

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Elisabeth montou no cavalo com a ajuda de Noah, e de certa forma, sentia-se íntima dele, talvez estivesse delirando.

— Para onde vamos? — perguntou Elisabeth, arrumando-se em cima do cavalo.

— Surpresa. — disse Noah, montando em seu cavalo.

Elisabeth detestava ficar curiosa, e ir a algum lugar sem saber onde ficava exatamente. Mas sua criada estava ali, o que temeria?

— Sério?

— Sim. — afirmou Noah.

— Quem me garante que estarei indo diretamente na direção da morte?

— A senhorita parece gostar de mistério.

— Sim, decerto que gosto. — concordou.

— E, você não estaria aqui se não achasse seguro.

— O senhor tem razão. — disse Elisabeth, sorrindo, sentindo-se levemente culpada pela rápida desconfiança.

Noah estava cavalgando ao lado de Elisabeth, guiando-a a algum lugar desconhecido por ela.

Elisabeth estava ansiosa por estar a sós com Noah, e isso não fazia o menor sentido – mas eles não estavam tão sozinhos assim, com a criada a metros deles, e também havia um cavalariço junto a eles.

— Fale-me sobre o senhor. — pediu, Elisabeth, querendo diminuir o silêncio entre eles.

— Estamos aqui para falar da senhorita.

— Se for assim, posso dar meia volta e ir embora. — retrucou, Elisabeth.

Ela queria conhecer Noah. Algo dentro dela pedia por isso.

— Okay, você venceu. O que quer saber sobre mim?

Hmmm... o que ela gostaria de saber sobre ele?

— O quê Vossa Graça, mais gosta de fazer? — poderia ser uma pergunta boba, mas faria com que ela soubesse um pouco mais sobre ele.

O duque pensou bem antes de responde-lá:

— Viajar.

— Quais lugares você já conheceu? — perguntou Elisabeth com interesse. Era um tópico que ela apreciava bastante.

Elisabeth já ouvira que o Duque havia viajado por vários lugares do mundo ao longo dos anos. E ela gostaria de ouvir diretamente dele, ouvir as suas histórias de viagens pelo mundo, ela queria ouvir a sua voz. Era isso.

— Alemanha, França, Nova Inglaterra. Índia, Japão, Bahamas, Brasil, África, Caribe, México, Austrália.

Elisabeth estava impressionada. Sempre quis conhecer esses lugares, ou ao menos alguém que já estivera lá.

— Isso é incrível, Noah! O que você faz aqui? Quer dizer, se você pode conhecer todos esses lugares, por que voltou à Londres? — Elisabeth deixou de lado toda a pompa na qual deveria se referir a ele.

— Prometi a minha mãe que voltaria logo à Londres, não posso deixa-lá aqui sozinha. — explicou.

— Entendo. — disse Elisabeth, assentando.

— E a senhorita, o que gosta de fazer? — perguntou Noah, aproximando mais o seu cavalo Mileto, do cavalo em que Elisabeth estava montando.

— Gosto de ler, cavalgar, mas gostaria mais de viajar.

— Vejo que nos daremos muito bem, Hastings. — comentou, Noah.

— Pensei que isso já estivesse acontecendo. — sorriu discretamente, antes de olhar para a crina do cavalo que a levava.

Noah sorriu também.

— Concordo com a senhorita, Hastings.

— Aonde estamos indo? — Elisabeth perguntou mais uma vez, já que ainda não sabia onde aquele caminho que estavam fazendo iria dar.

— A uma montanha, a senhorita irá gostar da visão de lá, eu acho. — supôs.

— Com certeza irei gostar.

Elisabeth amava essas coisas.

— Então, talvez eu tenha acertado no que poderíamos fazer. — comentou.

— Talvez. — concordou.

— O que você faz em seu tempo livre? — Noah, perguntou.

— Leio e cavalgo, e você?

— Também faço essas coisas, e viajo.

— Conte-me sobre algum lugar que o senhor amou conhecer, e o porquê. — pediu Elisabeth, ajeitando sua postura.

— Deixe-me pensar.

— Estarei esperando. 

— Há alguns anos, fui sozinho para a Índia, bom, uma cultura totalmente diferente da nossa, há vários budas lá, visitei alguns templos, e uma das melhores perfumarias do mundo ficam lá.

— Já li sobre isso em algum livro, mas não consigo recordar-me qual. 

— Continuando, acho lá um lugar um tanto confuso.

— Por quê? 

— Porque lá as coisas são todas soltas, vou tentar lhe explicar, por exemplo, os animais andam juntos com as pessoas, e carruagens.

— Deve ser bem... agitado. Não perigo?

— Muito, e há tantas regras. — disse Noah.

— Aqui também.

— Não é isso, lá é tudo bem mais rígido, não pode ter demonstração de carinho nas ruas, há regras para as roupas, para as castas, para voltar para casa. —  Explicou Noah.

— Ah, compreendi, meu pai já falou-me sobre isso. Mas gostou de lá?

— Gostei.

— Por quê?

— Bom, acho que porque as suas crenças chamaram bastante a minha atenção.

— Só por isso? — Perguntou Elisabeth.

— Sim.

— Nenhuma paixão de viagem? Um romance? — Perguntou Elisabeth, curiosa.

— Não, e mesmo se houvesse, não daria certo, você sabe, e eu seria preso.

Elisabeth assentiu, sorrindo.

Mesmo com tantas regras a serem seguidas na Índia, Elisabeth gostaria de a conhecer, o modo de vida das pessoas de lá, seus costumes, tudo. Parecia interessante e diferente, um ótimo lugar para ela explorar e se adaptar.

— Por que gostou das crenças deles? — Perguntou Elisabeth.

— Achei diferente. Tem uma que eu acho ótima, mas foi difundida na China, havia um símbolo, o Yin e Yang.

— Como é? — Perguntou Elisabeth.

— Bom, é representado por uma esfera dividida no meio, um lado é o Yin e o outro Yang, o Yin é pintado de Branco, que significa o bem, e o Yang é pintado de Preto que representa o mal. Na parte Branca, a uma pequena bola que é pintada de Preto, que quer dizer o "bem no mal", e na parte preta, há uma uma pequena bola pintada de branco, que quer dizer o "bem no mal", e isso significa o equilíbrio entre o bem e o mal. — explicou Noah, didaticamente.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora