Elisabeth montou no cavalo com a ajuda de Noah, e de certa forma, sentia-se íntima dele, talvez estivesse delirando.— Para onde vamos? — perguntou Elisabeth, arrumando-se em cima do cavalo.
— Surpresa. — disse Noah, montando em seu cavalo.
Elisabeth detestava ficar curiosa, e ir a algum lugar sem saber onde ficava exatamente. Mas sua criada estava ali, o que temeria?
— Sério?
— Sim. — afirmou Noah.
— Quem me garante que estarei indo diretamente na direção da morte?
— A senhorita parece gostar de mistério.
— Sim, decerto que gosto. — concordou.
— E, você não estaria aqui se não achasse seguro.
— O senhor tem razão. — disse Elisabeth, sorrindo, sentindo-se levemente culpada pela rápida desconfiança.
Noah estava cavalgando ao lado de Elisabeth, guiando-a a algum lugar desconhecido por ela.
Elisabeth estava ansiosa por estar a sós com Noah, e isso não fazia o menor sentido – mas eles não estavam tão sozinhos assim, com a criada a metros deles, e também havia um cavalariço junto a eles.
— Fale-me sobre o senhor. — pediu, Elisabeth, querendo diminuir o silêncio entre eles.
— Estamos aqui para falar da senhorita.
— Se for assim, posso dar meia volta e ir embora. — retrucou, Elisabeth.
Ela queria conhecer Noah. Algo dentro dela pedia por isso.
— Okay, você venceu. O que quer saber sobre mim?
Hmmm... o que ela gostaria de saber sobre ele?
— O quê Vossa Graça, mais gosta de fazer? — poderia ser uma pergunta boba, mas faria com que ela soubesse um pouco mais sobre ele.
O duque pensou bem antes de responde-lá:
— Viajar.
— Quais lugares você já conheceu? — perguntou Elisabeth com interesse. Era um tópico que ela apreciava bastante.
Elisabeth já ouvira que o Duque havia viajado por vários lugares do mundo ao longo dos anos. E ela gostaria de ouvir diretamente dele, ouvir as suas histórias de viagens pelo mundo, ela queria ouvir a sua voz. Era isso.
— Alemanha, França, Nova Inglaterra. Índia, Japão, Bahamas, Brasil, África, Caribe, México, Austrália.
Elisabeth estava impressionada. Sempre quis conhecer esses lugares, ou ao menos alguém que já estivera lá.
— Isso é incrível, Noah! O que você faz aqui? Quer dizer, se você pode conhecer todos esses lugares, por que voltou à Londres? — Elisabeth deixou de lado toda a pompa na qual deveria se referir a ele.
— Prometi a minha mãe que voltaria logo à Londres, não posso deixa-lá aqui sozinha. — explicou.
— Entendo. — disse Elisabeth, assentando.
— E a senhorita, o que gosta de fazer? — perguntou Noah, aproximando mais o seu cavalo Mileto, do cavalo em que Elisabeth estava montando.
— Gosto de ler, cavalgar, mas gostaria mais de viajar.
— Vejo que nos daremos muito bem, Hastings. — comentou, Noah.
— Pensei que isso já estivesse acontecendo. — sorriu discretamente, antes de olhar para a crina do cavalo que a levava.
Noah sorriu também.
— Concordo com a senhorita, Hastings.
— Aonde estamos indo? — Elisabeth perguntou mais uma vez, já que ainda não sabia onde aquele caminho que estavam fazendo iria dar.
— A uma montanha, a senhorita irá gostar da visão de lá, eu acho. — supôs.
— Com certeza irei gostar.
Elisabeth amava essas coisas.
— Então, talvez eu tenha acertado no que poderíamos fazer. — comentou.
— Talvez. — concordou.
— O que você faz em seu tempo livre? — Noah, perguntou.
— Leio e cavalgo, e você?
— Também faço essas coisas, e viajo.
— Conte-me sobre algum lugar que o senhor amou conhecer, e o porquê. — pediu Elisabeth, ajeitando sua postura.
— Deixe-me pensar.
— Estarei esperando.
— Há alguns anos, fui sozinho para a Índia, bom, uma cultura totalmente diferente da nossa, há vários budas lá, visitei alguns templos, e uma das melhores perfumarias do mundo ficam lá.
— Já li sobre isso em algum livro, mas não consigo recordar-me qual.
— Continuando, acho lá um lugar um tanto confuso.
— Por quê?
— Porque lá as coisas são todas soltas, vou tentar lhe explicar, por exemplo, os animais andam juntos com as pessoas, e carruagens.
— Deve ser bem... agitado. Não perigo?
— Muito, e há tantas regras. — disse Noah.
— Aqui também.
— Não é isso, lá é tudo bem mais rígido, não pode ter demonstração de carinho nas ruas, há regras para as roupas, para as castas, para voltar para casa. — Explicou Noah.
— Ah, compreendi, meu pai já falou-me sobre isso. Mas gostou de lá?
— Gostei.
— Por quê?
— Bom, acho que porque as suas crenças chamaram bastante a minha atenção.
— Só por isso? — Perguntou Elisabeth.
— Sim.
— Nenhuma paixão de viagem? Um romance? — Perguntou Elisabeth, curiosa.
— Não, e mesmo se houvesse, não daria certo, você sabe, e eu seria preso.
Elisabeth assentiu, sorrindo.
Mesmo com tantas regras a serem seguidas na Índia, Elisabeth gostaria de a conhecer, o modo de vida das pessoas de lá, seus costumes, tudo. Parecia interessante e diferente, um ótimo lugar para ela explorar e se adaptar.
— Por que gostou das crenças deles? — Perguntou Elisabeth.
— Achei diferente. Tem uma que eu acho ótima, mas foi difundida na China, havia um símbolo, o Yin e Yang.
— Como é? — Perguntou Elisabeth.
— Bom, é representado por uma esfera dividida no meio, um lado é o Yin e o outro Yang, o Yin é pintado de Branco, que significa o bem, e o Yang é pintado de Preto que representa o mal. Na parte Branca, a uma pequena bola que é pintada de Preto, que quer dizer o "bem no mal", e na parte preta, há uma uma pequena bola pintada de branco, que quer dizer o "bem no mal", e isso significa o equilíbrio entre o bem e o mal. — explicou Noah, didaticamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O DUQUE [CONCLUÍDA]
RomansaO Duque Elisabeth Hastings, uma bela jovem da sociedade Londrina, quer aventurar-se pelo mundo, enquanto seus pais, pretendem arranjar o melhor casamento para a filha, com o mais afortunado dos homens, já que a sua filha é uma esmeralda, como eles m...