33. Elisabeth Hastings

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• 08 de Junho, 1819

Desde que Noah a deixou de forma fria no cemitério, Elisabeth ficou mal, ele nunca falará assim com ela, talvez fosse a dor da perda da mãe falando mais alto.

Noah, provavelmente precisava de tempo para lidar com a perda da mãe que ele tanta amava. Elisabeth jamais conseguiria imaginar a dor que ele sentia.

Era insuportável ficar longe dele.

Já faziam duas semanas que eles não se falavam, nem pessoalmente e muito menos por meio de cartas.

Ela não conseguia entender o motivo para tal afastamento repentino.

Seus pretendentes aumentaram bastante desde que fora vista com Noah Bennett, o duque.

Kyle estava mais próximo à ela.

Estava claro que os pais querem que ela se case com ele. Mas não era o que ela queria. Cada vez mais ela se via distante dos seus sonhos de viajar pelo mundo.

Por que ela simplesmente não poderia fazer o que quisesse?

Ela detestava ter nascido em uma época dessas, onde as mulheres eram submissas aos seus maridos, e não podiam fazer quase nada que e quisessem.

Aquilo a sufocava.

— Você está bem, Beth? — perguntou Violet, entrando no quarto da irmã.

— É claro que estou, por que não estaria? — perguntou Elisabeth, fechando o livro, e levantando-se.

— Você está distante, Alain notou também, não foi só eu. — explicou Violet, aproximando-se da irmã.

— Não estou, não. — disse Elisabeth, cruzando os braços.

— Está sim. O duque nunca mais veio aqui, vocês brigaram? — perguntou Violet, sentando-se na cama da irmã.

Elisabeth abriu a boca para responder a irmã, mas não sabia o que dizer.

Eles não brigaram, Elisabeth sequer sabe o que aconteceu. Nem nos dois últimos bailes que foi o viu por lá.

— Não sei o que aconteceu, Let. — disse Elisabeth, antes de começar a chorar.

Ela realmente estava chorando, coisa que não fazia normalmente. As lágrimas corriam pelo seu rosto, e pingava em seu vestido deixando marcas redondas nele.

— O duque disse algo rude a você? — perguntou Violet, abraçando-a.

— Não, esse é o problema. — respondeu Elisabeth, com dificuldade.

— Então, você quer que ele seja rude com você? — perguntou Violet, confusa.

— Não, não foi isso que eu quis dizer. — disse Elisabeth, rindo.

— Então, o quê? — Perguntou Violet, irritada sem entender o significado por trás das palavras da irmã.

— O problema é que Noah não fala mais comigo. — explicou Elisabeth, a irmã.

— Ah, você fez algo que o irritou?

— Não que eu me lembre. — disse Elisabeth, fungando.

— Pois ele é um idiota por deixa-la assim. — disse Violet, cruzando os braços.

Elisabeth sabia que deveria repreender a irmã por falar de maneira rude para o uma dama, mas não era o momento.

— Eu que sou uma idiota por ter me apegado tanto à ele.

— Não, ele que é, ele é... — Violet procurava por insultos em sua mente — Ele é um patife por faze-lá sofrer dessa maneira. — disse ficando vermelha de tanta irritação.

— Olhe a língua, Violet Marie Hastings! — disse Elisabeth, imitando a mãe.

Violet explodiu em gargalhadas, Elisabeth acompanhou-a.

— Você fica em mais bonita sorrindo. — disse Violet, secando as lágrimas de Elisabeth.

— Obrigada. — agradeceu.

— Tente não pensar no Duque, vamos faze algo para distrai-la. — disse Violet, puxando Elisabeth pela mão.

Elisabeth sorriu, como ela amava aquela pequena.

Violet ajudou Elisabeth a distrair-se durante todo o dia.

•  11 de Junho, 1819

Elisabeth estava inquieta, ela desceu até o escritório de seu pai, e pegou uns papéis-cartão e uma pena.

Ela precisava comunicar-se com Noah.

Elisabeth quebrou o orgulho, e escreveu uma carta para Noah:

   "Estou preocupada com você, você sumiu. Sei que não temos nada, mas sinto sua falta.
   Quando puder, ou quiser falar comigo, estarei aqui.

   Carinhosamente, Elisabeth Hastings."

Elisabeth pediu para um criado entregar a carta a Noah.

— Estava escrevendo para ele, não é? — perguntou Alain, que estava encostado na porta de seu quarto, observando-a.

— C-como você sabe? — perguntou Elisabeth, surpresa demais para lhe negar uma resposta.

— Sei que sente a falta dele, irmãzinha. Ele irá voltar, você só precisa de paciência.

Elisabeth encarou o irmão, sem compreender suas palavras.

— Ele está viajando, Beth. É só isso que posso lhe contar. — explicou, Alain.

— Como você sabe? — foi tudo o que Elisabeth conseguiu perguntar.

— Daisy. — disse Alain, com um sorriso no rosto.

Elisabeth não poderia negar que havia percebido a aproximação dos dois nessas últimas semanas.

— Quem diria, o meu irmão libertino está apaixonado. — disse Elisabeth, rindo.

— Não sou mais assim, você sabe. — disse Alain. — mamãe lhe deu permissão para usar essa palavra?

Era verdade, o irmão estava mudando, ele estava amadurecendo, estava deixando de sair todas as noites para divertir-se.

— Eu sei, só estava brincando. O que mais você sabe sobre essa viagem de Noah? — perguntou Elisabeth. — mamãe não precisa saber de nada.

— Ele foi atrás de alguém, e esse alguém é bastante importante. É só isso que sei.

Elisabeth assentiu, como forma de agradecimento.

Medo. Esse sentimento apoderou-se de Elisabeth. E se for uma mulher? Uma paixão? Será se Noah deixará de gostar dela? — perguntava-se Elisabeth.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora