• 18 de Maio, 1819
Noah estava tentando pensar em algo para que Elisabeth, seja sua, apenas sua, mas ele não sabia o que fazer.
Ele sabia que ela não queria casar-se agora, mas haveria algo.
Daqui a pouco, ela estaria chegando em sua casa, para um chá com sua mãe e prima, Daisy.
Ele gostaria de vê-la.
Novamente, Noah se via lendo os diários do pai:
— Passagem de 11 Julho, 1795:
"Hoje, finalmente, Arabella derá a luz ao meu herdeiro. Ao herdeiro oficial, quero dizer, o que assumirá o meu ducado. O ducado de Gordon."
Noah encarava perplexo o que acabará de ler.
Ele tinha um irmão? Fora do casamento? Um bastardo.
Como isso era possível?
Como meu pai conseguiu esconder isso por tanto tempo? — Perguntava-se Noah.
Sua mãe sabia disso? Noah precisava conversar com ela, não era possível ela não saber de um coisa dessas, precisa tentar entender tudo isso.
Como ela poderia ter casado com alguém como seu pai?
Noah desceu as escadas e seguiu até o Jardim em passos rápidos, onde a mãe estava com a prima e com Elisabeth.
— Com licença, desculpe-me por atrapalha-las, mas, preciso conversar com você, mãe. — disse Noah, urgente, deixando-a preocupadas.
A mãe olhou para as duas jovens, antes de levantar-se.
— Com licença. — disse Arabella para Daisy e Elisabeth.
Eles foram para um canto mais distantes de Daisy e Elisabeth, mas conseguiam vê-las e vice-versa.
— Algum problema, filho? — perguntou Arabella, ao filho, aflita.
— Mãe, é sobre os diários.
Arabella assentiu, para que o filho prossegui-se como o assunto.
— Você sabe o que tem neles? O mais ou menos o conteúdo deles? — perguntou Noah, seriamente.
Arabella assentiu, triste, baixando sua cabeça, para não encarar o filho.
— Ah, mamãe. — disse Noah, abraçando sua mãe, de lado. Ele havia entendido.
Ela sabia que seu pai o traíra, que tivera outro filho. Ela era uma mulher forte por suportar uma coisa como aquela.
Noah sentia-se mal pela mãe, e com vontade de matar o pai, mas ele já estava morto, embaixo dos sete palmos da terra, o que Noah estava achando pouco naquele momento.
Como o pai poderá fazer aquilo com a mãe? Uma mulher dedicada, amável e tudo o que uma mulher poderia oferecer. Noah não conseguia compreender aquilo. Não fazia sentido.
— Você quer procurá-lá? — perguntou, sua mãe, com firmeza.
— Quem? A mulher? — perguntou Noah, confuso.
— Não querido, a sua irmã, você ainda não chegou nessa parte do diário? — perguntou Arabella, distanciando-se o suficiente de Noah para que pudesse encara-lo.
— Que tenho um irmão? — perguntou Noah, ainda confuso.
— Não querido, você não tem um irmão, e sim uma irmã. — explicou Arabella.
Noah pensava que tinha um irmão, mas na verdade, ele tinha uma irmã.
— Eu sei, é meio... surpreendente, e novo para você.
— Sim. Você sabia disso desde quando? Você sabia que ele... que ele não amava? — Perguntou Noah, quase engasgando. Não deveria ter falado sobre aquilo com a mãe.
— Soube um tempo depois de nós nos casarmos, mas o que eu poderia fazer? Estava completamente apaixonada por seu pai. — disse Arabella. — e não havia nada do que eu pudesse fazer, preferi escolher a paz entre nós dois. Um bom casamento em cima disso.
— Mas, você soube que ele tinha uma amante, por que não fez nada? — não entrava na cabeça da mãe que ela havia aceitado a situação.
— O que eu poderia fazer? O coração de seu pai já era de outra pessoa, ele havia me dito, havia sido sincero comigo, mas o meu coração era dele. Quando nós nos casarmos, prometemos total devoção ao nosso cônjuge, e eu cumpri a promessa que fiz diante à Deus, e também amava muito seu pai, não queria ficar distante dele. — explicou Arabella, com os olhos brilhando.
Sua mãe era uma devota de seu pai, ela o amava mesmo depois de ele ter a traído, tendo uma filha com outra mulher. Sua mãe era uma Santa.
— Você é a mulher mais forte que já conheci. — disse Noah, sorrindo para a mãe.
— Acredito que sim. — disse Arabella, sorrindo. — mas não fique bobo com isso.
— Agora, vá aproveitar o seu chá com aquela jovens, e mamãe, pode chamar Elisabeth para mim, rapidinho?
— Posso sim. — disse Arabella antes de ir até Elisabeth.
Alguns segundos depois, Elisabeth levantou-se e foi até ele.
— Olá. — Elisabeth o cumprimentou timidamente.
— Como você está, Hastings? — perguntou Noah, antes de abraça-la.
Ela pareceu surpreender-se com o ato, mas logo retribuiu o seu abraço quente.
— Estou bem, e você? — perguntou Elisabeth, preocupada.
— Estou, preciso que você venha ver minha mãe todas as tardes, ela se apegou muito a senhorita, pode fazer isso?
Elisabeth assentiu, sorrindo.
— Ela é uma mulher maravilhosa, e sua companhia é uma das melhores. — disse Elisabeth, sorrindo. — não temos muito disso hoje em dia.
— Devo concordar, Hastings. Agora, temo que esteja tomando o seu tempo, tenho que fazer umas coisas, nós nos vemos depois?
Elisabeth assentiu, e afastou-se dele, voltando a tenda onde estavam sua mãe e prima.
Noah saiu de lá, e voltou para o seu escritório.
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O DUQUE [CONCLUÍDA]
RomansaO Duque Elisabeth Hastings, uma bela jovem da sociedade Londrina, quer aventurar-se pelo mundo, enquanto seus pais, pretendem arranjar o melhor casamento para a filha, com o mais afortunado dos homens, já que a sua filha é uma esmeralda, como eles m...