9. Elisabeth Hastings

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Assim que chegou a resposta de Noah, Elisabeth correu até seu quarto, e leu a carta-resposta enviada por Noah:

   "Conversei com um médico de confiança e ele disse-me: 'A melhor forma para você ficar bem, é conhecendo melhor a senhorita Hastings.'
   Foi isso que ele disse-me. Não vai deixar esse pobre homem que vos escreve mal, não é, Hastings?

   Carinhosamente, Noah Bennett."

Elisabeth, riu antes de começar a escrever algo em resposta para Noah:

"Se esse pobre homem convidar-me para fazer algo, quem sabe?

   Calorosamente, Elisabeth Hastings."

Depois que entregara a carta para um criado enviar até Noah, Elisabeth voltou até seu quarto e olhou além das janelas.

Elisabeth sentia-se diferente ao trocar cartas com Noah, não saberia dizer o quê exatamente sentia, mas totalmente diferente de qualquer outra coisa que já tivera vivido até então.

Noah será uma ótima companhia para mim. Até um bom amigo, acredito eu. — pensava, Elisabeth olhando o pôr do sol.

Como conseguirei viajar pelo mundo? Como conhecerei mais do que leio em livros? — perguntava-se Elisabeth.

Não posso casar-me. Meus pais são os melhores do mundo, mas realmente não posso, e espero que, um dia eles perdoem-me por não casar com nenhum dos pretendentes que eles querem, ou com alguém. — pensava Elisabeth.

Mas como irei sair daqui? — perguntava-se.

Elisabeth ouviu batidas na porta de seu quarto, e foi até a mesma abrir a porta.

Era Violet.

— Você pode fazer trança francesa em meu cabelo? — perguntou, a irmã.

— É claro que sim. — disse Elisabeth, dando passagem para a irmã. Uma criada poderia muito bem fazer, mas Violet havia pedido, e Elisabeth dificilmente negava algo a pequena.

Violet sentou-se na cama e Elisabeth pegou uma escova para pentear o cabelo da irmã antes de começar a fazer a trança francesa.

— De onde você conhece o duque? — perguntou Violet, curiosa.

— Do Baile.

Violet assentiu, parecendo pensar em mais perguntas para fazer para a irmã.

— Como ele é?

Elisabeth parou.

— Bom, ele é um pouco maior do que eu, tem cabelos loiros, olhos azuis, parece ser forte.

— Você achou ele bonito?

— Não parei para pensar nisso. — disse Elisabeth, voltando a arrumar o cabelo da irmã. Mas ela achava ele bonito, sim.

— Ele é gentil?

— Acho que... sim. — deu de ombros.

— Conte-me mais, por que ele escreveu uma carta para você? — insistiu nas perguntas.

— Você faz muitas perguntas, igual à ele.

— Desculpe-me, mas quero saber, não tenho culpa, ele faz muitas perguntas, é? — se agitou na frente da irmã.

— Sim, faz.

— Por que ele escreveu uma carta para você? — Perguntou, novamente.

— Ah, não faço ideia. — respondeu franzindo o senho.

Elisabeth olhou para a trança no cabelo da irmã, ficou ótimo. E ela estava conseguindo faze-la em tempo recorde, ou só estava apressada demais para se livrar das perguntas da mais nova.

— Terminei, diga-me o que achaste. — disse Elisabeth, afastando-se um pouco da irmã.

Violet levantou-se, e caminhou até a penteadeira como se fosse uma princesinha, e olhou-se no espelho para ver se ficou bom mesmo.

— Então... o que achaste? — perguntou Elisabeth, deitando-se na cama com os braços abertos.

— Ficou ótima! — disse Violet, passando a mão na trança.

— Eu sei.

— Obrigada. — agradeceu, deitando-se ao lado da irmã.

— Então...

— Então... — repetiu Violet.

— O que iremos fazer agora? Está faltando um pouco ainda para o jantar.

— Eu sei, me conte histórias, não sei, estou entediada.

— Um milagre. — comentou Elisabeth.

— Decerto. Como foi o baile? Encontrou outro pretendente além do Duque?

— O Duque não é um pretendente.

— Por que não? — perguntou Violet, virando-se para a irmã.

— Porque... não sei, não é, não.

— E os outros pretendentes?

— Você sabe como é nossa mãe, me fez conversar e dançar com metade dos pretendentes daquele salão, foi horrível. — confessou.

— Como você conheceu Vossa Graça?

— No momento em que consegui escapar de nossa mãe, quando fui a varanda, pegar um pouco de ar, ele apareceu lá, e nós começamos a conversar. — explicou.

— Simples assim?

— Foi. Como assim "simples assim"? — perguntou Elisabeth, confusa.

— Ah, você estava lá, sem querer nada e ele apareceu "Como um passe de mágica", e vocês conversaram.

— Sim, o quê tem nisso?

— É como nas histórias!

— Não comece! — disse Elisabeth, pegando um travesseiro. Tudo o que ela menos queria era sonhar com aquele tipo de coisa.

— Mas é! Vocês foram feitos um para o outro.

— Alguém está delirando. — cantarolou Elisabeth, jogando um travesseiro em Violet.

— Ei! Isso doeu! — disse Violet, pegando um outro travesseiro para jogar em Elisabeth.

—  HA HA HA! — gritou e comemorou Elisabeth, ao conseguir desviar do travesseiro jogado pela irmã.

Violet tentou acertar Elisabeth novamente.

— Que baderna é essa? — perguntou Mrs. Hastings, entrando no quarto da filha, colocando as mãos na cintura.

— Nada. — disse Violet, jogando o travesseiro no chão.

Elisabeth riu, antes de jogar o travesseiro que estava em suas mãos na mãe.

— Eu não acredito, Elisabeth Marie Hastings! — disse Mrs. Hastings, pegando o travesseiro que Elisabeth havia acertado nela.

— Foi sem querer, eu juro. — disse Elisabeth, tentando não rir, em vão.

A mãe encarou-a, antes de acertar a filha com o travesseiro, ela estava brava, mas queria distrair-se com as filhas.

— Certo, agora arrumem-se, vamos jantar, está na hora. — disse Mrs. Hastings, arrumando seus cabelos que estavam bagunçados e retomando a sua postura de matrona séria da casa.

As filhas fazeram o mesmo, antes de segui-la porta a fora para irem para a sala de jantar.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora