3. Elisabeth Hastings

6.1K 474 17
                                    


Elisabeth já estava pronta para ir ao baile, ela listava em sua mente o que poderiam ser os pontos fortes da noite enquanto subia as suas luvas e descia as escadas para chegar até a sala, aonde seus irmãos e pais estavam a esperando.

Ela foi com eles até a carruagem que os esperava, e entrou, logo em seguida seus irmãos e pais entraram. Todos, exceto Mrs. Hastings, falavam.

A carruagem seguiu para a casa de Lady Eloísa Peterson, durante o trajeto seus pais conversavam animadamente, estava claro a felicidade da mãe ao conseguir levar os filhos para o baile. Assim como Elisabeth, Henri e Alain detestavam esses encontros tanto quanto ela.

A carruagem parou, e todos desceram, um após o outro.

Alain, seu segundo irmão mais velho, a ajudou descer, era um pouco difícil descer e subir com aquele vestido pesado, Elisabeth xingou-se por ser mulher e ter que usar aqueles vestidos tão densos.

O seu vestido era longo, obviamente, era de um tom azul e havia um laço na cintura, suas luvas combinam com o tom do vestido, e o tecido era macio, seus longos cabelos ruivos estavam presos para trás, e sua maquiagem era leve, ela não gostava e exagerar, não gostava de chamar a atenção de tal maneira. Não porque achava feio, apenas porque não combinava com sua personalidade.

Apenas a ideia de estar sendo observava a deixava sem jeito, nervosa e desconcertada.

Elisabeth e a sua família entraram no grande salão, cumprimentam Lady Eloísa Peterson, e foram socializar com o restante dos convidados.

A música de fundo era calma, Elisabeth gostava, pelo menos isso ela não poderia reclamar e este era um dos pontos que ela havia listado de cabeça.

A mãe a guiou até um dos pretendes que havia adicionado na lista daquele ano, Elisabeth não sentia-se capaz de retrucar a mãe naquele momento, e não poderia negar o fato de que era importante para a mãe.

Elisabeth claramente estava desinteressada, e acabou arrumando uma desculpa para dar a mãe, e assim com mais três, até a mãe ir dançar com seu pai, Callum. Elisabeth agradeceu mentalmente ao pai, ela precisava se livrar logo disso. Precisava se livrar daquele vestido, sair daquele lugar e não fazia ideia de como executar seus planos.

Elisabeth dançou com o irmão Alain, e depois com Henri, seu outro irmão, até a mãe arrasta-la novamente para novos e entediantes pretendentes. Para Elisabeth todos eram iguais, e ela não gostava daquilo – e sempre deixava claro.

Como não poderia haver homens diferentes? Por que todos pareciam iguais em seus termos caros? Com as suas conversas sobre política e tempo? — perguntava-se Elisabeth enfadada de tanta conversa vazia e rasa daquele lugar, daquelas pessoas.

Elisabeth sentiu-se mal e pediu para ir ao toalete, obviamente a mãe permitiu. Ela respirou fundo e olhou-se no espelho. Parecia igual como sempre, e além do mais, seu rosto entregava o quanto estava insatisfeita.

Ela não queria estar ali. Àquilo a cansava, ficar parada a cansava. Quando saiu do toalete, decidiu passar por longe da mãe, seria bom estar um pouco fora de suas vistas.

Elisabeth tentava esconder-se discretamente entre as colunas do grande salão de festas de Lady Eloísa e esperava não ser pega.

— De quem você tanto se esconde? — perguntou Henri, seu irmão mais velho, assustando-a.

— Você me assustou! — disse Elisabeth, virando-se para encarar o irmão, que a observava sorrindo.

Ela revirou os olhos discretamente, tal ato não era bem visto na sociedade.

Henri estava tranquilo em sua vestimenta noturna, os olhos esverdeados a observava com divertimento, e o cabelo um pouco longo demais estava penteado para trás com perfeição.

— Você ainda não me respondeu.b— lembrou.

— Da nossa mãe, e dos pretendentes. — sussurrou, desviando rapidamente o olhar.

— Boa sorte, você sabe como ela é quando quer uma coisa. — disse Henri, antes de ir servi-se de vinho. Ele parecia tão tranquilo.


Como ele não está preocupado com as suas pretendentes? A mãe deles fez uma lista de ótimas pretendentes para ele (Não só para ele, com Alain e Elisabeth, também), pelos nomes que ela leu, todas estavam lá.

Talvez ele queira casar-se com uma delas, ou apenas casar, Elisabeth não fazia ideia do que se passava na cabeça do irmão.

Elisabeth, suspirou cansada. Ela não aguentava mais ficar ali.


Ao longe, avistou sua mãe a sua procura. Era óbvio que estava atrás dela, era a terceira temporada de Elisabeth – que a surpreendeu fortemente ao conseguir evitar os pedidos de casamento com maestria.

Elisabeth esquivou-se entre as colunas, a procura da varanda mais próxima em que pudesse se esconder, o irmão não havia feito nada para evitar que ela saísse de perto dele, e não se opôs a sua fuga.

Quando encontrou uma, agradeceu aos céus, e foi até ela, ela precisava de ar puro e distância da mãe.

Elisabeth debruçou os braços sob o batente da varanda, respirando o ar gelado da noite londrina, observando o belo e grande jardim a sua frente, estava melhor assim.

— Posso ficar aqui com você, senhorita? — ima voz firme e rouca perguntou, despertando-a e fazendo-a olhar a procura de onde vinha a voz.

— A-hã, claro, eu acho, senhor. — disse Elisabeth, um pouco atordoada com a repentina presença do desconhecido.

Os dois ficaram encarando-se por alguns instantes, antes de Elisabeth voltar a sua posição anterior e observar o jardim a sua frente, tentando esquecer que havia outra pessoa ali com ela, o que seria considerado inadequado, ela sabia, mas preferiu ignorar. Não eram coisas inadequadas que ela buscava?

Ficou bem claro para ambos que o silêncio que pairava no ar entre os eles era incômodo. Muito incômodo para deixar claro.

Ás vezes, não falar agoniava Elisabeth, ela amava falar, conversar, se expressar, mas havia momentos em que ela preferia ficar em silêncio, principalmente para evitar falar algo que não deveria, algo que fosse machucar alguém, principalmente alguém que ela amava.

O silêncio ers essencial em determinados momentos, deveria haver inteligência para saber usa-lo, e Elisabeth gostava de acreditar que ela possuía essa inteligência.

Sonhar as vezes não faz mal, não é?

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora