• 10 de Maio, 1819
Na noite anterior, Noah imaginou-se junto a Elisabeth de diversas maneiras, em diversos lugares, fazendo diversas coisas, divertindo-se juntos, conversando.
Ela com certeza o levaria a loucura, de alguma forma com certeza ela estava deixando-o maluco. O fato de Noah querê-la, estava deixando-o maluco.
Ele teria de esperar. Ela obviamente não iria casar-se com ele. Elisabeth deixou bem claro que gostaria de viajar pelo mundo, ao invés de casar-se.
Há um jeito de faze-la casar com ele, era o que ele acreditava, havia uma pequena possibilidade, e ele se agarraria à ela como se sua vida dependesse daquele, e de fato poderia depender.
Ele não gostou nada de admitir que estava apaixonado por ela. Sim, ele estava apaixonado por ela. Mas, obviamente não se apaixonar por ela seria algo inevitável. Ela era uma bela mulher, em todos os sentidos.
Era dela que ele precisava, era isso.
Para distrair-se, Noah pegara um dos diários de seu pai.
Eles eram grossos, e as capas eram de couro preto, estava com o seu nome em negrito:
"Duque de Gordon, Darcy Bennett".
Noah também tinha diários parecidos com os de seu pai, só que eles tinham o seu nome, ao invés de ter o de seu pai. Noah escrevia sobre as suas viagens em seus diários, gostava de narrar cada uma delas, talvez para recordar-se melhor um dia, quando estivesse bem mais velho.
Noah estava no escritório de seu pai, que agora era seu, sentado em uma das poltronas confortáveis que tinham dispostas lá.
O ano era 1786, 9 anos antes de Noah nascer, o dia do casamento de seus pais:
"Hoje seria o dia mais feliz de minha vida, caso estivesse casando-me com a mulher que eu amo verdadeiramente."
Noah fechou imediatamente o diário de seu pai.
Como meu pai não poderia amar minha mãe? Ela era uma mulher maravilhosa. E, por que ele não casou-se com quem queria já que não amava como dizia no diário? — Noah, perguntava-se.
Ele não conseguia compreender.
Noah foi surpreendido pela raiva, como seu pai não poderia amar sua mãe?
Noah abriu o diário novamente, e respirou fundo antes de voltar a lê-lo:
"Hoje seria o dia mais feliz de minha vida, caso estivesse casando-me com a mulher que eu amo verdadeiramente. Mas será necessário casar-me com Arabella. Ela será uma ótima duquesa, me dará um herdeiro e tudo dará certo, e o meu ducado continuará."
Noah estava impressionado com o que havia acabado de ler. Sua mãe sabia que seu pai não a amava?
No tempo em que seu pai era vivo, eles pareciam se amar, eles se davam bem, pareciam felizes. Como ele deixara se enganar pelas aparências?
Noah voltou a ler o diário do pai:
— Passagem de 09 de fevereiro, 1792:
"Arabella é uma ótima mulher, e me ama, mas falta algo entre nós, tenho certeza de que, sempre faltou algo, eu apenas ignorava isso. Não me arrependo tanto de ter casado-me com ela, já que ela é uma ótima duquesa, mas sinto falta de estar todos os dias com minha amada."
Noah não acreditava, seu pai realmente tinha uma amante e traíra sua mãe por todos esses anos.
Como ela nunca soubera? Como isso era possível?
Noah estava enjoado com as palavras de seu falecido pai.
Era difícil de acreditar, mas estava escrito ali nos diários do pai, com a caligrafia dele, infelizmente não havia como ser uma invenção.
Noah colocou os diários nas estantes que haviam no escritório novamente. Ele estava farto de tais palavras, quem sabe em outra hora ele terminaria de os ler. Agora não dava mais. Estava enfurecido com o falecido.
Noah caminhou até a mãe, que estava nos Jardins.
— Mamãe. — Noah disse, aproximando-se da mesma que, estava a olhar as suas preciosas plantas.
— Oh, querido, não havia notado sua presença. — disse Mrs. Bennett, virando-se para olhar o filho.
— Não há problema, acabei de chegar, estava no escritório. — explicou Noah.
Arabella assentiu encarando o filho.
— Não esqueça que hoje teremos o baile da senhora Westlefield. — lembrou a mãe, sorrindo.
Ela realmente queria casar o filho nesta temporada.
Noah sorriu.
— Vou me arrumar, sugiro que faço o mesmo. — sugeriu Mrs. Bennett, movendo a baía de seu vestido para tirar areia que estava nela.
Noah assentiu.
Logo a mãe sumiu de seu campo de visão.
Minutos depois, Noah entrou em casa, e foi para a sua suíte, ele precisava aprontar-se para ir ao baile. Por mais que não estivesse no clima, deveria cumprir seus deveres.
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O DUQUE [CONCLUÍDA]
RomanceO Duque Elisabeth Hastings, uma bela jovem da sociedade Londrina, quer aventurar-se pelo mundo, enquanto seus pais, pretendem arranjar o melhor casamento para a filha, com o mais afortunado dos homens, já que a sua filha é uma esmeralda, como eles m...