19. Elisabeth Hastings

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• 10 de Maio, 1819

Elisabeth não conseguia parar de pensar no beijo que deu em Noah, bom, no beijo que ele deu nela, mas ela retribuira, então foi o beijo deles. Era isso, foi o beijo deles.

Ás vezes, ela se pegava rindo sozinha ao relembrar o beijo, ela gostou do modo como ele tocou-a, de como havia acontecido.

Ela achou... Romântico, era isso. Eles estavam em pleno o pôr do Sol, ele havia sido delicado, para ela fora romântico.

Era normal sentir-se assim com relação a alguém?

Ela não conseguia para de pensar em Noah. Isso já estava deixando-a desesperada, ela nunca havia pensado tanto em alguém como ela estava pensando nele.

Noah não enviou nenhuma carta para ela durante todo o dia. Será que ela fez algo de errado? Será se ele odiou ou se arrependeu de te-la beijado?

Elisabeth não conseguia pensar direito, estava nervosa demais para tal. E ela estava naquele baile, será se eles se encontrariam? Provavelmente sim, ele estava atrás de uma noiva, e não havia melhor lugar para a encontrar uma do que num baile.

Louis Renoir caminhava em sua direção.

Não, não, não. — Elisabeth repetia em sua mente.

— Senhorita Hastings. — disse Louis, depositando um beijo em sua mão, por cima de sua luva.

Elisabeth forçou um sorriso.

— A senhorita me daria a honra dessa dança? — perguntou Louis, cordialmente.

Elisabeth abriu a boca para dispensa-lo, mas a mãe falou antes dela, e agora ela se via obrigada a dançar com Louis.

Louis guiou-a até o centro do salão para juntarem-se a outros casais que dançavam.

— Então, como você está, senhorita Hastings? — perguntou Louis, antes de gira-la.

— Estou bem, obrigada. — disse Elisabeth, curta.

Ela poderia estar sendo mal educada, mas não queria dançar com Louis, ou com qualquer outro rapaz. Se sua mãe soubesse disso, com certeza a mataria.

— É uma linda festa, não? — perguntou Louis.

— Certamente, senhor.

— Me desculpe pela indiscrição, mas a senhorita já está com alguém? — perguntou Louis, despertando a atenção de Elisabeth.

— Okay Milorde, e não, não estou com alguém. — disse Elisabeth, antes de rodopiar e ser trazida para os braços de Louis novamente.

— Bom saber. — disse Louis, sorrindo.

Na troca de música, Elisabeth e Louis saíram do centro do salão, distanciando-se dos casais que ainda dançavam alegremente.

— Vamos, Elisabeth, interaja com os outros rapazes. — despertou-a, sua mãe.

Elisabeth não queria interagir com os outros rapazes. A mãe a fizera falar com meia dúzia deles, como em todos os outros bailes. Como ela detestava isso.

Ela apenas queria tirar o longo vestido verde que vestia, colocar uma roupa confortável e deitar-se. Já estava cansada do baile da senhora Westlefield.

— Mamãe, por favor, já conversei com tantos que já perdi a conta. — reclamou Elisabeth.
  
— Elisabeth, por favor! — disse, a mãe irritada.

— A garota já está cansada, Emma, vamos para casa. — disse Mr. Hastings, pai de Elisabeth.

Elisabeth considerava seu pai um anjo.

— Obrigada, papai. — disse Elisabeth, abraçando o pai.

Emma bufou assentindo, ela odiava ser contrariada.

Eles despediram-se de algumas perguntas, antes de saírem da casa da senhora Westlefield, uma senhora elegante, que Elisabeth considerava particularmente uma senhora bastante simpática.

Elisabeth sentou-se perto de uma das janelas da carruagem e aproveitou para olhar para a lua, ela não aparecia muito, mas era possível ver um pouco de seu brilho que misturava-se junto com as velas acesas nos postes de Londres.

Elisabeth suspirou cansada, não demorou muito mais tempo para chegarem em casa, estava bastante tarde, a noite era calma.

Já com sua camisola, Elisabeth penteava seus cabelos, e pensava no porquê de Noah não ter comparecido ao baile de Westlefield.

Ele não estava a procura de uma esposa? Os bailes são ótimos lugares para encontra-las. Mas, e se Noah já tivesse encontrado-a? Por isso ele devia estar evitando-a.

Elisabeth riu sozinha, olha o que ela estava pensando, criando teorias mirabolantes que não tinham pé e nem cabeça.

Ela nunca fora assim, ao menos em relação a esse tipo de coisa. Mas sobre as suas futuras viagens... Ahh, como ela imaginava, e criava coisas em sua mente, não havia mal, não é?

Elisabeth suspirou, colocou sua escova de pentear o cabelo em seu lugar, e olhou-se no espelho. Ás vezes, ela não achava-se também bonita como falavam.

Ela gostava do tom de cor de seu cabelo, mas sentia que faltava algo em si mesma. Mas ela não ligava tanto para beleza. Ela achava algo superficial.

A beleza um dia acabaria, e o que sobraria depois? Ela acreditava que havia algo além das aparências, tinha de haver.

Elisabeth suspirou, e levantou-se da cadeira que havia de frente para a sua penteadeira e seguiu até a sua cama.

Elisabeth agradeceu pela cortinas de seu quarto da estarem fechadas, porque após deitar-se não conseguiria mais levantar.

Elisabeth resolveu soprar a vela de seu quarto, cobriu-se e adormeceu.

O DUQUE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora