Domingo a tarde, depois do evangelismo, chego perto da Bia.
— Aôo, obreira!
— E aí, Felipe. O que aconteceu?
— Só quero te chamar pro futuro.
— Hã?
— Nosso futuro.
Bia vira o rosto e expira profundamente.
— Vamos no parque? Na Caminhada do Amor?
— Sinceramente, não.
Já ouvi isso antes. A primeira vez doeu, mas dessa nem sinto.
— Olha, vai perder a chance da sua vida, obreira?
Ela suprime a risada, e eu apenas vou para o ponto de ônibus. Bruninho me entrega o Paulinho, que estava brincando com ele e as meninas. Daqui a pouco começa a primeira aula do Curso de Obreiros, na sede em Jakra. Tomo assento ainda sorrindo, mas ao ver uma mosca se batendo no vidro do ônibus, me controlo para não esmagá-la com uma palmada. Até porque sujaria minha mão, e já tomei um banho hoje.
— É, filho. Pelo menos você me ama, né?
Paulinho acena positivamente e me abraça.
— E eu também te amo, meu garoto. E não se preocupe. Você não vai crescer sem mãe. Prometo que vou conseguir uma para você.
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Quantas dúvidas
General FictionOs primos Felipe e Bruno tentam vencer os próprios defeitos ao lado de Bia, a obreira perfeita que abre mão da própria felicidade para ajudar os outros, apontando seus defeitos. Seus velhos amigos Meck e Valéria pensam estar bem, mas com as dificuld...