100 - Felipe

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Domingo a tarde, depois do evangelismo, chego perto da Bia.

— Aôo, obreira!

— E aí, Felipe. O que aconteceu?

— Só quero te chamar pro futuro.

— Hã?

— Nosso futuro.

Bia vira o rosto e expira profundamente.

— Vamos no parque? Na Caminhada do Amor?

— Sinceramente, não.

Já ouvi isso antes. A primeira vez doeu, mas dessa nem sinto.

— Olha, vai perder a chance da sua vida, obreira?

Ela suprime a risada, e eu apenas vou para o ponto de ônibus. Bruninho me entrega o Paulinho, que estava brincando com ele e as meninas. Daqui a pouco começa a primeira aula do Curso de Obreiros, na sede em Jakra. Tomo assento ainda sorrindo, mas ao ver uma mosca se batendo no vidro do ônibus, me controlo para não esmagá-la com uma palmada. Até porque sujaria minha mão, e já tomei um banho hoje.

— É, filho. Pelo menos você me ama, né?

Paulinho acena positivamente e me abraça.

— E eu também te amo, meu garoto. E não se preocupe. Você não vai crescer sem mãe. Prometo que vou conseguir uma para você.

Quantas dúvidasOnde histórias criam vida. Descubra agora