Trilogia COMPLETA ⚠ ATENÇÃO! Este é o segundo livro da trilogia A RESISTÊNCIA, a sinopse pode conter spoilers.
Após descobrir que Emily faz parte da Resistência, o Príncipe Nathan se verá em um perigoso jogo de mentiras e conspirações que promete de...
Tento controlar a ansiedade, mas ficar de braços cruzados esperando essa ligação para o Gabe é frustrante. No entanto, não há realmente muito a fazer, já que a resposta dele vai definir os próximos passos. Se ele tiver o antídoto, poderemos nos focar nos outros problemas. Se ele não tiver, a bomba-relógio vai continuar ativa nas nossas mãos.
— Preciso pegar um pouco de ar. Você quer vir? — Mere pergunta, tirando-me dos meus pensamentos.
Olho para ela que me dá um sorriso tímido. Queria ficar sozinha, mas acho que espairecer um pouco só vai me fazer bem.
— Também já não aguento estar presa neste prédio. — Digo, aceitando o convite.
Olho para o céu que está com um tom de cinza escuro. Não tenho dúvida que não vai demorar muito para cair um temporal.
Só espero que o Lucas chegue antes.
O vento gelado sopra me fazendo fechar mais a jaqueta. Olho para a Mere que parece realmente muito incomodada com o frio e a vejo fazer o mesmo antes de começar a esfregar as mãos.
— Posso fazer uma pergunta? — Ela quebra o silêncio quando chegamos ao grande pátio na lateral da escola.
— Sim. — Respondo incerta.
— Quem é o Lucas? — Ela não hesita. Imagino a curiosidade que deve ter despertado nela por saber que eu, Matt e Nathan temos como prioridade salvar a vida dele.
— O Lucas? — Repito tentando ganhar tempo e pensar em uma resposta. — É complicado.
— Desculpa, você não precisa falar se não quiser. — Ela sorri envergonhada.
Olho para o rosto dela e encontro um par de olhos amarelos esverdeados, que parecem duas turmalinas. O nariz e as bochechas estão rosados, e os olhos brilhando por causa do vento frio.
— Não tem problema. — Digo sorrindo rapidamente para que ela não se sinta tão constrangida. A verdade é que mais cedo ou mais tarde eles vão conhecê-lo. — Ele é meu melhor amigo desde que éramos crianças. — Desvio os olhos dos delas e sento-me em um banco parecido ao que estive ontem com o Nathan. — Um pouco mais do que isso. — Completo, embora "um pouco" seja um grande eufemismo.
A verdade é que eu o amo tanto que chega a doer.
Como me esquecer de todas as vezes que ele esteve do meu lado?
Ele foi o meu apoio quando o meu pai morreu. Quando a minha mãe adoeceu, ele nunca nos deixou sem ter nada para comer. Foi com ele que dividi a minha dor quando ela partiu.
— Um pouco? — Meredith pergunta com um sorriso desconfiado, parecendo ter lido os meus pensamentos. Acho que devolvo um sorriso triste, confirmando a minha falta de precisão. — Não se preocupe, Emily, não vou julgá-la. Eu não faço ideia do que você passou. Além disso, também não sou exemplo, já me meti em cada enrascada que você nem imagina. — Ela diz e dá uma risada e eu me sinto mais aliviada com essa cumplicidade. — Mas o Lucas então explica o seu comportamento no dia da Tômbola. Era preciso ter algo muito importante nos Setores para não ficar feliz com a Cura. Como o Nathan reagiu a isso?
— Como ele reage a tudo: com sensatez — respondo. — Ele sabe o quanto o Lucas é importante para mim, tanto que em nenhum momento hesitou em dizer que iria salvá-lo.
— Ele não ficou com ciúme? — pergunta curiosa.
Meredith não pensa antes de falar ou não se importa de ser indiscreta. Masnão me importo com isso neste momento. É muito bom poder falar sobre o Lucas eo Nathan livremente depois de meses sem poder desabafar com ninguém.
— Provavelmente ficou. — Digo. — Mas ele parece ser maduro o suficiente para saber que tem coisas mais importantes em jogo.
— Eu não esperava menos dele. — Ela diz sorrindo.
— Isso não quer dizer que não estou apreensiva com o encontro dos dois, ainda mais conhecendo o temperamento deles. — Desabafo sentindo aquele frio na barriga que surge todas as vezes que penso no Nathan e no Lucas juntos.
— Eu conheço um pouco o Nathan, ele pode ser bem esquentado, às vezes. Mas e o Lucas, como ele é?
Sorrio com as lembranças que voltam à minha cabeça.
— Não tão esquentando, mas teimoso. Tão teimoso quanto eu. E é isso que me preocupa.
Nós rimos.
— Você ama os dois, não é? — A pergunta me pega totalmente desprevenida, fazendo o sorriso sumir do meu rosto. — Seus olhos brilham com a mesma intensidade quando fala neles — Mere se justifica, enquanto apenas sinto minhas bochechas corarem, como se tivesse sido pega fazendo algo errado. — Não precisa ficar nervosa, Emily! Apenas uma pessoa sem experiência de vida julgaria você. Alguém que nunca se apaixonou antes, que nunca esteve em um relacionamento, que nunca passou por um término. É possível estar apaixonada e amar duas pessoas sim.
— Há uns meses — começo, incerta, mas a vontade de desabafar é maior do que a de manter a discrição —, eu provavelmente seria essa pessoa. Uma adolescente que só se apaixonou uma vez e achava que sabia tudo sobre a vida e sobre relacionamentos.
Rio envergonhada da minha própria inexperiência e arrogância.
— O lado bom é que você está amadurecendo — ela diz, com um tom de voz gentil. — Não se culpe, não se julgue, não se obrigue a fazer uma escolha agora. Eu vou estar aqui se precisar de alguma coisa e para defender você.
— Obrigada, Meredith — digo, sentindo meus olhos brilharem por ter sido compreendida.
E, o melhor, por ter sido compreendida por outra mulher, o que, infelizmente, é raro em um mundo moldado na rivalidade feminina e falta de empatia.
Sinto o início de uma amizade surgindo. E apesar de ser bom poder falarcom alguém além do Nathan, isso me faz lembrar da Amanda, da Nina e da Mia emeu coração se contrai um pouco.
Espero que elas estejam bem.
Meu olhar vai para o céu atrás dela e vejo que ele está cada vez mais escuro.
A conversa flui fácil e, por alguns momentos, sinto todo o peso da situação sair um pouco de cima de mim.
Depois de um tempo, reparo que ela está olhando com interesse para algo atrás de mim, fazendo-me virar.
— É o Lucas?
Apenas balanço a cabeça confirmando.
— Você se esqueceu dedizer uma coisa — diz. — Ele é lindo.
I don't deserve your love But you give it to me anyway
Eu não mereço seu amor Mas você o dá para mim de qualquer maneira (I don't deserve you | Plumb)
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