Capítulo 37 (Dia 8)

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Setor 3 | 10 ºC
Contagem regressiva: 11 dias

— É muito perigoso, Em. A Matriz já deve saber o que fizemos, não tenho dúvida que os soldados estão atrás de nós — Nathan diz quando insisto em ir com eles. — Você não precisa correr esse risco agora. Vitor e eu vamos procurar o Lucas e o Armon. O Matt vai ficar com vocês. — O tom dele não é autoritário, eu sei que ele entende a minha vontade de ir junto, mas neste momento está sendo cauteloso.

Desvio o meu olhar do rosto dele e suspiro olhando para a janela na esperança de ver Lucas e Armon voltando. Tudo o que eu queria era ver o carro surgindo do meio das árvores.

Não quero que o Nathan se coloque em perigo. Mas por mais que me doa vê-lo ir, eu me sinto aliviada por ter sido iniciativa dele ir procurar o Lucas e o Armon. Mesmo que o Matt tenha pedido para esperarmos por mais algum tempo, Nathan parece impaciente para tentar encontrá-los.

Mas e se ele também não voltar? Se acontecer algo a eles... Meu coração se contrai com esse pensamento.

A dor deve estar estampada no meu rosto e eu só sinto ele me puxar e me abraçar.

— Eu morreria se eu perdesse vocês dois — sussurro enquanto os meus dedos agarram o cabelo dele. Ele suspira.

— Eu vou voltar... com o Lucas — diz seguro. — Mas precisamos ir, Em. Daqui a pouco o sol vai nascer e vai ficar mais difícil. — Ele tem razão.

Eu o largo sem conseguir esconder o medo que estou sentindo.

Olho mais uma vez para a janela na esperança de ver o carro chegando, mas a única coisa que vejo é escuridão e a nuvem de poeira no horizonte causada pela implosão.

Atravessamos a sala e seguimos pelo corredor que leva à saída.

— Ainda acho que vocês deveriam esperar um pouco mais — Matt insiste. Sei que ele está preocupado com Lucas e Armon, mas além de Príncipe, Nathan é um dos melhores amigos dele. — Se é para ir, vou no seu lugar — diz para Nathan.

— Eu preciso fazer isso, Matt — Nathan diz. — Tome conta delas — completa falando de mim e de Mere.

— Quanto mais tempo perdermos, pior — Vitor diz verificando a munição de uma das armas dele. O olhar dele é tão determinado quanto o do Nathan, como se nada realmente o abalasse. Ele guarda a arma no coldre, fecha o casaco, ajeita o gorro na cabeça e acompanha o Nathan que vai em direção à porta.

Sinto os meus olhos se encherem de lágrimas e então ouço o barulho de um carro chegando.

Matt, Nathan e Vitor sacam as armas, mas não tenho dúvida de que é o Lucas e o Armon.

Nathan me impede de ir na direção da porta, ele próprio vai lá e a abre.

Não consigo falar nada, apenas corro na direção dele e o abraço quando entra com Armon.

— Você quase me matou de susto — digo com a voz embargada. — Você está bem? — pergunto, afastando-me um pouco dele e o examinando. Depois olho para Armon. Tem muita poeira na roupa deles, mas os dois afirmam que estão bem, apesar de parecem exaustos.

— O que aconteceu? — Matt pergunta, cumprimentando-os com um aperto de mão.

Troco um olhar com o Nathan que sorri para mim. Vejo alívio nos olhos dele.

— Nós já estávamos voltando quando ouvimos algumas pessoas dizerem que precisavam de ajuda no lugar onde as bombas explodiram — Armon começa.

Ele tira o cachecol e o gorro, Lucas faz o mesmo.

A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora