A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)

Capítulo 31 (Dia 6)

Setor 7 | 13 ºC
Contagem regressiva: 13 dias

Cada um de nós tem uma mochila com enlatados e outras coisas que podemos precisar até chegarmos à outra base. Como já tínhamos decidido, alguns soldados ficaram para trás, é melhor não andar com muitos carros por causa do combustível e para não chamar atenção também.

Mere está sentada do lado do Matt com a cabeça encostada no ombro dele. Ela está visivelmente melhor, mas decidiu usar uma máscara cirúrgica para não correr o risco de nos infectar.

Armon está dirigindo dessa vez, Lucas está ao lado dele, e tudo parecia estar correndo bem até o temporal que ameaçava cair desde esta manhã desabar em cima da gente.

Vitor e Kyle estão no outro jipe.

— Droga! — Armon exclama, tentando recuperar o controle do carro que desliza um pouco para o lado, fazendo o Nathan passar rápido o braço à volta da minha cintura antes de eu bater meu corpo contra a lateral. — Vamos ter que ir mais devagar ainda — avisa.

Mesmo que estejamos por entre as árvores, a chuva forte rapidamente deixou o chão de terra batida e pedra escorregadio.

É perigoso, mas não podemos parar.

Lucas volta a olhar para o mapa com a expressão preocupada.

— Não vamos conseguir chegar à ponte com luz do dia — constata.

— Que alternativa temos? — Matt pergunta, dando um suspiro inconformado.

Precisamos avaliar a condição da ponte antes de arriscarmos atravessá-la, e não vamos conseguir fazer isso na escuridão e debaixo de chuva.

— Tem um bunker relativamente próximo à ponte — Lucas diz, concentrado. — Vamos manter o caminho e, quando estivermos mais perto, decidimos o que fazer.

Avançamos alguns quilômetros que pareceram mais longos, uma vez que a chuva torrencial alternada com granizo prejudica a visibilidade.

Depois de um tempo, Armon para o carro.

— O que houve? — Nathan pergunta, e quando Lucas se vira para olhar para trás, todos nós fazemos o mesmo.

O outro jipe está parado e dando sinal de luz.

— Vou ver o que aconteceu — Lucas avisa, pegando uma capa de chuva vermelha no porta-luvas que veste rápido.

— Tem cuidado! — peço, antes de ele sair.

Lucas se vira e balança a cabeça positivamente para me tranquilizar enquanto me olha nos olhos.

Sei que estamos preparados para acampar e, na pior das hipóteses, podemos dormir dentro dos jipes se não conseguirmos chegar ao abrigo. Mas o anúncio que passou enquanto Lucas e eu estávamos com a Clairy os fez acreditar que a implosão será amanhã. Por isso, mais do que nunca não podemos perder tempo, e torço para que o que quer que esteja acontecendo ao outro veículo seja fácil de resolver.

Um silêncio tenso ecoa dentro carro enquanto desembaçamos os vidros com as mangas dos nossos casacos na esperança de saber o que está acontecendo. Mas, mesmo assim, a água que escorre por eles, não nos deixa ver muita coisa. Depois de alguns minutos, consigo ver apenas o vermelho da capa de chuva do Lucas vindo na nossa direção.

— O pneu caiu em um buraco — avisa assim que abre a porta. — Preciso da ajuda de vocês para empurrá-lo.

Armon joga uma capa para Matt e depois veste a dele. Tremo só em imaginar os três com os pés molhados durante o resto da viagem.