Trilogia COMPLETA ⚠ ATENÇÃO! Este é o segundo livro da trilogia A RESISTÊNCIA, a sinopse pode conter spoilers.
Após descobrir que Emily faz parte da Resistência, o Príncipe Nathan se verá em um perigoso jogo de mentiras e conspirações que promete de...
To be human is to love Even when it gets too much There's no reason to give up
Ser humano é amar Mesmo quando for demais Não há motivo para desistir
— Eu vou estar atento a ele — Lucas me promete quando nos despedimos. Matt tentou convencer o Nate a ficar, mas ele não cedeu nem ao meu pedido. Tenho medo que todos os problemas na cabeça dele possam distraí-lo e isso acabe colocando-os em perigo.
— Não o deixe fazer nada impulsivo ou perigoso — peço abraçando-o. — Nem você faça nada arriscado, está bem?
— Não se preocupe — pede o impossível saindo do meu abraço. Eu sei que posso confiar nele, mas eu também sei que não há como controlar a situação. Nossos olhos se encontram e se despedem em silêncio.
Observo-o subir as escadas e respiro devagar tentando controlar o medo que rapidamente me domina.
Esta é a primeira cadeia onde eles vão procurar os meus amigos. Ou seja, um lugar com vigilância rígida, com soldados armados e treinados, e, possivelmente, já esperando por eles. Além disso, a Lei Marcial em vigor também os obriga a ter mais cuidado, mesmo que estejam saindo de madrugada.
Olho para o relógio na parede à minha frente e vejo os ponteiros marcando meia-noite em ponto.
Vitor passa por mim e desejo boa sorte. Mais do que o Nathan e o Matt, ele tem aquela postura inabalável de soldado, como se fosse indestrutível.
Nathan se despede de Matt e se aproxima de mim com os olhos fixos nos meus.
— Um dia isso vai acabar — diz encostando a testa na minha e fechando os olhos. O toque da mão dele no meu pescoço me faz sentir um pequeno arrepio. — Não suporto saber que você vai ficar aqui preocupada.
— Você está proibido de se preocupar comigo — digo me afastando e olhando nos olhos dele. — Eu vou ficar bem.
— Você mente tão bem que eu quase acredito — diz forçando um sorriso. — Eu vou manter um olho no Lucas, não se preocupe.
Ver o quanto eles se preocupam com o outro faz o meu coração doer.
Fecho o casaco dele antes de se virar e ir embora.
Quando a porta se fecha a única coisa que sinto é um vazio.
— Eles vão ficar bem, Em — Mere tenta me tranquilizar. Mas apesar de as palavras dela não terem nenhum efeito em mim, não demonstro.
— É errado desejar voltar ao tempo para impedir o Lucas de comprar aquele bilhete pra mim? — Vejo Mere fazer sinal para o Matt nos deixar sozinhas, sento-me no sofá e apoio a cabeça nas mãos. — É quase insuportável amar tanto os dois e vê-los saindo sem ter certeza se vão voltar.
— Também me pego pensando que a vida poderia estar tão menos complicada neste momento — diz sentando-se ao meu lado. — Mas eu sei que você não está falando por causa da revolução... É a sua indecisão que está te machucando, não é?
— Eu não estou indecisa, Mere — respondo, virando-me e olhando para os olhos confusos dela. — Para isso eu teria que estar pensando em escolher um dos dois... e não estou pensando nisso no momento.
— Isso não seria justo com você nem com eles. — A voz dela sai cheia de ternura.
— Fico feliz que você entenda isso — digo com sinceridade. — Eles precisam de mim, e eu, deles. Que tipo de pessoa eu seria se abandonasse um deles neste momento?
— Você é uma pessoa incrível, Em — diz segurando a minha mão. — Eu a admiro por saber o que é importante neste momento. Os dois estão em uma situação delicada, apesar de fingirem que estão bem.
— Eles até tentam — forço um sorriso. — O Nathan pode parecer mais abalado por toda a situação, mas porque ele não tem problemas de expressar o que sente — digo me lembrando da nossa última conversa.
— O Nathan não tem problemas de expressar o que sente para você. — Mere se mexe um pouco no sofá e parece encontrar uma posição confortável. — Para mim, ele continua a mesma rocha.
— Você tem razão. — Concordo com ela. — O Lucas é igual. Parece forte, parece não se importar que pode morrer em alguns dias, mas sei a confusão que está na cabeça dele. Ele só não fala para eu não me sentir pior. — Olho para cima tentando fazer as lágrimas não caírem.
— Ele parece tãoforte que, às vezes, esqueço-me do que está passando. — Os olhos da Mere estão cheiosde lágrima também. — Ele protege tanto você... Os dois fazem isso!
— Mas eu conheço o Lucas, ele parece forte, parece não se importar que pode morrer em alguns dias, mas eu sei a confusão que está na cabeça dele. Ele só não fala para eu não me sentir pior — olho pra cima tentando fazer as lágrimas não caírem.
— Ele parece tão forte que, às vezes, esqueço-me do que está passando — diz com os olhos cheios de lágrima também. — Ele protege tanto você... Os dois fazem isso!
— Eu sei. Antes de saírem, ambos me prometeram cuidar do outro... O Lucas sabe que não aguentaria perder mais ninguém. O Nathan sabe que eu nunca me recuperaria se perdesse o Lucas. — Minha voz fica presa na garganta e não consigo continuar.
— Até eu já notei que eles se importam um com o outro, o que mostra que você está fazendo a coisa certa. O amor só fortalece vocês três — diz. — Não tenho dúvida que quando tudo isso acabar vocês continuarão amigos independentemente do que acontecer.
Nem as imagens lindas que rapidamente se formam na minha cabeça me fazem sorrir, apenas a abraço por impulso.
— Obrigada por ter me ouvido — suspiro sentindo-me mais aliviada. — Agora vá, o Matt está esperando você.
— Você tem certeza? Posso ficar... — não a deixo terminar de falar, ela e o Mat precisam descansar.
— Tenho, Mere. Vou tentar dormir um pouco também — minto. Sei que não vou conseguir, mas não quero que ela se sinta mal achando que não vou ficar bem.
Mere se levanta hesitante, mas quando forço um sorriso vai embora.
Depois de pegar o livro no quarto, volto para a sala, aconchego-me em um dos cantos do sofá até encontrar uma posição confortável para ler.
Mas hoje não consigo me concentrar por muito tempo seguido. Olho o relógio à minha frente o tempo todo, o que é frustrante. O tempo parece ter parado.
E, quando vejo a porta se abrir, queria que tivesse continuado assim.
Can you help me not to care? Every breath becomes a prayer Take this pain from me... ...And oh, you're so far now So far from my arms now
Você pode me ajudar a não me importar? Cada respiração se torna uma oração Tire essa dor de mim... ...Ah, vocês estão tão longe agora Tão longe dos meus braços agora (To Be Human | Sia)
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