Coz a one in a million chances
Still a chance, still a chance
And I would take those oddsPorque uma chance em um milhão
Ainda é uma chance, ainda é uma chance
E eu prefiro apostar nessa chanceAbro os olhos devagar e levanto a cabeça da maca tentando não mexer muito no Lucas. Ouço os sinais sonoros acompanhando os batimentos cardíacos o que me tranquiliza, mas o alívio só é completo quando observo o peito dele subir e descer com a respiração.
Encaro demoradamente seu rosto. Ele está pálido e há círculos escuros à volta dos olhos. Faz tempo que não dorme direito, mas a aparência dele está mostrando mais a exaustão agora. E, por mais que eu não queria admitir, ele parece realmente doente. É como se o vírus tivesse sugando a vida dele, e eu não posso fazer nada. Ninguém pode fazer nada!
Olho para o relógio e vejo que adormeci dez minutos. Minha preocupação com ele e com o Nathan não me deixa dormir mais do que isso. Eu acabo sonhando com eles, e eles estão sempre bem, ao meu lado. Dói demais acordar para esta realidade.
Não foi fácil, mas, depois de algum tempo, conseguimos baixar um pouco a febre com compressas e aumentando a dose do antitérmico. O coração desacelerou um pouco também, tudo parece normal no monitor.
Armon está deitado na maca ao lado. Resolvemos monitorá-lo, mesmo que os sintomas ainda estejam bem menos intensos que os do Lucas.
Olho para o Matt e a Mere que estão na janela em silêncio. Ela está com a cabeça no ombro dele envolvida por um abraço. A testa do Matt está franzida, pela expressão ele continua inconformado.
Quando a febre do Lucas baixou, ele disse que iria atrás do Nathan, mas até ele percebeu que isso seria loucura. Não há como sair daqui. O Vitor e o Nathan levaram o carro, não temos telefone para entrar em contato com os outros Resistentes, por isso, não podemos fazer nada até a Resistência vir ao fim do dia para continuarmos as buscas.
Já não tenho lágrimas para chorar e não sei se eu consigo aguentar mais dor do que a que estou sentindo neste momento. É um medo sufocante de que algo de ruim aconteça com eles. Sempre achei que poderia ficar pior, mas este cenário nunca me passou pela cabeça. Nós podemos perder o Lucas, o Nate, o Vitor e o Armon.
Isso não pode estar acontecendo!
— Onde é que você estava com a cabeça? — ouço a voz do Kyle e nós três nos viramos para o lugar de onde veio o som no mesmo momento. Matt se dirige rápido para a porta, mas, antes de chegar lá, o Vitor entra no quarto.
— Cadê o Nathan? — Matt pergunta olhando por cima do ombro dele, mas a minha esperança acaba quando a porta se fecha assim que o Kyle entra.
— Você está bem? — A voz da Mere é preocupada enquanto o examina rapidamente apenas com o olhar.
Não consigo fazer nada a não ser observar a expressão nervosa dele e esperar que diga alguma coisa, mas ele apenas vem na minha direção e me entrega uma pequena caixa branca. Sinto que vou desmaiar quando vejo marcas vermelhas nela.
— Você está machucado? — pergunto angustiada olhando para as mãos dele, mas elas não têm nenhum sinal de sangue.
— Não é meu — ele diz.
Apoio-me um pouco na maca sentindo tudo girar à minha volta.
— Cadê o Nathan? — grito nervosa quando saio do choque. — Cadê ele, Vitor? Este sangue é dele? — Sinto o Lucas se mexer.
— Calma, Emily! O Comandante está bem — diz, mas a tensão no corpo dele e o tremor na voz mostram que nem ele acredita nisso. — Ele pediu para dizer que vai ficar bem.
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A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)
Ficção CientíficaTrilogia COMPLETA ⚠ ATENÇÃO! Este é o segundo livro da trilogia A RESISTÊNCIA, a sinopse pode conter spoilers. Após descobrir que Emily faz parte da Resistência, o Príncipe Nathan se verá em um perigoso jogo de mentiras e conspirações que promete de...