A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)

Capítulo 43 (Dia 9)

I can hear the lost crying
I can hear the truth hiding
The shadows are calling us outI see the fear rising
Yeah but my hope is burning
The shadows are calling us out

Eu posso ouvir o choro perdido
Eu posso ouvir a verdade escondida
As sombras estão nos chamando
Eu vejo o medo surgir
Sim, mas minha esperança está queimando
As sombras estão nos chamando

Fronteira | 15 ºC
Contagem regressiva: 10 dias

— Isso não é bom — Kyle diz sério.

A porta está praticamente fechada e o carro tapou toda a visão que tinha para o lugar onde o Nathan está com a criança.

— Pega todas as mochilas sem fazer barulho, Kyle. Leva-as para o fundo. — Armon diz enquanto Kyle tenta ficar no meu lugar para ver o que está acontecendo.

— Agora, Kyle! — não grito, mas ele percebe pelo meu tom que não estou brincando.

Continuo olhando com esperança de que o policial volte a ligar o carro e vá embora, mas a única coisa que ouço é o motor silenciando.

Meus olhos se desviam quando Lucas acena para mim. Ele me mostra umdedo, depois dois, depois três e então aponta para trás dele com o polegar e amão fechada. Rapidamente percebo que ele quer saber quantos policiais estãodentro do carro. Estreito um pouco os olhos tentando enxergar melhor e consigover dois.

Abro mais um pouco a porta com cuidado para ela não ranger e mostro dois dedos para ele. Espero que seja realmente isso.

Estremeço quando vejo o policial abrir a porta, o som faz o Lucas, Vitor e Matt ficarem em alerta.

Quando eles saem do carro, faço um sinal com a mão pedindo para eles não avançarem. É melhor pegar os dois de surpresa e eles parecem saber o que estou pensando. Assim que o policial rodeia o carro faço sinal positivo para eles, e os três se levantam e correm até o veículo parado.

Os dois policiaissomem do meu campo de visão, não consigo ver nada além do Vitor e o Lucas indopor uma das laterais do carro com as armas preparadas para atirar. Matt avançapelo outro lado.

Tudo o que ouço é um silêncio aterrorizante, até ouvir gritos que não consigo entender e tudo ficar em silêncio novamente.

Fecho os olhos desejando que isso seja um pesadelo, para logo a seguir suspirar e aceitar a realidade. Está acontecendo e vai dar tudo certo!

Não ouvir tiros é um bom sinal, eu acho.

Abro um pouco mais a porta.

— Emily, não faz isso — Armon me alerta, mas não aguento a ansiedade. Saio e corro na direção deles.

Paro apenas quando chego ao carro e o contorno devagar, não posso distraí-los.

Meu coração dispara quando vejo o que está acontecendo.

Não era a primeira vez que eu via uma arma apontada para o Nathan, mas neste momento são duas. Um ponto vermelho está na cabeça dele, o outro está no coração. Minha respiração está cada vez mais rápida e a única vontade é de correr e me colocar na frente dele.

Fui eu que os mandei pegar as crianças. A culpa é minha.

Nathan não olha diretamente para mim, mas sei que ele consegue me ver.

— Baixem a arma e a coloquem no chão devagar — Matt ordena autoritário, mas sem gritar para não chamar ainda mais a atenção. Eles estão cercando os policiais com as armas apontadas para a cabeça deles. Nathan também segura a arma com apenas uma mão e a aponta para um dos policiais.