Capítulo 47 (Dia 9)

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Fronteira | 15 ºC
Contagem regressiva: 10 dias

Depois de contar para Lea tudo o que aconteceu nas últimas horas, decidimos não entregar Alana e Lily por enquanto. Os policiais não as viram, mas sabem que há crianças conosco e que elas possivelmente moram nas redondezas de onde os confrontamos. Por isso, se Lea entregasse as crianças agora, não seria difícil eles perceberem que ela poderia ser uma Resistente também.

Armon preparou o telefone para fazermos as chamadas necessárias.

Lea, com a desculpa de que iria preparar algo quente para tomarmos, deixou-nos sozinhos. Claro que percebeu que precisávamos de privacidade para confirmar a história dela.

Primeiro, Lucas ligou para avisar sobre a localização dos policiais. Provavelmente, eles já tinham sido encontrados, mas precisávamos tirar essa preocupação da cabeça.

Em seguida, ele ligou para a Resistência do Setor 7 e eles confirmaram a identidade de Lea e asseguraram que poderíamos confiar nela.

Assim que voltou com o café, e nos sentindo mais tranquilos em relação a mulherque nos acolheu, Lucas e Lea falaram com a Resistência da Fronteira, que nosassegurou que conseguiria o equipamento de filmagem e se responsabilizou porfazer a transmissão ilegal para toda Gaia com a ajuda do Armon

Mas agora temos outras coisas para resolver.

— Não é muito distante daqui — Lea afirma quando Matt mostra um dos pontos marcados em vermelho no mapa.

— Ótimo, não podemos perder tempo — ele diz e eu concordo. Apesar de cansados, precisamos começar a procurar os antídotos.

— Eu vou com você — Lucas diz para Matt e, de repente, todo o meu nervosismo volta. Eu sei que vamos ter que correr riscos, mas isso não quer dizer que vou ficar bem em vê-los saindo na Fronteira em plena luz do dia.

— Todos conhecem você e a Emily — Lea diz para Lucas que se vira para olhá-la. Tem momentos em que ele parece tão diferente que não consigo conter um suspiro. Acho que ainda não me habituei ao cabelo mais comprido e à barba por fazer, que dão a ele uma aparência muito rebelde. — Não acho que seja boa ideia você se expor dessa forma.

— Era o que eu ia dizer — Matt diz concordando com a mulher à nossa frente.

— Eu vou com você — Vitor se oferece enquanto veste o casaco.

— Eu até iria se vocês me dessem uma arma — Kyle fala encostado em uma das mesas com uma xícara de café na mão e Vitor não consegue conter uma risada.

— Se depender de mim, você nunca mais vai pegar em uma arma na vida — diz levantando uma sobrancelha.

— Tem medo de perder o lugar pra mim? — Kyle provoca o que faz Vitor andar na direção dele com um sorriso debochado.

— Não temos tempo para isso — Matt intervém irritado e se coloca entre os dois, mas Kyle e Vitor continuam se encarando.

— Eu posso levá-los no caminho do trabalho... Mas estou curiosa com uma coisa — ela diz com uma expressão confusa. Queria perguntar em que trabalha, porém decido que é melhor escutar o que tem a dizer. — A única possibilidade de encontrar os antídotos é aqui na Fronteira?

— Sim — Mere responde rápido. Ela parece tão ansiosa quanto eu para ouvir o que Lea vai falar sobre isso.

— Entendi — Lea diz cautelosa. — Então não vamos perder tempo — conclui, mas tenho certeza que ela não disse o que estava pensando. Provavelmente não acredita que encontrar os antídotos seja possível o que me enche de dúvidas de novo. Será que todos queremos tanto encontrá-los que não vemos a impossibilidade disso?

A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora