Capítulo 70

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I know there are some things we need to talk about
And I can't stay
Just let me hold you for a little longer now

Eu sei que precisamos falar de algumas coisas
Mas eu não posso ficar
Então me deixe te abraçar um pouco mais


—Bom dia! — O rosto sonolento do Nathan me faz sorrir antes de dizer bom diade volta.

Vou até um dos armários e pego uma xícara, um sachê de chá, um cubo de açúcar e levo até ele que coloca a água que está fervendo no fogão.

— O Lucas avisou que ia tomar banho — diz passando a mão no cabelo. — Eu tenho uma reclamação. Ele é tão teimoso, como você o aguenta, Em? Espera, espera... eu sei. São aqueles olhos castanhos hipnotizantes, não são? — A covinha aparece junto com um sorriso lindo. Adoro a forma como ele encara a situação e tenta fazer com que eu não me sinta tão mal com tudo isso.

— Não me faz rir, Nate — peço enquanto me sento no banco comprido ao lado da mesa e sinto o coração doer. — Eu estou com tanto medo.

— Não tenha — responde sentando-se à minha frente com uma perna de cada lado do banco o que me faz virar um pouco para ele. — Você quer saber sobre o que falamos ontem?

— Isso me tranquilizaria — digo. Se eu não estivesse sob efeito do calmante, provavelmente, teria passado a noite pensando nisso. Tomo um gole do chá quente enquanto a xícara aquece as minhas mãos e tento não mostrar tanta ansiedade.

— Ele não quer que eu vá — confirma o que eu já imaginava. — Mas eu preciso que você entenda o que estou fazendo. Enquanto houver uma chance, nós devemos continuar tentando, não acha? — Suspiro fundo, mas não consigo dizer nada. — O que foi, amor? — Ele pega a xícara de chá e a pousa na mesa e, depois, segura as minhas mãos. Os olhos dele se estreitam e a expressão no rosto mostra um pouco de preocupação.

— Nada, Nate. — As palavras estão embaralhadas na minha cabeça, tenho tanta coisa para falar para ele que não sei nem por onde começar. — Eu só queria... — paro e solto uma mão para tirar uma mecha do cabelo dele que caio no olho.

— Conversa comigo. — A expressão dele agora é séria e preocupada.

— Nunca pedi desculpa pelas minhas escolhas — digo, fazendo-o me olhar com confusão tomando conta dos olhos verdes dele. Mas não parece demorar para perceber que estou falando de quando escolhi a Resistência.

Ele solta um suspiro lento, e a preocupação que marcava os traços perfeitos e delicados do rosto dele se desfaz aos poucos.

— Não peça desculpa por isso. Eu fiquei surpreso e magoado nos primeiros dias, mas hoje eu entendo. Nunca mais volte a pedir desculpa quando você está certa, porque é exatamente por tudo o que fez que eu amo você.

O sorriso carinhoso que surge na boca dele tem a capacidade de fazer com que eu me esqueça de tudo o que estamos passando por um momento.

— Você é tão perfeito — constato. — Obrigada por continuar tentando salvar o Lucas.

Abaixo a cabeça e olho para as nossas mãos.

— Nós vamos conseguir, Em. Olha para mim — pede. — A Resistência deixou o carro ontem à noite, o Vitor e o Kyle o receberam. Mas eu não vou usá-lo, a Resistência vem nos pegar hoje.

Sinto uma onda de alívio passar por mim.

— Menos uma preocupação, não queria que vocês saíssem dirigindo durante o dia, é muito perigoso.

A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora