A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)

Capítulo 53 (Dia 10)

This is the end
Hold your breath and count to ten
Feel the earth move and then
Hear my heart burst again

Este é o fim
Segure sua respiração e conte até dez
Sinta a terra se mexer e então
Ouça meu coração explodir novamente

Fronteira | 15 ºC
Contagem regressiva: 9 dias

Assim que o toque de recolher para, outro som mais assustador ecoa pela Fronteira.

Sirenes!

Parece que todos os carros de polícia saíram ao mesmo tempo. Olho para os rapazes que, como já estavam esperando por alguma reação, não aparentam surpresa.

— Tem alguma possibilidade de eles descobrirem de onde partiu essa transmissão clandestina? — Nathan pergunta para Armon e Matt.

Pelo que disseram quando voltaram, o lugar era habitado por um grupo de Resistentes. Não quero nem imaginar o que pode acontecer a eles se foram apanhados.

— Em princípio não — Armon diz sem passar muita segurança. — Mas não temos como ter certeza.

Quando ouvimos o ranger da porta se abrindo, todos os rapazes, com exceção do Kyle, tiram as suas armas e a preparam para atirar.

Não sei quem se assustou mais, se fomos nós ou Lea. Ela rapidamente se recompõe e nos coloca a par do que está acontecendo.

— A Fronteira está sem energia —avisa. Olho para o relógio na parede e vejo que foi mais cedo que a hora em que eles cortam o fornecimento todas as noites. As nossas lâmpadas só continuam acesas porque são alimentadas por um gerador. — Já camuflei a porta pelo lado de fora, mas isso não impede que vocês possam sair se for preciso — ela aponta para o lugar que dá para o fundo da casa dela. — E vou fazer o mesmo com a porta que dá para a minha sala de estar, mas é melhor vocês não subirem, os soldados podem começar a fazer inspeções.

— Obrigado, Lea — Nathan agradece. Por mais que ela tente parecer bem, não consegue esconder o nervosismo.

— Tudo vai ficar bem — Matt assegura transbordando calma, o que a faz sorrir para ele.

— Vocês precisam de algo? — pergunta.

— A gente se vira por aqui, não se preocupe — Matt responde.

Ela fecha a porta hesitante enquanto os sons das sirenes continuam ecoando.

Mere parece estar tentando esconder o nervosismo assim como eu, mas acho que nenhuma de nós tem sucesso. Enxugo o suor das minhas mãos na barra da camiseta e respiro fundo para não perder a calma. O som das sirenes são perturbadores.

Rapidamente nos organizamos.

Kyle entrega os mapas que fez.

Preparamos as mochilas e as deixamos perto da porta.

— Se precisarmos fugir, vamos sempre para o lugar mais perto de onde estamos. Se alguém se perder e não conseguir chegar lá, deve ir para o segundo mais perto e permanecer lá até nos encontrarmos — Lucas diz mostrando o mapa. — Estamos combinados? — pergunta.

— Eu só acho que não deveríamos nos perder — Mere diz. Ela está olhando confusa para os mapas. Os cabelos amarrados em um rabo de cavalo e a falta de maquiagem, junto com a camiseta em um tom nude a deixam muito diferente de como estava ontem. Mais simples, mas igualmente linda.

— Isso é um plano "b", Mere — Armon começa. — Temos que fazer de tudo para não chegarmos a este ponto, mas, se acontecer, o melhor é sabermos o que fazer.