No Morro

34

Lua 🌙

Eu me sentia suja, idiota e babaca por ter acreditado em alguém que eu nem conhecia.

Mas ele me falou que era amigo do Índio, quase irmão.

Mostrou uma foto deles, bem antiga.

E eu acabei confiando.

Ele me estuprou sem dó nem piedade e agora isso tá rasgando dentro do meu peito.

Mesmo com os olhos bem baixinhos, olhei pro meu homem que me encarou com a cara mais triste do mundo.

Índio: Desculpa.- Falou baixinho se aproximando.- Eu não queria fazer tu passar por isso, Lua.

Lua: Amor..- Falei baixinho tentando abrir mais os olhos.

Senti a mão dele na minha e em seguida ele beijando minha mão.

Lua: Não temos culpa de viver em um mundo tão ruim.- Falei abrindo mais os olhos.

Índio: Se tu não tivesse se envolvido comigo nada disso iria acontecer.- Sentou do meu lado.

Lua: Só tenta parar de fazer eu me lembrar disso.- Pedi com a voz cansada.

Ele tocou no meu rosto com cuidado, parecia que eu era uma boneca.

Índio: Ah, caralho.- Xingou me fazendo sorrir de lado.- Tu é tão linda, filha da puta.

Lua: Mas o corno ainda tá puto? - Falei lembrando de hoje de manhã.

Índio: Eu posso colocar ar no teu soro e te matar, gata.- Ameaçou sorrindo.

Lua: Cê me ama que eu sei.- Dei os ombros convencida.

Ele beijou meu ombro, minha testa e me deu um selinho.

Índio: Eu quero te contar um bagulho, de verdade aí.- Falou ajeitando a postura.

Lua: Eu seria a todo ouvido, se eu não tivesse morta de sono.- Falei manhosa.- Pode ser amanhã?

Índio: Pode pá! - Pegou minha mão e fez toque com ele mesmo.- Tem alguma coisa doendo? - Assenti sem graça e ele me olhou preocupado.- O que, preta?

Fechei os olhos sentindo minha intimidade doer, mas fechando os olhos, a imagem do moço entrando em mim, me fez abrir os olhos rapidamente.

Lua: Não sai do meu lado.- Pedi com a voz de choro.

Índio: Que isso? Lua? Você é a Lua! A coisa mais linda e brilhante da noite, tu tá ligada que tá de noite né? - Sorri de lado.- Tu não chora, eu nunca te vi chorar e ia ser uma parada muito forte pra mim, então coloca um sorriso no rosto e fala que me ama, namoral.

Lua: O corno acha que é amado.- Sussurrei baixinho fechando os olhos.

Índio: Corno é um soco na sua cara.- Beijou minha bochecha.- Não vou sair do teu lado, tá?

Assenti levemente e dei espaço pra ele na cama.

Ele se ajeitou e não precisou de muito pra eu conseguir dormir com ele do meu lado.

4/7