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Lua 🌙

Enquanto eu vomitava, duas pessoas discutiam ali minha frente.

Parecia que o vômito dessa vez, tinha vindo 10x pior.

Enquanto o Kauã gritava pra Victor não ir, Victor discutia ao contrário.

E os tiros lá fora não paravam.

Me levantei batendo a porta do banheiro com força, isso vez com que eles se calassem.

Passei água na boca e escovei os dentes, quando abri a porta os dois me olhavam com cara de cu.

Kauã: Fala pra ele, Lua. Olha mão dele como tá! - Apontou.

Lua:Não vou falar nada, Victor sabe que tem uma mulher e dois filhos. Não vou proibir nem nada, vai se quiser.- Fiz jogo.

Ele ficou calado e passou a mão nos cabelos.

Lua: Kauã, a sua comida tá na geladeira.- Beijei o rosto dele.

Passei pelos dois e subi pra cama.

Deitei lá sentindo ainda ânsia dentro de mim.

Me sentei na cama com a cabeça olhando pra cima enquanto sentia meu corpo arrepiado por conta do frio.

Desliguei o ar que tava no máximo, pra congelar mesmo.

Fiquei olhando pra varanda enquanto escutava os tiros.

Índio: Tá bem? - Escutei a voz dele.

Lua: É só estresse.- Resputeu fundo.

Índio: É só não se estressar.- Falou na cara dura.

Decidir ignorar ele pra não tacar fogo na cara de cínico.

Índio: Vai tomar banho.- Pediu vindo pra minha frente.

Sai da cama e fui pro banheiro, tirei minha roupa e entrei dentro do box.

Escutei o Índio falando no raidinho, alguma coisa sobre o Kauã.

Terminei meu banho e sai do banheiro enrolada na toalha.

Índio: Leva ela pra tortura.- Falou no raidinho me olhando.- Deixa a menor aqui e leva.

Lua: Deixar quem aqui? - Perguntei curiosa.

Índio: A mãe da Rita armou pro Kauã, pra os alemão pegar ele e ele virar moeda de troca.- Abri a boca.- Mandei levar pra tortura e Rita pra cá.

Lua: Você não pode fazer nada com a tia, é a mãe dele.- Apontei e ele negou.

Índio: Ela queria fuder com a vida do meu menor, eu vou fuder com a vida dela! - Apontou.

Lua: Não vou me meter. Mas só peço que você fale a verdade, o que você realmente vai fazer, pro Kauã. Ele já é enganado demais.

Índio: Tu acha que eu vou chegar nele e falar o que eu fiz? - Alterou a voz.- Ele nunca mais olha na minha cara, pô.

Lua: Eu não tô afim de brigar, Victor. Eu só pedi uma coisa,  mas faça do seu jeito.- Falei e coloquei os fones de ouvido, tentando ignorar o mundo lá fora.

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No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora