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Índio 🦖

Lua: Eu tô cansada, Victor.- Reclamou.

Índio: Calma, minha loira.- Falei estacionando o carro na porta de casa.- Vem.

Lua: Só você pra me tirar da minha cama.

Índio: A minha é mais confortável.- Beijei a cabeça dela.

Ela segurou minha mão sorrindo, coisa que eu não via muito, nesse momento.

Entrei com ela e deixei ela sentada no sofá, fui buscar o meu presente pra ela.

Índio: Cê sabe, eu nem deveria te dar chocolate.- Falei entregando a caixa na mão dela.

Lua: Ah, não mano! Você é imoral.- Falou vendo todos os chocolates.

Índio: Tu perdeu teu celular, então tá aí

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Índio: Tu perdeu teu celular, então tá aí.- Apontei vendo ela já abrindo o KitKat.

Lua: Chocolates eu aceito, celular não! Já é demais.

Índio: Para de cu doce, alá! É presente adiantado de dois meses de namoro.

Lua: A gente já fez um?

Índio: Não sei, foi dia...- Peguei meu celular. Rodei atrás e vi que tinha sido dia primeiro de novembro.- Foi presente de um mês de namoro atrasado.

Lua: Mas de qualquer jeito, isso não é comigo.- Sorriu sem graça.

Índio: Para com isso pô, isso é fogo no cu. Tô te dando o bagulho de coração.- Falei abrindo a caixa.- É teu.

Kauã: Eu que comprei tudo, tu vai pegar esse celular por bem ou por mal.- Falou descendo as escadas.

Lua: Coe Kauã.- Ele veio até ela e beijou o rosto dela.

Índio: Tá fazendo o que?

Kauã: Minha namorada tá aí.- Apontou.

Lua: Namorada? Que porra é essa, vou te bater.- Ameaçou semicerrando os olhos.

Kauã: Depois eu converso com vocês, fui! - foi na cozinha e depois subiu correndo.

▪▪▪

Lua: Eu tô curiosa, vai.- Falou animada.

Índio: Não é coisa boa, Lua.- Falei ajeitando a cama.

Lua: É o que eu tô pensando.- Afirmou.- Vaaai.

Revirei os olhos e sentei na frente dela.

Índio: Vou explicar tudo rápido, pq essa história trava minha mente, atrai neurose e bagulho ruim.

Lua: Ah cara, se não te faz bem, não conta não.- Deu os ombros.

Neguei e respirei fundo.

Índio: Foi com a mãe do Kauã, eu matei ela.- Falei encarando ela.

Lua: Mas você disse que ela tinha morrido.

Índio: Uê? E morreu, só que fui eu que matei.- Falei já bolado com a história.

Lua: Conta mais.- Segurou minha mão mas eu soltei passando a mão no rosto.

Índio: Tava tudo de boa na nossa vida, Kauã tava completando aniversário. Cinco anos do meu herdeiro.- Lembrei sorrindo e ela sorriu também.- Eu e a mãe dele sempre fomos um casalzão tá ligada? Unidos pra tudo e que se foda.- Falei já vendo ela mudar a expressão.- No aniversário dele, eu tava bebendo, sacomé, churrasco pra geral. Chegou uma fita em mim que ela tinha sumido com um cara aí, o crocodilo.- Ela se engasgou com o chocolate.

Ela começou a tossir com os olhos derramando lágrimas.

Índio: colfoi, minha lua? - Perguntei alisando o peito dela.

Lua: Você disse crocodilo, não foi? Crocodilo.- Repetiu.

Índio: De onde tu conhece ele? - Bolei logo.

Lua: Foi ele que...- Falou parando de falar aos poucos.

Eu não tava acreditando no que eu tava ouvindo, papo retão.

Joguei o bagulho da cômoda do outro lado do quarto, ela se encolheu e eu fiquei andando de um lado pro outro.

Índio: Eu tô aqui, nada vai te fazer mal. Eu prometo.- Falei mais nervoso que ela.

Ela tava encolhida, ela deitou nos meus braços e amoleceu.

Kauã entrou pra ver que porra tinha sido e eu mandei ele sair.

Eu tava xingando ele, soltando vários bagulhos de ódio, enquanto ela me abraçava.

Lua: Foi horrível, ele começou a passar a mão no...- Foi falando devagar.

Índio: Não lembra, isso não te faz bem.- Falei tremendo de ódio.- Calma.

Lua: Se acalma você também.- Mandou passando o rosto na minha blusa.

Eu só queria a cabeça dele pra pôr na minha parede!

E eu ia conseguir.

No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora