Lua: Índio malcriado..- Bati na porta.- Abre aqui, vai.
Índio: Se eu abrir vou te dar socão, depois tu vai ficar falando. To flex sozinho.- Falou com a voz de drogado.
Lua: Vai me bater pq? Euhein.- Sentei no chão.- Eu vou sentar aqui, tô morrendo de dor pelo corpo e dor de cabeça.- Joguei logo o emocional.- Tá tudo doendo em mim, mas eu só saio daqui depois que falar com você.
Índio: Vai se fuder sozinha aí.- Revirei os olhos.
Lua: Eu só quero conversar com você, abre essa merda.- Pedi chutando a porta.
Ele ficou calado, eu já tava preocupada de verdade.
Lua: Mano, que que cê quer que eu faça? Eu faço declaração fofa aqui, qualquer coisa, só abre a porta.
Índio: Eu sou difícil.- Falou em fazendo rir com um alívio.
Lua: Você não tá drogado né?
Índio: Só tava mec fumando, esse povo que inventa as paradas pra tu.- Sorri.- Vai pra casa, toma um banho, toma um remédio pra dor pô, quero ficar sozinho.
Lua: Você é o meu remédio.- Falei apoiando a perna na porta.
Índio: Tu só é dez nessas horas, se tivesse aqui dentro tava me xingando.
Lua: Eu? Jamais...- Sorri escutando o barulho da tranca.- Eu sempre te dou amor e carinho.
Índio: Você me maltrata, é diferente.- Colocou a cabeça na porta.
Olhos vermelhinhos, pequenininhos, sem camisa e com um cigarro no bico.
Estendi a mão e ele puxou, me levantei e abracei ele.
Lua: Você tem que parar de fazer isso.- Murmurei entredentes.- Kauã tá decepcionado contigo.
Índio: Vou conversar sérião com ele.- Fechou a porta.- Hoje é dia três de Janeiro, quando tu falou daquele bagulho que não ia tomar remédio, me lembrei da filha da puta.
Lua: Legal você praticamente me comparando com ela.- Fechei a cara.
Índio: Ela não chega nem perto de ser como tu. Mas foi dia três que eu descobri que ela tava grávida pô.- Falou rindo.- Desgraça.
Lua: Você tem que parar de lembrar dessa mulher, ela te deixa mais louco.- Deitei na cama.
Índio: Ela só quis filho pelo dinheiro, pq sabia que eu não ia deixar ela por causa do bebê e eu sempre ia tá dando grana pra ela.- Falou.
No momento eu sentei na cama e encarei ele.
Lua: Peraí...eu entendi errado ou você tá achando que eu sou igual a ela? Ou melhor, tá me chamando de interesseira? - Falei já puta.- Eu pedi pela camisinha e você quem negou cara, eu falei aquilo pq os remédios não me fazem bem. Você já me conhece pra caralho e ainda acha que eu sou interesseira e só quero a merda do teu dinheiro?
Me levantei muito puta, puta pra caralho.
Ele ficou calado e ali eu tive muita certeza que ele tava me chamando de interesseira com todas as palavras.
Quando eu tava saindo ele resolveu abrir a boca.
Índio: Não é assim, tu tá tirando decisão antes do bagulho.- Tentou me segurar.
Lua: Não tô, sei o que eu ouvi! - Empurrei a mão dele.- Mas entende uma coisa, eu trabalho, tenho meu dinheiro! Nunca precisei nem vou precisar de merda de homem me sustentando, nem precisar pegar dinheiro seu pra nada, babaca.
Eu tava muito puta, sério.
Sabe quando você tá quase chorando de tanta raiva?
Eu estava desse jeito.
Desci e o Kauã ainda tava lá, falando no telefone.
Pedi pra ele me deixar em casa rapidão, ele pegou a moto e veio me deixar.
Eu simplesmente tava sentindo ódio da cara do filho da puta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
No Morro
Teen FictionFoi no morro aonde tudo começou, aonde eu descobrir o amor e a dor, que eu descobrir que as pessoas que amamos podem nos dar o mundo, pra depois destruir ele da pior forma possível...