O Kauã tava no postinho, fazendo uma pilha de exames.
A overdose foi causada pelo uso excessivo de maconha.
Pelo que eu entendi, desde ontem que ele fuma sem parar.
E ainda cheirou um fileira de pó.
Me sinto decepcionada pra porra com ele, mas o que ele menos precisa agora é de julgamentos.
Já basta o idiota do Índio que já soltou mil xingamentos a ele.
Aproveitei que eu estava no postinho e tirei sangue para fazer meu exame que eu queria fazer faz tempo, só tava com medo do resultando ser positivo.
Índio: Vai pra casa, eu fico aqui. Amanhã tu trabalha.- Falou comigo.
Ignorei ele e apoiei a cabeça na cama hospitalar do Kauã.
Índio soltou mil xingamentos, não só pro Kauã, mas pra mim, pro cobra, pra geral.
Apenas fiquei calada, tava puta Mas não ia brigar, o importante agora era o Kauã, não os outros.
Índio: Tô falando contigo, porra.- Deu um chute de leve nas minhas pernas.
Lua: Eu estou bem aqui.- Falei seca.
Médica: Lua Oliveira? - A moça entrou na sala com o papel em mãos.- Seu exame já está pronto.
Olhei pra ela quase querendo matar, porra!
Não queria que ninguém soubesse disso, muito menos o Índio.
Aí a leiga vai e fala.
Lua: Obrigada.- Sorri falsa e peguei o papel.
Índio: Que isso? - Veio pro meu lado e eu sentei.
Lua: Exame, escutou não? - Tratei na grosseria igual ele fez antes.
Índio: De que, Lua? - Puxou da minha mão.
Tentei pegar de volta mas ele não deixou, fechei os olhos respirando fundo, rezando pra que ele não entendesse.
Olhei pro Kauã que tava abrindo os olhos com dificuldade, ele começou a tossir sem parar.
Peguei o copo de água que tava do lado e entreguei a ele, ele olhou pro Índio que já tinha tirado o olho do exame e tava olhando pra ele como se fosse matar.
Lua: Hospital não é lugar de brigar, em casa vocês resolvem isso.- Falei antes dele brigar com o Kauã.
Índio: Tu não acha que tá se metendo muito não? Aqui é pai e filho pô.- Encarei ele sem nem saber o que falar.
Kauã: Ela é mais presente na minha vida do que tu.- Me entregou o copo de água.
Puxei o exame das mãos do cobra e virei pro Kauã.
Lua: Pq cê fez isso? Porra, Kauã.- Falei triste.
Kauã: Foi malzão, depois eu te conto.
Lua: Alguma coisa tá doendo? - Falei preocupada.
Kauã: Não pô, eu só quero dormir.- Falou passando a mão no rosto.
Lua: Eu vou pra casa tá!? Mas eu volto.- Beijei a testa dele.
Kauã: Fé.- Fez toque comigo.
Sorri pra ele e fiquei com o coração pequenino em deixar ele assim, queria mesmo era ficar com ele.
Passei pelo índio que tentou papo mas eu ignorei e sai com o exame nas mãos.
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No Morro
Teen FictionFoi no morro aonde tudo começou, aonde eu descobrir o amor e a dor, que eu descobrir que as pessoas que amamos podem nos dar o mundo, pra depois destruir ele da pior forma possível...