🔞Conteúdo adulto com temas delicados.
Ane despertou de um susto, o carro saltou ao atravessar um buraco, faltou poucos centímetros para bater a cabeça no teto. Ela fechou o semblante e olhou para o motorista, ele respondeu com um sorriso sarcástico.
Virou o rosto para a janela, enojada com o que tinha visto: o homem faltava a maioria dos dentes e os poucos que restaram eram amarelos, pra variar ele mordia um palito, exibindo-o.
Foi inesperadamente surpreendida por uma rajada de poeira, que invadira suas narinas. Ela tossiu nervosa abanando as mãos com energia na frente do nariz para dispersar o pó o quanto conseguisse. O caipira ria disfarçadamente da garota da cidade grande e Ane não queria fechar a janela devido o odor desagradável que o homem exalava.
Não soube distinguir o que mais a assustava; o caipira ou o pesadelo de que foi vítima momentos antes de acordar: Havia um touro parado no meio de uma estrada de terra, a alguns metros de onde ela estava.
Ele a observava sem piscar, de repente começou a correr veloz atrás dela. Ela não sabia o que fazer ou por onde ir, então fugiu apavorada na direção contrária.
Avistou uma cerca de arame farpado e decidiu atravessá-la instintivamente para se proteger naquele terreno.
Cortara suas coxas na tentativa frustrada. Pôde sentir o sangue escorrendo quente e volumoso, por sorte a dor fora gentilmente camuflada pela adrenalina do momento, e então ela não parou de correr.
Em dado momento ela olhou para trás esperançosa de que ele tivesse desistido de atacá-la, mas infelizmente, ele pulara a cerca e continua vindo em seu encontro.
Ora olhava para frente em busca de uma saída segura, ora olhava para trás conferindo a distância que os separava, nesses relances viu seus olhos transformando-se de negros para um vermelho brasa, notou algumas chamas incendiando, tornando-o ainda mais temido. Seus chifres eram marrons enormes, o couro também marrom e o porte nutrido.
Chegou ao fim da fuga na beira de um precipício. Observou assimilando a altura. Havia um rio, cujo a água contornava feroz as pedras.
Morreria atingida pelo touro ou por elas, caso preferisse pular. Foi quando despertou com o furgão atravessando violentamente o buraco.
Respirou aliviada quando avistou a placa: " Seja Bem- vindo à Vicente Diaz, 25 mil habitantes." Meneou a cabeça. Não era nada atraente uma cidadezinha onde Judas perdera as botas com nome próprio, no entanto se lembrava bem dela, fora onde passara suas melhores férias na infância, mas passar o verão era uma coisa, morar definitivamente era outra bem mais complicada.
Desde que sua mãe falecera, seu pai não quis mais frequentar a cidade. Ela tinha sete anos na época, foi a última vez que estivera ali.
Não conseguia esquecer como o pai a depositara no aeroporto e de forma seca avisou:
- Quando chegar em Belo Horizonte, o motorista contratado pela dona Cleuza ficará encarregado de te levar até Vicente Diaz.
A rejeição ainda doía em seu peito. Julgava injusto a desculpa que ele arranjara para se livrar dela aceitando um cargo no exterior, e argumentar dizendo que seria mais fácil se adaptar se ficasse morando com sua avó. Não era novidade que ele e a avó não se davam bem, mas nunca o perdoaria por tê-la abandonado na mesmice daquele lugar.
Desde que sua mãe Iolanda morreu, o pai se transformara num homem maquinal, sem brilho e alegria.
Ele se despedira sem nenhum sentimento, dando um abraço indiferente, dizendo que não poderia esperar o horário de partida, pois tinha assuntos do trabalho para resolver com o chefe.
Era triste admitir, que sentiria mais falta de Curitiba, do colégio, e dos amigos do que do próprio pai.
Adentrando a cidade, não havia movimento, certamente por ser domingo, as pessoas estavam na comodidade de seus lares.
Já na praça central havia um grupo de jovens, cada qual com sua tribo. Eles pareciam se divertir, aquilo deveria ser a única opção de lazer deles.
Logo eles alcançaram a Br que dava saída da cidade. Rodaram uns quinze minutos pelo asfalto até que o motorista entrou numa outra estrada, agora de terra, minutos depois dirigindo, foram surpreendidos por uma manada ( de bois e vacas). O caipira freou bruscamente. Os vaqueiros guiavam os animais na mesma direção que deveriam seguir.
- Vamos ter que aguardar passagem! - avisou com um risinho malicioso.
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Minha Cowgirl Favorita ( Sáfico)
Teen Fiction+🔞 O pesadelo de Liliane começa quando o pai decide aceitar um cargo para trabalhar fora do país e resolve mandá-la para morar com sua avó materna no interior do Estado de Minas Gerais em solo brasileiríssimo. Totalmente relutante no início, ela ac...