Capítulo Três

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—Foi uma humilhação. —Choraminguei, enquanto comia um dos pães de batata que Phoebe havia levado pra mim.

—Não foi tão ruim. —Noah tentou me consolar.

—Foi pior que ruim —Phoebe sorriu —Gata, ele havia realmente acabado de falar sobre aquilo. Talvez até tivesse perguntado pra te ajudar... Você é bem avoada da cabeça.

—Me ajudar, Ebe? —Bufei —Duvido muito.

—Você só precisa prestar mais atenção, Amber. Essa foi apenas a segunda aula desse ano... Ainda tem o resto do ano para se destacar.

— Eu tô muito ferrada.

—Olha, eu concordo com você. —Ebe pôs a mão no meu ombro —Espero realmente que ele enxergue em você o que a professora Fernandez enxergou.

—Tudo o que o Sr. Smith enxerga em mim é alguém para humilhar. Ele deve estar rindo muito agora.

—Você não sabe. —Noah sorriu —Não fica tão aflita. Talvez ele seja legal.

—Duvido muito que Jason Smith seja legal. Ele é um grande babaca. —Falei, revirando os olhos.

Nesse momento, enquanto estávamos encostados no meu armário, Jason Smith passou por mim e eu simplesmente fiquei sem o que fazer. Ele me olhou de soslaio, como se dissesse que me ouviu, sem realmente falar. Mas ao invés de parar e questionar, ele foi embora.

—Ai, merda.

—Acha que ele ouviu? —Phoebe perguntou.

—Acho que não. —Noah respondeu —Ou então ele teria parado e a Amber estaria indo pra coordenação.

Respirei fundo e engoli o último pedaço do pão de batata.

—É, acho que não.  —Falei, mesmo não acreditando nas minhas palavras.

***

Na quarta feira eu estava mais tranquila, apesar de não ter tanta certeza se Jason Smith teria me escutado. Mas é que a sua aula seria a última, o que me dava um grande tempo para poder bolar algo que fizesse com que eu ganhasse sua amizade. Acontece que todos os professores me adoravam, desde sempre. Eu não era uma aluna popular, mas conseguia despertar o melhor das pessoas. Era carismática, bonita e educada. Além do mais, eu tinha amigos incríveis. Isso fazia com que as pessoas me vissem como descolada e bacana. As pessoas em geral, menos Cíntia. Aquela lá nem pessoa era. Uma vaca que roubou meu primeiro namorado depois de ser minha amiga desde pequenas. Mas coisas assim acontecem para nos tornar fortes.

E com fortes eu não quero dizer aluna mediana. Eu era, sem dúvidas, abaixo da média. Odiava estudar, simplesmente não conseguia entender o que de bom tinha nas escolas, a não ser a hora da saída. Isso eu amava.

Enquanto as aulas passavam, eu, Noah e Ebe falávamos sobre quais justificativas eu poderia dar caso Jason resolvesse dizer que me ouviu no dia anterior. Pensamos em várias respostas, foi a primeira vez que entendi de probabilidade. Em fim, comprei um bolo de pote de morango e chantilly para lhe dar como pedido de desculpa ou, no caso de ele não tocar no assunto, conquistar o único professor que pareceu não ir com a minha cara.

Quando o sinal da última aula soou, Phoebe se sentou em seu lugar, Noah se recostou na cadeira atrás de mim e eu joguei meus cabelos castanhos para o lado, colocando uma expressão saudável e amigável no rosto.

Jason Smith atravessou as portas e no mesmo instante seu perfume inundou o ambiente. Tinha que me lembrar de perguntar qual era aquele bendito perfume, quando fossemos amigos. Era sem dúvidas o melhor cheiro do universo. Era amadeirado como o perfume que meu pai costumava usar e másculo como se fosse sua marca própria. Sorri com esse pensamento. Uma marca de perfume chamada Jason Smith casaria perfeitamente com ele.

Enlouquecendo Jason SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora