Capítulo Quarenta

4.8K 324 38
                                    


Terminei de me vestir e passei as mãos pelos cabelos, vendo Jason abotoar suas calças. Ele suspirou e me olhou.

—Amo ver você corada.

Ouvi-lo dizer aquilo foi motivo o bastante para eu corar ainda mais.

Ele se aproximou e beijou meus lábios rapidamente.

—Eu realmente não gosto de ser a pessoa que vai nos lembrar disso, mas acho que é hora de decidir o que fazer agora.

Respirei fundo e balancei a cabeça.

—Você volta pra escola e eu converso com a minha mãe? —Sugeri.

Observei seus lábios rosados se abrirem em um sorriso enquanto Jason segurava minha mão e me levava até a cama. Ele se sentou e me puxou para seu colo, fazendo com que eu me aconchegasse ali.

—Queria que fosse simples assim. —Falou, alisando minhas bochechas carinhosamente —Mas a conversa que tive com a Anna não foi... Tão favorável.

Suspirei.

—Ela gritou muito com você?

—Bastante —Sorriu —Mas nada que eu não soube lidar.

Retorci o nariz e alisei a pele exposta do seu peito, já que havia dois dos botões de sua camisa abertos.

—Ela te fez jurar que voltaria para o Canadá?

—Não, mas fui induzido a isso quando ela disse que se eu ficasse nunca voltaria a ver você.

Afastei-me alguns centímetros para olhá-lo.

—Eu daria um jeito, Jason. Ela pode ser a minha mãe, mas eu já sou maior de idade e posso decidir por mim.

—Eu sei que não é o que parece agora, mas ela só quer o melhor pra você, Amber. Então se quiser resolver isso, vamos tentar ser civilizados.

Assenti e voltei a apoiar a cabeça em seu ombro.

—Então tem mesmo que deixar a escola?

—Sim, principalmente se significa poder ficar com você.

Ele se inclinou e beijou o topo da minha cabeça.

—Então como vamos resolver isso? —Perguntei curiosa.

Jason respirou fundo e ficou por um tempo em silêncio, antes de coçar a garganta e curvar os lábios em um sorriso.

—Primeiro pare de ficar dizendo "preciso um minuto" toda vez que eu for te beijar.

Sorri e virei à cabeça em sua direção.

—Prometo.

Ele assentiu e estreitou os olhos para mim.

—O resto à gente vai encaixando. Mas, por hora, continue aceitando os termos da sua mãe e eu garanto que tudo vai ficar bem.

Balancei a cabeça e me endireitei, olhando seu rosto tão próximo antes de vê-lo se inclinar para me beijar. Fechei os olhos aceitando os lábios macios dele e envolvi seus ombros com meus braços.

Eu sentia que a última peça dentro de mim havia acabado de se encaixar e não deixaria que nada acabasse com isso.

—Porque demorou tanto? –Ebe perguntou, depois que eu atravessei a rua.

—Ele estava em casa? –Noah quis saber.

—Sim, nós conversamos e... —Suspirei, sentindo meu rosto ficar vermelho ao me lembrar do sexo maravilhoso que fiz com meu professor.

—Você transou com ele? —Ebe sorriu —Que safada!

—Então quer dizer que tudo está certo? —Noah também sorriu.

—Não tudo... Ainda preciso resolver as coisas com a minha mãe.

—E isso quer dizer o que?

Suspirei e dei de ombros.

—Não faço ideia.

***

Noah me deixou em casa depois de levar Ebe embora. Ele precisou sair para uma reunião com o time e eu fiquei um tempo olhando para a porta de casa antes de realmente entrar. A minha mãe ainda não tinha chegado, era óbvio, mas acho que eu esperava vê-la com os braços na cintura enquanto questionava o motivo de eu ter matado todas as aulas e ter ido me encontrar com Jason.

Fiquei aliviada quando me lembrei de que na verdade ela estava no plantão e eu estava segura, por enquanto.

Já ia subir as escadas para tomar um banho quando a campainha tocou. Pensei que fosse Noah, mas fiquei surpresa ao olhar aqueles olhos tão verdes e familiares. Ele sorriu e enfiou as mãos nos bolsos da calça preta e apertada, exatamente como fazia todas as vezes que batia na minha porta para me levar em algum lugar naquele seu carro estupidamente importante para ele.

-Oi. -Foi o que ele disse quando percebeu que eu estava chocada de mais em vê-lo.Pisquei algumas vezes depois de mais segundos patéticos encarando aqueles olhos verdes e cintilantes, então bati a porta.

-Não estou em uma guerra com você. -Gabriel falou quando enfiou o pé impedindo a porta de fechar -Por favor, eu só quero conversar.

-O que você acha que está fazendo aqui? -Perguntei, ácida.

-Só quero conversar, Beh.

Retorci o nariz ao me lembrar daquele apelido ridículo.

-Não tenho absolutamente nada pra conversar com você, Gabriel. Agora se me der licença, eu gostaria muito que você voltasse para o quinto dos infernos que, se me lembro bem, foi exatamente para onde eu te mandei da última vez que nos vimos.

Arqueei uma sobrancelha quando notei que ele havia sido pego de surpresa com todos os espinhos em cada palavra que eu dirigi a ele, então satisfeita bati a porta, dessa vez conseguindo finalmente me livrar dele.

Gabriel era um cara mais velho, já fazia faculdade na época em que começamos a namorar, sinceramente cheguei a pensar que pudesse morrer com o fim daquele relacionamento. Ele não tinha o direito de tentar voltar para a minha vida depois de me trair com a minha melhor amiga. Já era ruim ter um ex namorado traidor no histórico fodido das minhas lembranças, agora ter um ex namorado traidor e sobretudo colado no caralho do meu sapato era de mais pra mim.Respirei fundo antes de massagear minhas têmporas sentindo, de repente, um peso gigante sobre os meus ombros, e fiz meu caminho em direção ao banheiro só parando quando ouvi a campainha tocar outra vez. 

Bufei, sentindo o que restava da minha paciência se esvair junto com os bons comportamentos que uma garota poderia ter em quaisquer circunstâncias. Fui a passos largos até a porta, puxando-a em um único solavanco pronta para esmurrar aquele rosto convencido de Gabriel, mas assim que percebi o sorriso de batom vermelho, parei no ato, piscando perplexa. De repente, as últimas pessoas que imaginei batendo na minha porta, vieram de uma só vez e eu não sabia exatamente o motivo daquela segunda visita indesejada.

***

Esta gostando da história? Não deixe de votar. Beijos.

Enlouquecendo Jason SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora