Epílogo

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Respirei fundo enquanto fechava a porta, depois que a última pessoa foi embora. Olhei para trás, quando minha mãe apoiou a mão em meu ombro e sorriu docemente, me encorajando. Peguei minha jaqueta, já que o tempo lá fora tinha esfriado um pouco, e lhe dei um abraço apertado. Fechei os olhos com o seu cheiro familiar e me afastei.

Percebi que Jace nos olhava com brilho nos olhos e um sorriso pequeno e acolhedor que eu retribui.

—Cuide dela, cara. —Eu disse, séria.

—Pode deixar comigo, Amber.

Assenti, contente pela resposta e voltei a olhar para minha mãe.

—Você vai ficar bem? —Ela perguntou, no momento em que o som da buzina veio pela primeira vez, fazendo meu peito saltitar por um instante.

—É assustador. —Falei, sincera —Mas vou ficar bem.

—Você é forte e é linda e inteligente. —Ela sorriu e me abraçou outra vez. —Sei que vai ficar bem e que vai saber lidar com isso tudo.

Suspirei depois de me afastar.

—Obrigada por tudo, dona Anna. Sabe que vou te dever para sempre, por me criar e... bom, por tudo.

Outra vez a buzina. Suspirei.

—Sou a sua mãe, fiz o mínimo até hoje. E estar indo não significa que eu ainda não tenha que cuidar de você.

Sorri, com ternura e me inclinei para lhe dar um beijo no rosto.

Mais uma vez o barulho da buzina, agora mais demorado.

Olhei para Jace uma última vez e para a casa nova dos dois. Voltei os olhos para a minha mãe.

—Te amo, mãe.

—E eu amo você, docinho. —Disse, tocando na ponta do meu nariz.

Abri a porta e vesti a jaqueta, esticando os braços e caminhando degraus abaixo, logo chegando ao carro.

Ebe estava do lado de fora, recostada contra a porta. Tinha seus óculos de sol redondos na ponte do nariz e mascava um chiclete cor de rosa. Ela sorriu e me abraçou.

—Pronta?

Assenti, deslizando no banco de trás e batendo levemente no ombro de Noah. Ele segurou meus dedos e sorriu.

—Vamos?

—Vamos lá. —Concordei, quando Phoebe fechou a porta e se virou para mim —Vocês não podem perder esse vôo.

—A gente já disse que é caminho Amber. Não tem problema. —Noah falou depois de começar a dirigir.

—É, e o próximo vôo são às quatro da tarde, de qualquer forma nós chegaríamos em Seattle hoje a noite. —Phoebe disse, sorridente.

—Melhor que viagem de dia, assim podem apreciar a beleza da cidade.—Falei, olhando as casas que ficavam para trás —Vou sentir falta.

Noah respirou fundo e Phoebe fez um som engraçado com a garganta.

—É só a faculdade, não é como se fôssemos ficar lá para sempre. —Ela disse, tentando me confortar.

—E vamos vir visitar vocês nas férias e os feriados prolongados. —Noah garantiu.

—É, eu sei. Mesmo assim... —suspirei quando Noah virou a esquina —bom, de qualquer forma as coisas poderiam ser piores.

—Nisso você tem razão. —Ebe disse, se virando para mim quando Noah parou o carro na calçada —Vamos lá, Nagasaki.

Torci o nariz com o apelido, mas sorri.

Noah e Ebe desceram do carro quando peguei minha bolsa e me virei para eles. Primeiro veio Noah, ele passou os braços ao redor de mim e me apertou, no ar. Afundou o rosto no meu pescoço e respirou fundo. Senti minhas lágrimas arderem.

—Te amo, Amber. Fica bem. —Ele disse.

—Eu também te amo, pateta. Muito. Prometo que vou ficar.

Ele me segurou mais um tempo em seu braço e depois se afastou para que Ebe repetisse o gesto.

Ela me puxou apertado e suspirou contra meus cabelos. Senti minha garganta se fechar e finalmente as lágrimas rolarem pela minha bochecha.

Nós conhecíamos a tanto tempo e essa era a primeira vez que iríamos ficar longe.

Mas era por uma boa causa. Eles estavam correndo atrás de seus sonhos e eu não podia estar mais orgulhosa.

—Não parecia ser tão difícil. —Ela sussurrou, fungando —Caramba, isso é doloroso.

Sorri com o tom inguiçado de sua voz e me afastei, para olha-la.

—Moda, han? —Arqueei a sobrancelha e sorri —Tô orgulhosa de vocês.

Ebe se afastou e segurou a mão de Noah.

—Amamos você, Amber Bennet.

—Mande um beijo para... O gostosão. —Noah falou, sussurrando a última parte de modo sugestivo e me fazendo soltar uma risada.

Pisquei para eles, enquanto observava entrarem no carro esportivo de Noah e, depois de buzinar, dirigir para longe. Enxuguei as lágrimas e respirei fundo. Pronto. Eu não teria os meus melhores amigos por perto por um tempo. A vida adulta estava começando a se mostrar difícil...

Usei a chave nova para abrir o portão e, depois de fecha-lo atrás de mim, empurrei meu corpo ansioso para dentro. Senti meu coração saltitante e engoli em seco ao subir os degraus até o quarto.

Estava uma perfeita ordem, assim como tinha deixado um dia antes. Olhei para a cama e sorri quando vi Jason deitado de barriga para baixo. O cobertor até a altura do quadril, uma perna escapando para fora e o corpo completamente nú. Seu rosto estava amassado e avermelhado, pelo atrito no travesseiro. Mas ele sorriu, me fazendo saber que estava acordado.

—Bom dia, bela adormecida. —Provoquei.

Ele se mexeu e se colocou sentado, como se estivesse me convidando silenciosamente para me aconchegar em seu corpo. Deslizei como uma gatinha manhosa até ele, e inspirei profundamente, satisfeita.

—Bom dia, minha esposa linda. Eles já foram?

Assenti, suspirando.

Olhei seus olhos azuis intensos e sorri. Nunca ia me cansar daquilo. Mesmo que já tivessem passado sete meses depois de... tudo.

Acariciei o peito amostra de Jason e me inclinei, deixando um beijo suave. Desci os olhos lentamente e passei a ponta dos dedos pela cicatriz. Um arrepio passou por todo meu corpo, me fazendo estremecer.

—Acabou. Nunca mais vai ter que passar por nada daquilo. —Ele disse, tentando achar uma maneira de me confortar.

—Eu sei, é só que... dói pensar que um dia eu quase perdi você.

Jason tocou meu queixo, me fazendo olha-lo e depois deixou um beijo suave sobre meus lábios, antes de sorrir levemente.

—Júlia está... morta. Ela escolheu fazer isso consigo mesma quando pensou que tinha me matado. Acabou.

Suspirei e balancei a cabeça.

—Um dia eu disse que nada nessa vida seria capaz de de nos separar. Você está subestimando muito o meu poder de persuadir o destino.

Sorri.

—Te amo, Jason.

Ele me puxou para outro beijo, dessa vez mais demorado. Suspirei em seus lábios.

—Eu amo você, Bennet.

Agora sim... Fim!

Enlouquecendo Jason SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora