Capítulo Vinte e Quatro

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Jason me deixou na rua atrás da escola cinco minutos antes que a aula começasse. Tínhamos escolhido aquela rua porque, ao mesmo tempo que não ficaria longe para eu caminhar até a escola, nós também não corríamos o risco de que alguém me pegasse saindo do carro do meu professor de história em plena terça feira de manhã.

Encontrei Phoebe na escada e lhe dei um beijo rápido antes de começarmos a andar.

—E então, como foi a noite? —Ela perguntou.

Suspirei e sorri.

—Maravilhosa. E a sua?

Ela também sorriu e me olhou.

—Como eu não pude ir pra casa do Noah, já que sua mãe pensou que estivesse na minha casa, ele dormiu lá comigo.

—Vocês dormiram juntos na sua casa? Mas e a Sra. Jackson?

Ebe deu de ombros.

—Ela está tomando alguns remédios. Estava dormindo quando Noah chegou e ainda quando saímos hoje pela manhã.

Me virei para ela quando chegamos ao meu armário.

—Eu nem tive tempo de perguntar como realmente estão as coisas entre vocês dois. Quero dizer, até pouco tempo vocês se odiavam.

—Pois é, isso é louco. —Ela sorriu enquanto eu pegava meus livros no armário —Estamos muito bem, acho que gosto dele de verdade.

—Mas quando é que isso começou, Ebe?

Fechei o armário e voltei a andar ao seu lado.

—Não sei exatamente. Começou com um sorriso, depois um gesto de gentileza e quando vi, a gente tava se beijando em uma das salas vip do Prettys.

—Mas que selvagem! —Brinquei, arrancando dela uma gargalhada.

Nos sentamos em nossos lugares de sempre. Noah ainda não tinha chegado, pois tinha suas reuniões com o time toda terça antes das aulas.

Mas, em compensação, Cíntia e todo os seus seguidores sádicos entraram na sala.

A garota me encarou, revirou os olhos e se sentou.

—Que milagre ela não ter jogado uma indireta. —Comentei com Ebe.

—Não deve ter tido uma noite tão boa quanto a nossa.

Sorri e olhei para a porta quando Noah passou por ela, seguido pelo professor de física.

***

Por fim a última aula tinha chegado e com ela, Jason Smith. Ainda era confusa a sensação de já ter transado com ele várias vezes e, ainda assim, tê-lo na minha sala enquanto ninguém fazia se quer ideia do que acontecia entre a gente.

Depois de falar incessantemente sobre a matéria, ele deixou suas coisas sobre a sua mesa e, assim como todas as suas aulas desde que havia chegado na escola, se recostou contra ela elegantemente. Comprimi os lábios enquanto o observava.

—Essa manhã tive uma conversa bem interessante com o diretor Mitchell. —Ele disse depois de respirar fundo.

Os alunos murmuraram coisas como se estivéssemos em encrenca e, depois de uma longa risada, Jason voltou a falar:

—Não entrem em pânico ainda, não é algo ruim. —Ele se levantou e cruzou os braços sobre o peito —Se trata de uma viagem com duas classes por vez. Essa será umas das classes que irá primeiro.

Antes mesmo que ele se calasse, a turma começou a aplaudir e a gritarem o quanto Jason Smith era o melhor professor. Tudo o que ele fez foi sorrir e explicar que logo o lugar da viagem seria escolhido e todos os detalhes distribuídos pelo colégio. Quando terminou de falar, ele se sentou, enquanto permitia que os alunos conversassem, e me olhou. Não disse nada, apenas ficou lá me encarando enquanto eu o encarava de volta. Seus lábios estava curvados em um sorriso, apesar de ele tentar disfarçar por baixo de uma expressão séria.

Enlouquecendo Jason SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora