Capítulo Vinte e Oito

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Já estávamos longe da fogueira e eu já estava chegando ao meu quarto quando percebi Jason logo atrás de mim. Suspirei e me virei para ele, espiando se alguém estava por perto.

—Vai pegar o USB, Jason. Eu vou pegar o JBL do Noah e meu celular.

Ele me encarou por um momento depois que parou de andar. Coçou a ponta do nariz como se estivesse nervoso e enfiou as mãos nos bolsos da calça.

—Ok. —Deu de ombros e me entregou a chave.

Depois disso, ele foi para seu quarto.

Fiquei olhando ele se afastar, um pouco decepcionada. Não sei o que eu estava esperando dele, mas sua indiferença me deixou um pouco encabulada.

Revirei os olhos, respirei fundo e fui até meu quarto.

Peguei o celular na minha mala e me lembrei que Noah havia emprestado o JBL a Phoebe mais cedo. Procurei em suas coisas. Não estava na mala e nem em sua cama. Avistei sua bolsa de maquiagens ao lado da cama e encontrei o JBL por perto.

Ia saindo quando escutei algo atrás de mim. Eu não tinha medo de escuro nem nada, mas saber que estávamos a duas horas da cidade, afastados e isolados e que eu estava sozinha no alojamento enquanto o restante dos alunos estava na fogueira a pelo menos quinze metros de nós... Isso me assustou pra caralho.

—Quem está aí? —Perguntei, a voz saiu firme apesar de eu não estar me sentindo protegida.

Quem poderia ter fechado a porta? Um assassino? maníaco? Pior, a Cíntia?

—Sou eu.

Soltei todo o ar dos pulmões finalmente relaxando.

—Porra, Jason! Caramba. —Levei as mãos ao coração —Quer me matar de susto?

Não consegui enxergar-lo sob a escuridão, mas senti sua respiração perto, até que seus dedos seguraram meu quadril e me puxaram para ele.

—Estão logo ali, Jason. —Falei, baixo.

Todo o pavor de minutos atrás já tinha evaporado do meu corpo e no lugar, um desejo insano se apossou de mim.

Seus lábios roçaram a pele sensível do meu pescoço, me induzindo a fechar os olhos.

—Eu estava com vontade de fazer isso desde que chegamos. —Sussurrou.

Senti meus pêlos enrijecerem e soltei um pequeno gemido.

—Temos pelo menos dez minutos antes de sentirem nossa falta, Bennet.

Apenas assenti quando ele enfiou seus dedos por dentro do meu moletom.

Jason atacou meus lábios tão fervorosamente que me fez arfar, enquanto segurava seu rosto entre as mãos. Aquela chama que sempre estava presente quando Jason estava perto, se acendeu. Me livrei da minha calça de moletom enquanto Jason abria os botões da dele. Com um único movimento, Jason me pegou no colo e se encaixou entre as minhas pernas, estocando de uma só vez. Precisei morder seu ombro para não gritar com a intensidade daquele movimento. A cada vez que o ritmo aumentava, eu sentia a necessidade de segura-lo perto, não queria perdê-lo. Apertei minhas pernas ao seu redor e beijei seus lábios antes de chegarmos ao clímax. Quando Jason terminou, ele me colocou no chão gentilmente e ajeitou suas roupas enquanto eu fazia o mesmo com as minhas.

—Nossa, isso foi bem... Intenso. —Sorri antes de pegar meu celular e o JBL.

—Você está bem? —Ele perguntou —Te machuquei?

—Claro que não, Jason. Estou bem. —Beijei seus lábios outra vez, saboreando. Queria muito me lembrar disso, pois não sabia qual seria a próxima vez que íamos conseguir privacidade.

—Vamos, então.

***

Estávamos todos sentados em bancos com metros de cumprimento. Dean, o professor, falava ao microfone no centro do lugar. Era uma área grande, com um gramado verdinho e algumas listas brancas no chão feitas com CAL. Alguns alunos se inscreveram na competição de montaria, que a professora Selena havia sugerido. Entre esses, Cíntia. Todo mundo sabia que ela montava. Vinha de uma família rica de fazendeiros. Eu mesmo já havia ido anos atrás até um de seus vários sítios ao redor do estado e confesso, era tudo bem bonito e ela montava muito bem.

Dean explicou que o ganhador da competição iria ganhar um ponto nas três matérias ali presentes, o que fez os de mais alunos acharem alguém para torcer.

Em outra época eu torceria para Cíntia, mas agora eu não torcia pra ninguém.

—Isso vai ser divertido. —Noah falou, enquanto levava a pipoca até a boca.

—Todo mundo já sabe que a Cíntia vai ganhar. —Phoebe revirou os olhos, roubando um pouco da pipoca de Noah.

—Tomara que isso acabe logo. —Falei, respirando fundo.

Eu não gostava de ser a estraga prazeres, eu geralmente era a mais animada. Eu só estava me sentindo meio chata ultimamente, o que não condizia comigo. Era patético.

A competição começou e confesso que foi empolgante. Os cavalos eram lindos e era incrível ver como eles eram inteligentes a ponto de saltarem de obstáculos ou de andarem para trás, em seu tempo certo. Os donos estavam sempre em visão dos cavalos, para poder incentiva-los a fazer os movimentos necessários. Como quase nenhum aluno se inscreveu na competição, os professores acharam que seria uma boa ideia alguns dos moradores dali montarem, assim ficaria mais divertido.

E foi.

Pelo menos até o momento em que era a vez da Cíntia. Eu juro que não sabia como todo mundo podia gostar dela, não sabia nem como um dia consegui ser sua amiga. O rosto dela era feito de deboche, o jeito como andava e como sorria, tudo nela era falso, irritantemente falso!

Decidi que não iria me aborrecer. Ela gostava de atenção, então não ia me deixar levar pelo modo irritante com que ela acenava pra todo mundo e sorria para Jason que, por sua vez, parecia estar retribuindo, apoiando. Revirei os olhos.

—Será que eu posso ir pro alojamento? A competição está quase terminando. —Perguntei a Noah e Ebe.

Noah deu de ombros enquanto Phoebe segurava minha mão.

—A professora foi clara, ninguém pode voltar até não sobrar ninguém para se apre...

Ebe foi interrompida por um barulho alto, junto com o tom de surpresa dos alunos ao redor. Todo mundo se levantou, tentando de alguma forma saber o que acontecia, eu era uma dessas pessoas. Subi no banco onde estava, querendo ter uma visão clara de Jason, saber se ele estava bem.

—Você viu a queda que ela levou? —Uma garota perguntou a outra.

—Será que ela está bem? —Outra gritou, sobre a multidão.

Então eu entendi que Cíntia havia caído do cavalo e, pelo que eu estava vendo na multidão, não foi uma quedinha qualquer.

***

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Enlouquecendo Jason SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora