Como o último capítulo não teve nada muito revelador/animador, eu tô postando esse aqui como um bônus.
Boa leitura! ❤️***
Dizem por aí que se você detesta fazer uma coisa, mas é obrigada a fazê-la, só precisa achar uma motivação para que essa coisa não fique tão chata.
No caso, eu detesto estudar. A minha motivação era Jason Smith que estava, nesse momento, perambulando pela sala enquanto continuava a falar sobre o governo atual. Ele não me olhou se quer uma vez desde que entrou, ou se dirigiu a mim. Parecia finalmente ter encontrado a aluna exemplar para responder a todos os seus questionários. Infelizmente essa aluna era Cíntia Gold. A vagabunda conseguia ser bem persuasiva e sabia exatamente como conquistar a amizade do professor, já que este era o único que não gostava de mim e todos os outros preferiam a mim do que qualquer outro aluno. Acho que no fundo, ela pensava que fazê-lo gostar mais dela do que de mim, fosse um tipo de provocação. Acho que para pessoas como ela, roubar o namorado de alguém não bastava.
Eu nunca tinha conseguido ser completamente discreta com qualquer coisa na minha vida e agora não seria diferente. Por isso estava encarando descaradamente meu professor durante vários minutos. Eu achava difícil me cansar disso alguma hora, apesar de que pensar assim era patético. Eu o conhecia a apenas três dias, o odiei de primeira, apesar de confessar que nunca duvidei de toda aquela beleza maravilhosa, e também fui odiada, aparentemente, desde o começo. Mas eu não tinha culpa. Jason Smith era bonito pra cacete.
Se movia como um homem que sabia o efeito que causava nas mulheres. Gesticulava como um homem que entendia o quão interessante ele era e desejado também. O cara era consciente disso e não fazia nada para poder melhorar a situação.
—E com isso, quero dizer todos vocês! —Sua voz veio alta e cortante, me fazendo piscar várias vezes por ser arrancada subitamente dos meus devaneios.
Eu já estava olhando para ele por um bom tempo, então sabia que ele falava comigo. Só não sabia o que ele estava dizendo. Olhei para Noah, que estava sentado na fileira ao lado, buscando por ajuda. Ele apenas balançou a cabeça e revirou os olhos, como se dissesse que eu estava pedindo para ser humilhada de novo.
Phoebe estava na minha frente e eu simplesmente não conseguia ver seu rosto e com isso, não podia pedir ajuda.
Acabou que eu precisei, como sempre, usar o sarcasmo de sempre.
—Ainda está nesse planeta, Amber Bennet? —Ele zombou.
Vi quando Cíntia chacoalhou os ombros, supostamente rindo de mim.
—Acho que quase fui abduzida, Sr. Smith. Ou era isso, ou era acabar pegando no sono. —Dei de ombros, vendo alguns alunos rirem, inclusive Noah.
Jason arqueou uma das sobrancelhas e cruzou os braços sobre o peito.
—Vejo que hoje você está para brincadeiras, Bennet. —Sua voz era baixa, porém carregada de sarcasmo.
Suspirei.
—Não dê importância para mim, professor. Continue a aula. —Zombei, tentando não parecer tão desconfortável como eu estava.
Seus olhos encararam os meus durante segundos torturantes até que ele desviasse o olhar e se colocasse atrás de sua mesa.
—Eu estava pedindo aos alunos que entregassem o relatório que estão fazendo desde o começo da aula. Porque não me entrega primeiro?
Merda.
Olhei para Noah, desesperada. Eu juro por Deus que não ouvi em momento algum nada sobre relatório. Mais que diabos?
Noah sorriu de canto e arrastou sua folha para o lado, mostrando-me um segundo texto.
—Ela me emprestou para comparar as linhas, Professor. —Noah me entregou o papel e eu, apenas com meu olhar desesperadamente feliz, lhe agradeci.
Ter amigos que te conhecem é o máximo!
Me levantei e caminhei até sua mesa, querendo muito que ele notasse o afronte escondido no meu olhar matador.
Eu sei que queria tê-lo e, acredite, eu o teria, mas não conseguia simplesmente ignorar uma boa provocação.
—Aqui está, professor. —Falei, pausadamente e voltei a me sentar.
Quando o olhei, Jason estava com um pequeno sorriso nos lábios e passou os olhos pelo texto rapidamente. Ele pareceu querer falar algo, mas se calou e pediu que o restante dos alunos lhe entregasse os relatórios.
Finalmente havia vencido uma guerra contra Jason Smith. E eu admito, o sabor disso era maravilhoso.
Quando a aula terminou, Phoebe se virou para mim com o maior sorriso.
—Você viu a cara dele? —Ela sussurrou, animada.
—Foi a melhor cena desde que começamos esse ano. —Noah falou.
—Ai, Noah! Obrigada, cara. —Lhe dei um abraço de urso e sorri depois de me afastar —Ainda bem que você me conhece, porra!
—Eu não quero atrapalhar a reunião, pessoal, mas gostaria de ter uma palavrinha com a Srtª Bennet. —Jason falou, da frente da sala.
Todos já tinham saído, se não por nós quatro.
—Boa sorte, gata. —Phoebe murmurou antes de sair acompanhado por Noah que passou um braço pelos ombros da garota. Ela resmungou e lhe deu um empurrão.
Sorri. Provavelmente os dois nunca se dariam muito bem.
Me levantei e comecei a juntar meu material, tentando ignorar o fato de que Jason Smith estava me secando.
—Vocês são espertos, eu admito. Mas quero ver quem vai te ajudar na hora da prova.
Olhei para ele e sorri.
—Até lá eu tenho bastante tempo para estudar, Sr. Smith. Mas valeu a preocupação.
Virei o rosto quando ele soltou um riso e se recostou contra sua mesa.
Se eu o encarasse naquele estado, era capaz de me atirar em seu colo e fazer uma loucura.
—Eu não sabia que iria encontrar isso nessa escola.
Fechei minha mochila e a joguei nas costas, caminhando até parar de frente a ele.
—Encontrar isso o que?
Jason sorriu e massageou as têmporas, aparentemente nervoso.
—Uma aluna queixo duro feito você. Além do mais, Bennet, você não vai querer que eu te prejudique.
—Você tem razão. Eu não gostaria disso. —Dei de ombros, encarando seu rosto divertido a minha frente —Quantos anos tem, Sr. Smith?
De repente seu divertimento evaporou e ele me encarou por alguns segundos antes de suspirar e pegar sua bolsa.
—Isso não é da sua conta.
—Nossa, que grosseria. Para onde foi o seu espírito de humor?
Ele bufou levemente.
—Pra puta que pariu. —Respondeu e me olhou com uma carranca, antes de ir em direção a saída.
—Agora você sabe porque "um grande babaca", não é?
Jason Smith voltou seu caminho até a mim e se aproximou, fitando meus olhos de uma forma evasiva e completamente desconcertante. Não me movi se quer um centímetro. Ao invés disso, o encarei de volta.
—Eu vou tentar ser direto com você, Amber Bennet. Infelizmente pra você, não tem outro jeito de me tirar dessa escola sem que eu queira sair. Então eu acho melhor você ficar na sua.
Passei a língua pelos lábios fazendo com que seus olhos descessem para a minha boca.
—Porque acha que eu quero que saia, Sr. Smith? —Sorri — Está exatamente onde eu quero que esteja.
Ele estreitou os olhos em minha direção completamente confuso e eu prendi meu lábio inferior nos dentes, encarando sua boca tão perto, antes de sair.
Bom, acho que mais cedo ou mais tarde, Jason Smith perceberia o meu interesse.
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Enlouquecendo Jason Smith
RomanceTudo muda na perspectiva de Amber quando um novo professor chega à escola. Ela não sabe bem dizer o que sentiu quando ele usou aquele tom carregado de sarcasmo e muito menos quando decidiu que seu professor seria o cara ideal para desvirtuá-la. Com...