Capítulo Quarenta e Sete

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Não vou conseguir estar atualizando o capítulo nesse domingo, por isso estou adiantando. Boa leitura!

***

Acordei com a notícia de que a minha mãe estava noiva. Eu sei, foi uma surpresa gigantesca. Depois de alguns meses, Jace jantaria na minha casa essa noite. Eu não sei exatamente o que eu senti quando vi a dona Anna radiante e cantarolando na cozinha de manhã cedo. Talvez eu tivesse um pingo de esperança de que, agora que ela ia se casar, deixasse eu viver a minha vida com Jason. De qualquer forma, não era um assunto que eu tocaria esta noite.

Nada na escola me alarmou de que pudesse ter alguém me vigiando ou me perseguindo. Também não quis contar nada disso a Ebe ou Noah, do jeito que eram iam querer me escoltar o tempo inteiro. De qualquer forma, significava que Gabriel foi doente o suficiente para poder se divertir através do meu desespero e agora que tinha ido embora, eu estava tranquila.

Antes que Jace chegasse a noite, Ebe e Noah bateram na porta. Minha amiga trouxe uma lasanha que eu duvidava muito não ter sido comprada e descongelada no microondas. Noah havia trazido uma torta feita pela sua mãe que pediu desculpas por não ter aparecido no jantar de noivado. Quando Jace chegou, a minha mãe estava inquieta, além de linda. Ela vestia um tomara que caia vermelho cintilante e não deixava seu sorriso radiante se quer por um segundo. Jace estava vestindo roupas elegantes que serviam tanto para um ambiente chique quanto um jantar simples de noivado na cozinha da minha casa.

-Você está linda. -Ele disse quando a viu.

Sempre pensei que iria doer ver minha mãe em outro casamento, já que eu definitivamente ainda sentia que me pai estava comigo em todos os lugares, mas na verdade eu estava muito feliz. Acho que, no fim, ver a pessoa que você ama feliz é tudo o que importa.

No final da noite, todos nos juntamos para assistir a um filme. Jace pediu duas pizzas gigantes e a minha mãe aproveitou para me chamar em um canto enquanto esperávamos.

-Você está se sentindo bem quanto a tudo isso, filha? -Ela perguntou.

Segurei suas mãos e sorri.

-Eu estou tão feliz, mãe, você nem faz ideia.

Seus braços se ergueram para mim e eu não pensei duas vezes antes de me aconchegar neles.

-Sei que deve ser difícil, não faz tanto tempo que o seu pai se foi. Mas ainda vou estar aqui, meu amor, sempre. Eu te amo tanto.

-Eu te amo muito, mamãe. Sei que sempre vai estar aqui por mim.

Ela se calou por alguns segundos antes de me afastar para olhar em meus olhos. Seus dedos alisaram minha bochecha carinhosamente.

-Eu fui tão severa com você nesses últimos dias... você não tem ideia do medo que sinto por você, de não poder te proteger e proteger seu coração desse mundo cruel.

Suspirei e olhei para baixo.

-Ninguém tem o poder de proteger o coração de ninguém, mamãe. Sei que está em sua razão, que se preocupa, que me ama e quer cuidar de mim. -Segurei suas mãos e suspirei, encarando seus olhos brilhantes -E eu te amo tanto por isso. Mas estou grandinha e acho que não tem como você viver a vida por mim também, por mais que eu não duvido que faria se pudesse.

Ela riu e enxugou uma lágrima involuntária que deixou escapar.

-Ainda vamos ter tempo de resolver essa história, Amber. Temos tempo.

Sorri e a abracei, sentindo a esperança crescendo dentro do meu peito.

Talvez ela estivesse começando a mudar de ideia em relação a Jason, talvez logo pudesse aceitar o fato de que não tem como eu e ele vivermos longe um do outro.

Quando a campainha tocou, eu me apressei a levantar. Enxuguei o canto dos olhos e fui até a porta quando Ebe gritou que a pizza havia chegado depressa. Peguei o dinheiro com Jace no caminho até a porta e dei de cara com uma arma apontada para mim.

-Se falar alguma coisa você morre. -Júlia sussurrou -E depois sua família morre também.

Engoli em seco, sentindo minhas pernas começarem a ficar moles.

-O que você tá fazendo? -Gaguejei sem conseguir tirar os olhos daquela pistola.

-Você tirou de mim a última coisa que eu ainda tinha, sua vagabunda de merda. Achou mesmo que ia sair impune disso?

Virei o rosto para olhar para dentro com medo de que alguém se aproximasse da porta.

-Olha para mim! -Júlia ordenou, rapidamente - meu carro está do outro lado da rua, vamos dar uma volta.

Engoli em seco e dei um passo para fora de casa, fechando a porta lentamente esperando que ninguém me visse saindo, já que estavam focados na televisão.

Júlia me empurrou em direção ao seu carro enquanto apertava a pistola na minha costela. Aos poucos me dei conta de que ela havia me perseguido, ela estava rindo enquanto me via correr desesperada em busca de segurança.

Ela estava descontrolada.

-O que foi que Jason viu em você? -Ela bufou -É uma menininha patética.

-Não sou eu a patética que está segurando uma arma agora.

Júlia me empurrou contra o carro.

-Cala a porra da boca e me dê suas mãos, sua puta.

Engoli em seco e fechei os olhos por um segundo, respirando fundo. Coloquei minhas mãos para trás e ela as amarrou bem apertado, como se não se importasse em me ferir.

-Julia, por favor... você vai acabar com a sua vida desse jeito.

Sua risada ecoou pelo ambiente aberto antes de sua voz, trêmula, se arrastar para fora de sua garganta.

-Acabar com a minha vida? Você já fez isso, desgraçada.

Respirei fundo, me virando lentamente para olha-la.

-Você vai passar o resto da vida na cadeia se fizer isso, Júlia. Eu tô implorando, por favor.

Senti meu rosto arder quando ela se virou e me acertou com a arma. Um corte se fez sobre meus lábios e, por um momento, senti tudo girar. Passei o dedo para afastar o sangue que pingava em minha blusa e a olhei, assustada.

-Cala a boca e entra logo no carro!

Não tinha mais volta, ela estava decidida. Havia enlouquecido, nada para ela tinha sentido agora além de ficar com Jason.

Abri a porta e entrei no carro, ela veio logo atrás. Antes que Júlia desse partida, ouvi a voz de Phoebe gritando por mim e orei para que ela tivesse me visto.

***

Gostando da história? Não deixei de votar nos capítulos finais! Beijosss

Enlouquecendo Jason SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora