Enlouquecendo Jason Smith

Capítulo Oito

Era sexta feira a noite, a semana tinha sido maravilhosamente boa, graças a conversa que tive com Jason Smith na semana passada. Hoje, mesmo que eu não me importasse com o que minha mãe fazia da vida, ela havia preparado um jantar para que eu conhecesse o novo namorado dela, ainda misterioso que eu não sabia nem o nome. O plano era simples, eu jantaria com os dois pombinhos e depois iria para o Prettys com Noah, para nos encontrar com Ebe em seu expediente.

Minha mãe estava radiante e eu estava feliz por ela. Coloquei minha roupa de noite, já que e iria para o Prettys depois do jantar. Era um vestido preto com alguns brilhos dourados e que tinha alças finas em formato de pequenas estrelas. O vestido destacava minhas curvas e combinava perfeitamente com minha bota nova.

—Uau, você está linda, mamãe. —Elogiei, quando fui para a cozinha.

Minha mãe estava com uma calça jeans e uma blusa de botões super descolada. Era despojado e romântico.

—Obrigada, querida. Você também está linda. Obrigada por ficar, eu prometo que pode ir assim que acabarmos, eu mesmo lavo a louça.

—Está tudo bem, mamãe. —Sorri e lhe dei um beijo rápido, antes de colocar os pratos na mesa.

As oito a campainha tocou e ela correu para abrir a porta, estava realmente empolgada.

Eu me coloquei ao lado da mesa e suspirei, feliz pela felicidade da minha mãe. Não precisava conhecer o cara para saber que ele estava fazendo bem para ela, era notável.

—Ah, oi, você está muito bonito. —Minha mãe disse e eu sorri por ela estar parecendo uma adolescente apaixonada.

—Obrigado, Anna. Você também está muito linda.

Foi nessa hora que toda e qualquer expressão que eu poderia estar esboçando, havia evaporado do meu rosto. Essa voz, eu poderia reconhece-la de longe. E como se não bastasse, eu o vi.

Jason Smith estava de pé, bem na minha frente. Seu sorriso também se dissipou e ele me encarou de cima a baixo, como se não estivesse acreditando no que via e eu, sinceramente, também não estava acreditando.

O cara que a minha mãe estava saindo a três semanas era nada mais e nada menos que Jason Smith, o homem com quem eu queria perder a minha virgindade.

—Essa é a minha filha, Amber. Filha, esse é Jason Smith, ele se mudou para cidade esse ano.

O encarei, cética e completamente chocada, já sentindo meus olhos arderem. Mais que grande merda, isso podia ser um pesadelo.

—Mais que... —Jason começou.

—Caralho. —Eu terminei.

Minha mãe nos encarou por um tempo antes de perguntar.

—O que foi? Vocês já se conhecem?

—Digamos que sim, a Amber é a minha aluna.

—O que? Ele é aquele seu novo professor de história babaca, mas que agora se ridimiu? —Minha mãe sorriu.

Senti meu rosto ficar vermelho. Ótimo, é só o que me faltava.

—Sim, ele é e sinceramente não imaginei que vocês... Mais que merda.

—No outro dia quando citou a sua mãe, eu achei que poderia ser coincidência de mais, por isso não me incomodei em contar. —Jason falou.

—E quando me falou sobre esse seu novo professor, Jason Smith. Achei também que poderia ser só coincidência.

—Mas todos sabem que coincidências não existem. —Falei, completamente envergonhada. —Eu preciso ir ao banheiro, podem começar o jantar sem mim.

Me tranquei no banheiro e liguei para Phoebe, ela era a minha melhor amiga e foi a única que consegui pensar.

—Amber, oi, você está bem?

—Não, Ebe, porra você não vai acreditar.

—Eu tô trabalhando, não posso demorar muito, mas pode contar.

—Sabe o babaca do professor Smith?

—O que tem ele? Achei que já tinham passado dessa fase.

—E já tínhamos, porra, mas ele acabou de passar pela minha porta!

—O que? Porque ele está na sua casa?

—Minha mãe preparou um jantar para que me apresentasse o novo namorado e advinha só? Jason Smith é a porra do cara!

—Puta que pariu, amiga. Não brinca que o professor babaca é seu novo pai.

Revirei os olhos e senti o estômago embrulhar só com o comentário.

—Não diga isso, que horror! Ele e a minha mãe, definitivamente, não podem ficar juntos.

—E porque não? Eles são solteiros, não são?

Respirei fundo e fechei os olhos.

—Ebe, eu estava atraindo o Sr. Smith pra poder transar com ele.

Alguns segundos de silêncio se passaram até que ela voltou a falar.

—Isso é muito nojento, sério. Tipo, você demorou dezoito anos da sua vida pra poder escolher alguém que merecesse tirar a sua virgindade e esse cara de repente aparece como o namorado da sua mãe. Isso é muito estranho.

—Sim, é. E é por isso que preciso acabar com isso, mesmo que signifique que nenhuma de nós vamos ficar com ele.

—Olha, Amber, eu não tô podendo falar agora. Mas, por favor, não faz nada que você possa se arrepender.

—Não garanto nada. —Respondi e, com um suspiro, encerrei a ligação.

Eu não sabia se sentia raiva de Jason Smith ou se eu simplesmente sentia raiva de mim mesma.

O que importava agora era mostrar para a minha mãe que o meu doce e querido professor não era tão fiel quanto ela possa imaginar.

E eu provaria isso da forma mais apetitosa.

***

Quando voltei pra sala, minha mãe estava encerrando uma ligação e me olhou completamente arrasada.

—Acabaram de me ligar do hospital, ao que parece houve um acidente com um ônibus de viagem e eles precisam de mim no plantão. —Ela olhou para Jason e suspirou —Por favor, continuem o jantar e depois podemos marcar um dia para irmos em algum lugar. Vocês ainda tem que se conhecer mais, de qualquer forma.

Então ela lhe deu um beijo, fazendo com que eu tivesse que virar o rosto e sentir um nó no meu estômago que me causou ânsia na mesma hora.

—Eu sinto muito, querida. —Ela me deu um beijo rápido, pegou seu casaco e a chave do carro e saiu.

Quando a porta se fechou atrás dela, me senti completamente sem jeito. Estava furiosa e com ciúmes, mas preferi me manter calada.

—Eu juro que não imaginei que sua mãe seria a Anna.

—Aposto que não. —Murmurei.

Eu estava sim com raiva, inclusive com raiva dele por ser tão atraente e sexy e estar com a minha mãe, ao invés de mim. Mas eu também estava exitada e ainda o queria. Isso e o fato de que eu devia mostrar pra minha mãe que Jason Smith não valia a pena. Não pra ela.

—Mas está tudo bem, Sr. Smith. Vamos jantar.

Ele cerrou os olhos e me encarou enquanto eu caminhava e me sentava em sua frente, lentamente. Ele não fazia ideia do quanto eu estava formigando.

***

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