Capítulo Quarenta e Quatro

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**Jason**

Abri a porta observando ela caminhar lentamente para dentro. Seus lábios vermelhos e carnudos não me deixaram excitado quando ela os prendeu entre os dentes. Não era como quando Amber fazia.

Fechei a porta e fui até a cozinha sem espera-la. Júlia logo estava atrás de mim. Servi um copo de Jack Daniels e empurrei para ela.

—Sabe que não bebo. —Falou, se sentando em frente ao balcão.

Apenas a encarei, suspirando antes de me recostar contra a pia e encara-la. Ela não era mais alcoólatra, conseguia se conter facilmente diante de um copo cheio daquele.

—Amber me contou sobre a sua visita.

Júlia levantou as sobrancelhas levemente. Obviamente não esperava que eu ficasse sabendo, talvez tivesse subestimado de mais a minha garota.

—Eu precisava chamar a sua atenção. —Deu de ombros —Parece que consegui.

Apertei o mármore da pia, ignorando aquela sensação de nojo que estava sentindo.

—Achei que eu tivesse sido claro outro dia. Quero você longe dela.

—Não precisa sair do sério, J. Não por ela

—Não me chama assim, é patético. —Revirei os olhos, pegando o copo de bebida que havia lhe servido e bebericando —O que você pretende com isso, Júlia? Quer que eu te odeie de vez?

—Então ainda tenho uma chance?

Bufei, tomando mais um gole e repousando o copo. Respirei fundo para conter o ódio que crescia dentro de mim sempre que ela estava por perto então, antes que eu fizesse uma loucura ainda maior, eu segurei o copo com o que restava do liquido amarelado e o lancei na parede que ficava a dois metros dali. O barulho foi tão altoe o gesto tão inesperado, que ela soltou um gritinho com o impacto.

—Não vou permitir que você atrapalhe tudo o que consegui até agora!

Seu sorriso zombeteiro se formou em seu rosto cruel, apesar de congelado pelo medo. Júlia suspirou e bateu as unhas contra o mármore da bancada.

—E o que você conseguiu, J? Dar aulas em uma escola mixuruca e transar escondido com uma criança? Não me parece uma boa conquista.

Senti um nó se formar em minha garganta. Tudo parecia desmoronar quando aquela víbora estava por perto e eu não ia permitir que aquilo acontecesse. Sorri, sentindo o pouco de paciência que me restava se esvair do meu corpo.

—Me irritar não é uma ideia inteligente, Júlia.

—Não quero te irritar, meu amor. Tente ver o óbvio: eu amo você, porra!

Cerrei os punhos, sentindo uma vontade insana de agredir aquela mulher. Mas me contive.

—Tudo o que eu tinha com você ficou no passado. Não sou mais o mesmo e sinceramente estou feliz assim... Eu nunca voltaria a tocar em você, Júlia. Nunca.

Ela respirou profundamente e balançou a cabeça negativamente antes de assentir em seguida..

—Eu amei você como ninguém, Jason. Você me abandonou grávida e não voltou nem quanto perdi nosso filho... Duvido que alguma utra pessoa fosse capaz de te perdoar J,  mas e u  t e  p e r d o e i  e isso porque não consigo viver sem você! —Ela fez uma pausa, parecendo respirar com dificuldade—Agora acho que é a sua hora de decidir.

—O que você acha que tenho para decidir sua maluca? A c a b o u, Júlia! Tudo o que tínhamos, absolutamente tudo, não existe mais... Eu não quero mais ver você, sinto ânsia só de pensar nisso, então desaparece de uma vez por todas da minha vida e da vida da Amber.

Ela suspirou e encarou meu rosto.

—Ainda amo você, J. Estou praticamente implorando que escolha a mim.

—E eu estou sendo claro que eu não amo você, sinto completamente o oposto disso! Se não for embora agora mesmo, a minha paciência vai acabar.

Seus olhos brilharam e ela me encarou antes de sorrir.

—Bom, se é isso o que você realmente quer, então eu faço. 

Revirei os olhos.

—Saia da cidade, Júlia. Saia hoje.

Sua sobrancelha bem feita se levantou e ela assentiu.

—Sinto que já fiquei nesse fim de mundo por tempo de mais, querido. Não preciso de um convite não oficial para me mandar. Mas ainda preciso fazer uma última coisas antes de ir.

—O que você vai aprontar?

—Agora que perdi você de uma vez por todas, eu me dei conta de que não tenho mais nada a perder... É tudo o que tem que saber.

Júlia se inclinou e deixou um beijo nos meus lábios antes de pegar a bolsa e ir embora.

Soltei a minha respiração, pensando nessas suas últimas palavras. Eu nunca saberia exatamente do que Júlia era capaz, mas ela não tinha me convencido de que iria embora assim tão facilmente. Coisa grande estava por vir e eu duvidava que tinha feito a coisa certa em confronta-la. 

***

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Enlouquecendo Jason SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora